Valor
deve ser usado para tratamento e será destinado a casas com renda de até 2
salários mínimos
Denise Motta,
iG Minas Gerais
Em iniciativa inédita, o governo de Minas Gerais lança o cartão
Aliança Pela Vida, que vai proporcionar à família de um dependente químico R$
900 reais mensais para tratamento do vício. Deste total, R$ 810 serão
destinados ao pagamento de comunidade terapêutica e R$ 90 para despesas de
familiares com visitas ao dependente. Diferente das bolsas convencionais, os
R$ 810 para tratamento serão repassados diretamente à comunidade terapêutica
que tenha convênio com o Estado. A família terá acesso direto apenas aos R$
90 destinados à visita.
As famílias beneficiadas devem ter renda de até dois salários mínimos.
Inicialmente serão atendidas mil famílias de Teófilo Otoni e de Juiz de Fora,
cidades do interior de Minas. As prefeituras receberão as inscrições,
avaliarão as condições financeiras e manterão cadastros de dependentes
químicos.
Nesta
quarta-feira (05), o governador Antonio
Anastasia (PSDB) assinou convênios com as duas
prefeituras beneficiadas na primeira etapa do programa. Por uma lei,
Anastasia determinou que todas as secretarias estaduais apliquem 1% de seu
orçamento em políticas relacionadas à prevenção e uso de drogas. O recurso do
cartão Aliança Pela Vida vem deste montante. Ao todo, serão destinados R$ 70
milhões ao ano para o programa.
Usuário fuma crack em agosto de 2008.
Chamado de "Bolsa Crack" nas redes sociais, o benefício
financeiro para famílias de dependentes químicos gera controvérsia entre
especialistas. Para alguns, o poder público transfere a responsabilidade de
zelar pela saúde dos cidadãos no momento em que repassa à família o recurso,
colocando nas mãos dos parentes a solução do problema. Há ainda quem acredite
que o programa, por envolver transferência de dinheiro, pode estimular o uso
de drogas e que a família não estaria preparada para usar os recursos.
Especialista em Segurança Pública, Robson Sávio alega ser a quantia
extremamente insuficiente para cobrir um tratamento adequado ao viciado. “O
serviço público deveria criar uma rede de atenção com apoio da família. A
desintoxicação é lenta e tem longo acompanhamento. Esse tipo de atividade
transfere para a esfera privada o que deveria ser oferecido pelo serviço público.
Para pessoas que não sabem do nível de dependência, pode estimular consumo. O
usuário é uma pessoa que está trilhando um caminho altamente complexo. O
valor não é suficiente para tratamento digno”, analisa Sávio. Ele também diz
ser inadequado comparar o cartão Aliança Pela Vida com o Bolsa Família, pois
no primeiro caso o beneficiado não tem autonomia, como no segundo. Um
tratamento para dependente químico varia de R$ 5 mil a R$ 10 mil por mês,
segundo ele, podendo demorar até cinco anos, no caso do crack, por exemplo.
Professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) especializado
na prevenção ao uso de drogas, Marcelo Vidigal pensa, assim como Sávio, que o
poder público está transferindo uma responsabilidade. “O que esse familiar
vai fazer com este dinheiro? Será que ele está preparado para pegar este
dinheiro e usar em benefício do dependente?”
Há quem elogie a iniciativa. É o caso do psiquiatra Valdir Ribeiro
Campos, especialista em dependência química. “De uma forma ou de outra o
governo precisa ajudar os dependentes e suas famílias. Como não há tempo para
viabilizar leitos públicos, ele (Estado), de certa forma, terceiriza o
serviço. Tudo que é positivo deve ser feito, mas é lógico que outras pessoas
terão outros pontos de vista”, observa. Questionado sobre custos e tempo de
tratamento de recuperação do vício em crack, Ribeiro estima o valor mensal
entre R$ 7 mil e R$ 14 mil, com duração média de um ano.
O que
esse familiar vai fazer com este dinheiro? Será que ele está preparado para
pegar este dinheiro e usar em benefício do dependente?”
O subsecretário estadual de políticas sobre drogas de Minas, Cloves
Benevides, disse que o governo calculou o benefício a partir do tratamento
com comunidades terapêuticas, mas admite que "em instituições com maior
suporte e tempo de acolhimento o custo é maior”. Questionado se o tratamento
terapeutico recupera um dependente químico a exemplo de clínicas com serviços
de acolhimento, o subsecretário afirmou que o dependente poderá acessar
outros serviços da rede pública de saúde que estão sendo reforçados para
atendar a política de combate e prevenção às drogas. Ele citou como exemplo
consultas psiquiátricas.
Por meio de sua assessoria, o governo de Minas afirma que haverá
fiscalização do recurso utilizado pela família do dependente, pois deverá ser
feita uma prestação de contas periódica pelos parentes. Também informou que
caberá às prefeituras toda orientação aos parentes do dependente químico. “O
cartão só vai poder ser usado a favor das comunidades terapêuticas, não pode
ser usado com outra finalidade”, ressaltou a assessoria do governador.
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sábado, 8 de outubro de 2011
Família de dependente de Crack receberá R$900 em MG
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perdi meu emprego ontem, ja perdi varios outros, venho de uma familia estabilisada, mais mudei pra uberlandia pra mudar de vida , minha esposa hj quase me largou, me deu uma ultima chance, nao tenho condiçoes nem onde procurar ajuda aqui em uberlandia, quero muito sair desse vicio do crack, por favor alguem me ajuda....me chamo carlos alves de sa tenho 33 anos e faco desesperadamente esse apelo me ajudem por favor. meu email e carlosgv@hotmail.com.br e msn e orkut unico contato por que usava telefone da empresa e eles me tomaram ongtem.. me ajudem
ResponderExcluirCarlos procure o posto de saúde mais perto da sua residência e converse com a assistente social, conte a sua história de dependência e solicite encaminhamento para o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas CAPSad da cidade, assim vc será atendido por especialistas sem gastar nada. Boa sorte!
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