As internações por cirrose hepática causada pela ingestão de bebidas alcoólicas aumentaram quase 50% nos últimos cinco anos nos hospitais do estado de São Paulo. Em 2007, foram internadas cerca de 2,1 mil pessoas com o problema e a estimativa para este ano é de mais de 3 mil pacientes. Os dados são do Serviço de Hepatologia do Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo.
De acordo com o coordenador do serviço, o médico Carlos Baía, o
levantamento indica que as pessoas passaram a ingerir mais bebidas
alcoólicas. “A quantidade de álcool para provocar uma cirrose varia caso a
caso. Geralmente são quantidades que as pessoas podem achar pequenas, como
quatro ou cinco doses de bebidas destiladas por dia, se for consumido
diariamente por dez anos”.
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O álcool inflama e destrói gradualmente as células do fígado que, ao
longo do tempo, passa a ficar tomado por pequenas cicatrizes, e tem seu
funcionamento prejudicado. Estima-se que em torno de 15% dos alcoolistas
cheguem a esta etapa em um período entre dez e 15 anos de dependência.
“Uma das características do álcool é induzir tolerância e a pessoa
precisa de uma quantidade cada vez maior para sentir o mesmo efeito de
relaxamento inicial”, destaca o médico.
As complicações decorrentes da doença podem ocorrer lentamente e
desencadear o acúmulo de água na barriga, inchaço nas pernas, confusão
mental, e até o desenvolvimento de câncer no fígado e hemorragias digestivas.
Baía ressalta que o transplante de fígado só é indicado em casos muito
graves, quando o paciente já está com as funções vitais do órgão totalmente
comprometidas. Segundo o Hospital de Transplantes, os dependentes de álcool
correspondem a cerca de 15% das pessoas que estão na lista de espera.
“A porcentagem é baixa porque existem mecanismos para restringir a
entrada dessas pessoas na lista. Não se faz transplante em uma pessoa que tem
alto risco de voltar a beber”, diz o médico. Para poder entrar na lista de
espera do transplante, a pessoa tem de estar a pelo menos seis meses sem
consumir bebida alcoólica.
Hepatites virais, principalmente a do tipo C, também desencadeiam a
cirrose hepática. O médico orienta as pessoas a realizar o teste laboratorial
com exame de sangue. “Prevenção é sempre a melhor escolha. A hepatite C, por
exemplo, é uma doença silenciosa e o combate fica mais fácil se o diagnóstico
for precoce”, explica o hepatologista.
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sábado, 8 de outubro de 2011
Cirrose hepática : cresce internação em SP
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