Álcool
e drogas comprometem muito a memória, alerta neurologista
|
Tarso
Adoni, do Sírio-Libanês, respondeu a perguntas após o programa.
Principal motivo do mal de Alzheimer é o envelhecimento, não a genética.
Do G1,
em São Paulo - 29/09/2011 16h39 -
Atualizado em 04/05/2012 15h41
O
neurologista Tarso Adoni, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, respondeu
a perguntas sobre memória feitas pelos telespectadores e internautas do Bem
Estar nesta quinta-feira (29).
Segundo
ele, álcool e drogas podem comprometer muito essa área do cérebro. Já o
cigarro é um fator de risco indireto, pois atinge os vasos sanguíneos do
corpo e pode aumentar as chances de derrame.
Não
existe um lugar do encéfalo específico para a memória, mas sim estruturas
cerebrais que tornam possível esse processo, como o hipocampo e os lobos
temporais.
De
maneira geral, as perdas orgânicas de memória não são recuperadas. Mas falhas
associadas a momentos de estresse ou tristeza podem voltar. Remédios para
tratar problemas de memória devem ser usados apenas por pacientes com mal de
Alzheimer ou outras doenças degenerativas, sempre sob recomendação médica.
O
remédio, nesse caso, freia o avanço da doença, fazendo com que ela se torne
mais branda. E é importante diferenciar um esquecimento corriqueiro de um
problema de demência, que é quando a falta de memória começa a comprometer a
vida do indivíduo (o que ele fazia bem antes se torna difícil, ele se perde
em trajetos habituais, se torna repetitivo, esquece onde guarda coisas
habituais, etc).
O
principal motivo do aparecimento do Alzheimer é o envelhecimento, e começa em
geral após os 65 anos de idade. Apenas 10% dos casos são motivados por
fatores genéticos.
Quando
nascem, os bebês têm um esboço de memória, que nessa fase é algo mais
rudimentar. Já na infância, ainda é normal esquecer-se de episódios e lembrar
apenas de flashes ou dos eventos, mas não de detalhes.
Na
gestação e durante a amamentação, há uma mudança hormonal na mulher e também
noites mal dormidas que podem influenciar a memória. A privação de sono tem
papel fundamental no processo de retenção de informações, e acordar muito à
noite para dar de mamar pode atrapalhar esse mecanismo.
Amnésia,
de acordo com Adoni, é um termo genérico para perda de memória. O
especialista destacou a importância do peixe e de outros alimentos presentes
na dieta mediterrânea para o funcionamento do cérebro e também do coração.
Estresse
pode interferir na memória, da mesma forma que contar histórias muito
compridas, cheias de detalhes, pode fazer com que a pessoa perca "o fio
da meada".
Acidentes e traumatismos cranianos também podem levar a uma
amnésia transitória.
Transtorno
de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH) pode causar problemas de
retenção e consolidação de informações. Mas também há um excesso de
diagnóstico da doença e de uso de remédios, principalmente entre crianças.
Por
fim, o neurologista disse que não há um limite de armazenamento do cérebro, e
o mais importante é inter-relacionar as informações. Com o passar do tempo,
algumas memórias são atenuadas, e há fatores sensoriais (como cheiros, gostos
e músicas) que ativam algumas lembranças do passado.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário