Estudo
explica ação de cogumelo alucinógeno no cérebro
Folha.com DE SÃO PAULO - 23/01/2012
Cientistas
dizem ter mapeado os caminhos que levam à ação dos cogumelos alucinógenos no
cérebro.
A chamada
"viagem" provocada por certos tipos desse fungo seriam causadas por
alterações na oxigenação e no fluxo de sangue em regiões do cérebro. Uma
consequência da psilocibina, o princípio ativo dos "cogumelos
mágicos".
Trabalhos
anteriores sugerem o uso terapêutico da substância --que alegadamente leva a
experiências existenciais profundas.
David
Nutt e colegas fizeram imagens detalhadas do cérebro de dois grupos de 15
adultos saudáveis durante vários estágios: da consciência à psicodelia. Os
voluntários receberam injeções intravenosas de psilocibina.
A
intensidade dos efeitos alucinógenos subjetivos descritos pelos participantes
--como a visão de padrões geométricos e a alteração da percepção de espaço e
tempo-- coincidiu com uma diminuição do fluxo de oxigênio e sangue em regiões
do cérebro em que as conexões neurais são mais densas, o córtex pré-frontal
medial e o córtex cingulado.
Acredita-se
que esses "hubs" do cérebro acelerem o fluxo de informação pelo
órgão. A redução de atividade nesses pontos que a psilocibina causa poderia ser
responsável, portanto, pelos profundos efeitos da droga na consciência, dizem
seus autores.
Atividade
acima do normal no córtex pré-frontal medial já foi relacionada à depressão.
Segundo os pesquisadores, isso pode indicar como os supostos efeitos
antidepressivos da psilocibina ocorreriam.
O
trabalho foi publicado na revista científica "PNAS".
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