G1
Tarso Adoni, do Sírio-Libanês, respondeu a perguntas após o programa.
Principal motivo do mal de Alzheimer é o envelhecimento, não a genética.
O neurologista Tarso Adoni, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo,
respondeu a perguntas sobre memória feitas pelos telespectadores e
internautas do Bem Estar nesta quinta-feira (29).
Segundo ele, álcool e drogas podem comprometer muito essa área do
cérebro. Já o cigarro é um fator de risco indireto, pois atinge os vasos
sanguíneos do corpo e pode aumentar as chances de derrame.
Não existe um lugar do encéfalo específico para a memória, mas sim
estruturas cerebrais que tornam possível esse processo, como o hipocampo e os
lobos temporais.
De maneira geral, as perdas orgânicas de memória não são recuperadas.
Mas falhas associadas a momentos de estresse ou tristeza podem voltar.
Remédios para tratar problemas de memória devem ser usados apenas por
pacientes com mal de Alzheimer ou outras doenças degenerativas, sempre sob
recomendação médica.
O remédio, nesse caso, freia o avanço da doença, fazendo com que ela
se torne mais branda. E é importante diferenciar um esquecimento corriqueiro
de um problema de demência, que é quando a falta de memória começa a
comprometer a vida do indivíduo (o que ele fazia bem antes se torna difícil,
ele se perde em trajetos habituais, se torna repetitivo, esquece onde guarda
coisas habituais, etc).
O principal motivo do aparecimento do Alzheimer é o envelhecimento, e
começa em geral após os 65 anos de idade. Apenas 10% dos casos são motivados por
fatores genéticos.
Quando nascem, os bebês têm um esboço de memória, que nessa fase é
algo mais rudimentar. Já na infância, ainda é normal esquecer-se de episódios
e lembrar apenas de flashes ou dos eventos, mas não de detalhes.
Na gestação e durante a amamentação, há uma mudança hormonal na mulher
e também noites mal dormidas que podem influenciar a memória. A privação de
sono tem papel fundamental no processo de retenção de informações, e acordar
muito à noite para dar de mamar pode atrapalhar esse mecanismo.
Amnésia, de acordo com Adoni, é um termo genérico para perda de
memória. O especialista destacou a importância do peixe e de outros alimentos
presentes na dieta mediterrânea para o funcionamento do cérebro e também do
coração.
Estresse pode interferir na memória, da mesma forma que contar
histórias muito compridas, cheias de detalhes, pode fazer com que a pessoa
perca "o fio da meada". Acidentes e traumatismos cranianos também
podem levar a uma amnésia transitória.
Transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH) pode causar
problemas de retenção e consolidação de informações. Mas também há um excesso
de diagnóstico da doença e de uso de remédios, principalmente entre crianças.
Por fim, o neurologista disse que não há um limite de armazenamento do
cérebro, e o mais importante é inter-relacionar as informações. Com o passar
do tempo, algumas memórias são atenuadas, e há fatores sensoriais (como
cheiros, gostos e músicas) que ativam algumas lembranças do passado.
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