Mesmo
sem causar acidentes ou mortes, dirigir bêbado é crime, diz STF
|
Bom Dia
Brasil
Pela primeira vez, o INSS vai processar um motorista para cobrar o que gastou com o acidente. São R$ 8 bilhões gastos por ano com indenizações.
Hoje uma ação inédita chega à Justiça: o INSS tenta devolver aos
cofres da Previdência Social o dinheiro que gasta com acidentes de trânsito.
São R$ 8 bilhões por ano com indenizações uma conta que é paga pelo
contribuinte. Agora o governo quer cobrar do motorista infrator.
Essa conta, que hoje todos nós pagamos, é bem alta: R$ 8 bilhões. A
ação inédita é contra um motorista do Distrito Federal que bebeu antes de
dirigir e foi responsável por um acidente, que matou cinco pessoas em 2008.
Apenas com esse caso o INSS já gastou R$ 90 mil.
Pela primeira vez, o INSS vai processar um motorista para cobrar o que
a Previdência gastou com o acidente. A ação é contra Igor Borges. De acordo
com o processo, ele admitiu que bebeu Vodka antes de dirigir, em 2008.
Segundo testemunhas, o motorista seguia em alta velocidade, pela
contramão em uma rodovia no Distrito Federal e ainda fazia zigue-zague. Bateu
de frente com um carro e causou a morte de cinco pessoas. Agora Igor pode ser
obrigado a pagar a pensão da viúva de uma das vítimas. Ela acha que a ação é
educativa. “É um grande incentivo para que não aconteça mais”, acredita.
O advogado disse que nem adianta cobrar, porque o motorista não tem
dinheiro para pagar a pensão. Está desempregado desde o acidente.
Outras ações estão previstas ainda este ano. A Previdência vai cruzar
dados com o DPVAT, seguro que paga indenizações em caso de acidente, e
Ministérios Públicos estaduais atrás de casos gravíssimos. O procurador-geral
do INSS, Alessandro Stefanutto, diz que a intenção é punir motoristas que
assumiram o risco de matar ou ferir alguém em situações como dirigir bêbado
ou em alta velocidade.
“Nossa intenção é desestimular que as pessoas saibam que não vale a
pena agir dessa forma no trânsito”, afirma o procurador-geral do INSS,
Alessandro Stefanutto.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 40 mil pessoas
morrem em acidentes de trânsito no Brasil todo o ano. Nesse período, o INSS
gasta, em média, R$ 8 bilhões com benefícios como auxílio-doença, pensão por
morte e aposentadoria por invalidez.
“Precisa que alguém pague por isso. O INSS está ajudando a alertar
primeiro para o custo e segundo para que o Estado seja também ressarcido
desses custos”, observa o especialista em trânsito Davi Duarte.
Para o presidente do INSS, Mauro Hauschild, a despesa é problema do
culpado pelo acidente. Hoje quem paga esses custos são os contribuintes. “No
final das contas, é todo trabalhador brasileiro que contribui mensalmente
para o sistema de Previdência que acaba pagando essa conta pela
irresponsabilidade no trânsito”, declara.
O Supremo Tribunal Federal confirmou uma decisão: dirigir bêbado,
mesmo sem causar acidente ou morte, já é um crime previsto no Código de
Trânsito Brasileiro. Trata-se de uma posição que tinha sido questionada por
um juiz de primeira instância.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário