Maconha não reduz
evolução da esclerose múltipla, aponta estudo
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UOL Notícias- EFE -
Londres
O consumo de cannabis não reduz a progressão da esclerose múltipla
apesar de aliviar alguns sintomas, indica o estudo elaborado pela Peninsula
Medical School de Plymouth (sul da Inglaterra) e publicado na última
terça-feira (29) pela "BBC".
Para a pesquisa, que durou três anos, cerca de 500 pacientes de
esclerose múltipla de 27 centros médicos do Reino Unido ingeriram pastilhas
com tetraidrocanabinol (THC), o princípio ativo da cannabis, embora sem as
substâncias psicoativas da droga.
Ao longo do estudo, os pacientes não experimentaram nenhuma redução na
evolução da doença. No entanto, a ingestão destas substâncias teve um efeito
positivo em relação às dores, rigidez muscular e espasmos.
"Há muitas provas que mostram que a cannabis possui um efeito
sintomático. Mas, neste caso, queríamos comprovar se podia desacelerar o
desenvolvimento da doença. Estou muito decepcionado, não por mim, mas pelas
pessoas que sofrem com a esclerose", disse à "BBC" o professor
John Zajicek, que dirigiu o grupo de pesquisadores.
Zajicek, que lamentou a falta de tratamentos existentes para as
doenças neurodegenerativas, assegurou que encontrar uma substancia capaz de
deter essa evolução seria como o "Santo Graal" da neurociência.
Apesar dos decepcionantes resultados desta pesquisa, os autores do
estudo não descartam a cannabis como solução para estas doenças.
"Acredita-se que a evolução da esclerose múltipla se produz pela
morte das células nervosas e, por isso, os investigadores estão buscando
tratamentos que sejam neuroprotetores. Neste sentido, alguns laboratórios já
demonstraram que alguns derivados da cannabis possuem este efeito",
assinalou Zajicek, que também pediu um maior esforço de financiamento para
seguir a pesquisa, já que esta poderia custar 6,25 milhões de euro.
Em um estudo publicado em maio pela "Revista da Associação Médica
do Canadá" (CMAJ), pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade
da Califórnia, em San Diego (EUA), comprovaram os efeitos paliativos que a
ingestão de cannabis pode causar nos doentes de esclerose múltiplo.
Os cientistas desta pesquisa observaram o efeito beneficente da
substância em relação aos espasmos e as dores associada com a doença, embora
também tenham advertido sobre "os possíveis e agudos efeitos
cognitivos".
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