domingo, 20 de novembro de 2011

Consultório móvel de rua para tratar dependentes em SP



São Paulo terá consultório móvel para tratar viciados em crack, diz ministro da Saúde



Folha de São Paulo - FÁBIO BRANDT  DE BRASÍLIA

As unidades -chamadas “consultórios de rua”- são como “trailers” que funcionarão 24 horas. As equipes, compostas por médicos, enfermeiros e psicólogos, terão autonomia para decidir pela internação involuntária dos pacientes, disse o ministro. “Se o profissional de saúde avaliar que aquela pessoa corre risco de vida, nós temos protocolos claros da internação involuntária, inclusive defendida pela Organização Mundial da Saúde”, afirmou.
O ministro falou sobre o assunto no programa “Poder e Política – Entrevista”, conduzido pelo jornalista Fernando Rodrigues no estúdio do Grupo Folha em Brasília. O projeto é uma parceria do UOL e da Folha.
No Brasil, segundo Padilha, já há 80 consultórios de rua em cidades grandes. São Bernardo, Osasco, Goiânia e Brasília são algumas das cidades pioneiras no projeto, iniciado em 2010
LULA, DILMA E ELEIÇÃO
Padilha falou sobre polêmica suscitada com o início do tratamento que o ex-presidente Lula faz de um câncer na laringe. Para ministro, o plano médico do líder petista deve custear o tratamento porque foi pago regularmente. Mas disse que a polêmica é oportuna para levantar debate sobre necessidade de se melhorar do SUS.
Sobre a participação do PT na próxima eleição presidencial, em 2014, Padilha afirmou que decisão “vai acontecer no momento certo” e que caberá à presidente Dilma conduzir as discussões.
A seguir, trechos em vídeo da entrevista de Alexandre Padilha. Mais abaixo, vídeo com a íntegra da entrevista. A transcrição está disponível em texto.



Governo vai aumentar consultórios móveis para atendimento a usuários de drogas



Equipes irão até cracolândias e outros locais de concentração de dependentes químicos
Gazeta do Povo
O ministro da Saúde Alexandre Padilha disse neste sábado (19), em São Bernardo do Campo (SP), que o governo federal vem estudando um conjunto de ações envolvendo vários ministérios para lançar, em breve, um plano amplo de enfrentamento ao crack e outras drogas, que inclui o serviço de consultórios móveis – também chamados de consultórios de rua - especializados no primeiro atendimento aos usuários de drogas.
“Uma das estratégias são os consultórios nas ruas. Haverá profissionais [de saúde] em unidades móveis que irão para as ruas, sobretudo onde tem as cracolândias ou cenas de usos [de drogas], para fazer uma busca ativa nessas pessoas que são dependentes químicas, oferecendo tratamentos para elas”, disse o ministro, em entrevista à imprensa antes de discursar para trabalhadores e sindicalistas presentes ao 7º Congresso do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Segundo Padilha, 80 consultórios de rua já estão atuando nos grandes centros do país, e a expectativa é de o programa ser levado para outras cidades. “Os consultórios nas ruas vão avaliar se a pessoa tem indicação de internação, se ela tem risco de vida. Sou absolutamente contra qualquer política de recolhimento compulsório. Isso não é feito pelo pessoal de saúde, mas por policiais que, as vezes, não estão preocupados sobre em qual lugar essa pessoa vai ficar. Temos a política de fazer uma busca ativa [por dependentes]. Em cada cidade, esse modelo estará adaptado à sua realidade”, disse.
O ministro declarou ainda que os consultórios de rua serão instalados em todas as cidades do ABC Paulista e também na capital. “Na conversa que tivemos com o prefeito [Gilberto] Kassab e com as secretarias municipal e estadual de saúde, acreditamos que houve interesse da prefeitura em apoiar a melhoria da rede de saúde, sobretudo as ações de sair em busca ativa, onde as pessoas estejam. O Ministério da Saúde quer ajudar o município a ter mais médicos, enfermeiros e profissionais nas ruas exatamente para que a primeira abordagem seja feita por profissionais de saúde”.
Segundo Padilha, a presidenta da República Dilma Rousseff tem exigido que esse novo plano de enfrentamento ao crack consista em uma ação conjunta, envolvendo os ministérios da Justiça, Educação e do Desenvolvimento Social, além da Saúde. “A presidenta tem exigido que esse plano tenha ações de vários ministérios. A presidenta Dilma, a ministra-chefe da Casa Civil [Gleisi Hoffmann] e o ministro da Justiça [José Eduardo Cardozo] têm coordenado esse detalhamento do plano. Queremos um plano que não seja só um anúncio de ações, mas medidas acontecendo de imediato”, disse o ministro sem detalhar quando o plano será lançado.
Durante discurso, o ministro falou também da necessidade dos estados “apertarem a fiscalização” sobre a Lei Seca, proibindo que pessoas alcoolizadas dirijam. “Se bebeu, não pode dirigir. Os estados que apertaram a fiscalização, como é o caso do Rio de Janeiro, reduziram em quase 30% os acidentes de carro e de moto”, disse.
Ao final Padilha destacou a necessidade de discutir formas de financiar a saúde no país e sugeriu que esse debate seja feito junto com a reforma tributária.

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