sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Droga Krokodil

Vídeo mostra mulher sob os efeitos devastadores da droga Krokodil, cenas são fortes

Gazetasocial.com

Krokodil é uma droga russa fabricada a partir da desomorfina. O nome vem de uma das consequências mais comuns ao uso, uma vez que a pele da pessoa passa a ter um tom esverdeado e cheia de escamas, como a de um crocodilo.
Krokodil é um substituto para uma droga de alto valor, a heroína. O princípio ativo do Krokodil, é a “desomorphine” que é vendida em alguns países da Europa (especialmente na Suíça) como substituto da morfina e é conhecida pela farmacologia desde 1932. A desomorphine é de 8 a 10 vezes mais potente do que a morfina. Trata-se de um opiáceo sintético que possui estrutura quase idêntica à da heroína.
A primeira aparição desta droga foi na Sibéria, em 1992. Seu consumo tem aumentado cada vez mais pois ela é uma alternativa barata quando comparada à heroína. Seus efeitos colaterais são bizarros. Ela causa necrose no local onde é aplicada, expondo ossos e músculos. Casos de viciados precisando de amputação ou da limpeza de grandes áreas apodrecidas em seus corpos são cada vez mais comuns.
Largá-la é uma tarefa extremamente difícil. A desintoxicação é muito lenta e o usuário sente náuseas e dores por até um mês. A Codeína, um narcótico disseminado pelo mundo inteiro e de fácil acesso pode ser transformado em desomorphine com algumas reações químicas relativamente baratas. Ela então é dissolvida e injetada pelo utilizador. Considerando que a heroína custa 150 dólares cada dose e o Krokodil pode ser obtido por menos de 10 dólares fica fácil entender a razão de sua existência.

Vídeo postado no Youtube mostra uma mulher sob os efeitos devastadores da droga Krokodil, também conhecido como a “substância dos zumbis”, em razão do comportamento habitual de seu usuários. Usuários de todo o mundo têm compartilhado este conteúdo como forma de conscientização a respeito dos efeitos da droga.

Veja o vídeo e saiba mais abaixo: 
(CENAS FORTES, RECOMENDA-SE CAUTELA. DISPONIBILIZAÇÃO OCORRENTE DEVIDO À NECESSIDADE DE CONSCIENTIZAÇÃO):

http://www.youtube.com/watch?v=0Zpxeb7YTgE#t=383

Não postei o vídeo, por conter cenas degradantes de uma mulher sob o efeito da droga. 
Este blog não tem a  intenção de expor nenhum dependente químico a situações vexatórias.
Quem tiver interesse acesse o endereço acima, que está público no YouTube


quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Fumo passivo afeta memória e aprendizado de animais

