Da
Cracolândia para o Coral da Cristolândia
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Jornal O Estado de S. Paulo 20/11/2011
Cerca de 200 ex-viciados formam o conjunto comandado pelo maestro
Roberto Minczuk, titular da Orquestra Sinfônica Brasileira
PAULO SAMPAIO - O Estado de S.Paulo
Dependente de LSD e de todo tipo de psicotrópico desde jovem, Ailton da Silva Ferreira, de 52 anos, que já tinha chegado ao crack, considera-se recuperado há dois anos. Francis Almeida, de 36, que foi da maconha à cracolândia em uma década, também conta uma história de final feliz. Hideraldo Pussick Laval, de 34, entrou no vício há três anos, recém-chegado de Guiné-Bissau, e se diz "limpo" há 1 ano e 8 meses.
Os três fazem parte do Coral da Cristolândia, conjunto formado por 200
ex-viciados recolhidos na cracolândia, centro de São Paulo. Sob a batuta do
maestro Roberto Minczuk, regente titular da Orquestra Sinfônica Brasileira,
eles apresentam amanhã o Coral das Luzes na Praça Princesa Isabel, também no
centro.
O programa de recuperação de viciados é uma iniciativa da Primeira
Igreja Batista de São Paulo, cujo templo fica na própria praça, a menos de
500 metros da cracolândia. Livres das drogas, Ferreira e seus companheiros se
dizem agora "viciados em Jesus". Eles enchem os pulmões para cantar
em altos brados versos como "Senhor, eu sou livre para te adorar".
Muito agradecido à Igreja, que tem 3 milhões de fiéis no Brasil, Laval
diz que, em seu tempo de cracolândia, a Prefeitura não fazia "nada de
representativo para recuperar os viciados". "Passavam expulsando a
gente."
O maestro Minczuk, que é evangélico, acredita que sua participação no
concerto "é pequena, em comparação com o resgate de vidas que os
voluntários vêm realizando". "Sou paulistano, moro na Praça
Roosevelt, no centro da cidade, e estou muito próximo da realidade dura dos
viciados em crack."
'Radicais'. Soraya Machado, de 46 anos, coordenadora do projeto,
explica que trabalha com um grupo de 14 "radicais", como são
chamados os jovens voluntários de todo o País que vão à cracolândia tentar
recuperar viciados. "Primeiro, nós os atraímos para um café da manhã. O
alimento é uma ferramenta importante", diz ela, que estima em 300 o
número de ex-viciados que hoje são fiéis da Igreja, 80% deles homens.
Entre o café, a recuperação em clínicas parceiras e reabilitação
social dos ex-viciados, o pastor Paulo Eduardo Vieira, de 48 anos, presidente
da Igreja, diz que já foi gasto R$ 1 milhão. Não há colaboração de órgãos
públicos. "São só donativos de fiéis", conta.
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Fico feliz por existir pessoas que ajudam outras principalmente esses meninos "ex-drogados", meu irmão faz parte desse grupo e hoje apos case 9 meses sem usar nada agradeço a igreja Batista por ajudar ,graças a Deus ele esta muito bem.
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