Correio Braziliense
France Presse
Washington - Um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos descobriu parte do que acontece no cérebro, em nível celular, e que faz com que os dependentes em cocaína se sintam tão mal quando sofrem síndrome de abstinência, segundo estudo publicado nesta segunda-feira (10/9).
France Presse
Washington - Um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos descobriu parte do que acontece no cérebro, em nível celular, e que faz com que os dependentes em cocaína se sintam tão mal quando sofrem síndrome de abstinência, segundo estudo publicado nesta segunda-feira (10/9).
Os resultados oferecem uma compreensão maior sobre os mecanismos que
criam uma avassaladora sensação depressiva naqueles que param de usar a droga e
dar pistas aos cientistas que querem mitigar estes sintomas, evitando assim que
o usuário em tratamento sofra uma recaída.
Estudando ratos geneticamente modificados, os pesquisadores se
concentraram em uma molécula, chamada receptor canabinoide tipo 1 ou CB1, que
diminui a comunicação entre células nervosas.
Esta molécula é particularmente importante na área do cérebro conhecida como núcleo accumbens, que comanda as emoções e
as motivações.
Já se sabia que a cocaína provoca forte efeito nesta área do cérebro.
Mas este é o primeiro estudo a demonstrar o impacto da cocaína na produção de
CB1 e o que isto representa na área do núcleo accumbes durante e depois de uma
elevação provocada pela cocaína.
Quando uma pessoa tem uma sensação motivadora
produzida pela cocaína "tudo se acelera e (ela) te empurra a um estado
emocional altamente gratificante", afirmou o principal autor do estudo,
Bradley Winters.
Nos ratos, a cocaína induziu a produção excessiva de CB1, o que efetivamente afetou a contenção de hiperatividade no núcleo accumbes. "É parecido com descer uma colina íngreme. É preciso pisar fundo no freio", explicou Winters em um comunicado.
Nos ratos, a cocaína induziu a produção excessiva de CB1, o que efetivamente afetou a contenção de hiperatividade no núcleo accumbes. "É parecido com descer uma colina íngreme. É preciso pisar fundo no freio", explicou Winters em um comunicado.
O problema é que o cérebro não parece saber como soltar o freio assim
que o efeito da cocaína desaparece.
"Você continua pisando forte no freio. Agora, está descendo uma
colina normal, de baixa elevação, mas continua a 3 km por hora porque o teu pé
continua grudado no freio", comparou.
"O estado é similar a 'me sinto muito mal e não quero fazer
nada'" continuou o cientista, acrescentando que "isto é o que faz com
que você volte a usar a droga porque quer se sentir melhor e a droga é a única
coisa que te motiva".
O estudo foi publicado na
edição desta segunda-feira das Atas da Academia Nacional de Ciências
Nenhum comentário:
Postar um comentário