Fumo passivo afeta memória e aprendizado de animais

Agência USP de Notícias
Por Valéria Dias
Experimentos realizados na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP demonstraram que a exposição à fumaça de cigarro no período pós-natal (logo após o nascimento) induziu alterações em processos críticos do desenvolvimento do sistema nervoso central (SNC) e a diminuição da atividade locomotora na infância e na adolescência. Os testes foram feitos em camundongos durante a pesquisa de doutorado da farmacêutica Larissa Helena Lobo Torres.
Segundo a OMS, 40% das crianças no mundo são expostas ao fumo passivo
Segundo o estudo, a fumaça de cigarro prejudicou os processos de mielinização (formação da bainha de mielina que é a camada protetora dos neurônios) e de sinaptogênese (formação e refinamento das sinapses). “Nossos resultados sugerem que, com a exposição à fumaça do cigarro não há reversão dos efeitos observados no aprendizado e memória ou mesmo nos níveis das proteínas pré-sináptica na adolescência e na fase adulta”, aponta a farmacêutica.
“Até o momento, este é o único estudo experimental em roedores que associa dados bioquímicos e comportamentais ao avaliar os efeitos do fumo passivo no inicio do desenvolvimento do SNC e as possíveis consequências na adolescência e na fase adulta, dos animais”, destaca a pesquisadora. A tese Avaliação do desenvolvimento do sistema nervoso central de camundongos Balb/c expostos à fumaça do cigarro no início do período pós-natal foi defendida na FCF no dia 24 de outubro, sob a orientação da professora Tania Marcourakis.
De acordo com a pesquisadora, a exposição à fumaça do cigarro ocorreu durante as duas primeiras semanas de vida dos camundongos “pois esse período é crítico para os processos de sinaptogênese e mielinização”.
Cigarros 3R4F
Os animais foram expostos à fumaça de cigarros 3R4F, que foram produzidos pela Universidade de Kentucky (EUA) exclusivamente para pesquisa. “Realizamos a exposição com uma mistura de fumaça central e fumaça lateral numa câmara de polipropileno”, explica.
A fumaça lateral é a que sai pela ponta acesa do cigarro e a central é aquela que é tragada pelo fumante. Os animais foram expostos à fumaça duas vezes por dia, durante uma hora no período da manhã (8 horas) e uma hora à tarde (16 horas). Foi utilizado um sistema que produz vácuo e que permitiu que a fumaça fosse ‘tragada’ pelos animais. Os camundongos foram avaliados na infância, com 15 dias de vida; na adolescência, com 35 dias; e na fase adulta, com 65 dias.
Para avaliar a sinaptogênese, foram quantificadas proteínas sinápticas (sinapsina I e sinaptofisina) e o BDNF, um fator neurotrófico envolvido na manutenção da sobrevivência neuronal e na plasticidade sináptica. Essas análises foram realizadas em diferentes estruturais do encéfalo: hipocampo, cerebelo, córtex pré-frontal e estriado. O processo de mielinização foi avaliado por meio de microscopia eletrônica de transmissão do nervo óptico e da quantificação da proteína básica de mielina no telencéfalo, diencéfalo, cerebelo e tronco encefálico. “Realizamos ainda estudos comportamentais para avaliar os efeitos da fumaça do cigarro na aprendizagem e memória, na atividade locomotora e ansiedade”, conta.
Resultados
Os resultados indicaram diminuição dos níveis de BDNF e de sinapsina e sinaptofisina no hipocampo, cerebelo, córtex pré-frontal e estriado. A fumaça também induziu a diminuição na porcentagem de fibras mielinizadas no nervo óptico e aumento da proteína básica de mielina (PBM) no cerebelo na infância, além de diminuição da PBM no telencéfalo e tronco encefálico na adolescência e no cerebelo na fase adulta.
“Estes dados são condizentes com outra pesquisa que demonstrou que crianças e adolescentes expostos ao fumo passivo apresentam deficiência de aprendizado evidenciado por um pior desempenho escolar. Em conjunto, esses resultados representam uma ferramenta que pode direcionar futuras pesquisas que visem a prevenção dos danos causados pelo fumo passivo”, estima a pesquisadora.
Fumo passivo
O fumo passivo é um problema de saúde pública e diversos trabalhos comprovam os prejuízos causados por essa exposição, principalmente no sistema respiratório. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 40% das crianças no mundo são expostas ao fumo passivo, que é responsável por elevada morbidade respiratória e mortalidade em crianças de baixa idade.

“Apesar desses dados, poucos trabalhos têm como foco os efeitos do fumo passivo no SNC, em especial, durante o período de desenvolvimento”, finaliza a farmacêutica.

Energético muda as batidas do coração

Consumo de bebidas energéticas muda as batidas do coração

O Globo
Pesquisadores não recomendam bebida para crianças e pessoas com problemas de coração.
Mônica Imbuzeiro / Agência O Globo - LONDRES 
Imagens do coração de 17 pessoas uma hora depois de elas terem bebido um energético mostraram que as contrações ficaram mais intensas depois do consumo, segundo pesquisa da Universidade de Bonn, na Alemanha.
Os pesquisadores anunciaram o estudo no encontro anual da Sociedade de Radiologia da América do Norte e alertaram que crianças e pessoas com problemas de coração devem evitar esse tipo de bebida.
- A quantidade de cafeína é até três vezes maior nos energéticos do que em outras bebidas com a substância, como café ou bebidas à base de cola - explicou o pesquisador Jonas Dorner à BBC News.
- Há muitos efeitos colaterais associados ao consumo elevado de cafeína, como taquicardia, palpitações, aumento da pressão arterial e, em casos mais severos, convulsões e morte súbita.No estudo, os voluntários tomaram uma bebida com 32mg de cafeína e 400mg de taurina por 100ml.
Eles mostraram que a câmara do coração que bombeia sangue para todo o corpo, o ventrículo esquerdo, teve a contração mais forte uma hora depois a bebida energética foi tomada, em comparação com o início do estudo

28 milhões têm algum familiar dependente

Pesquisa: 28 milhões têm algum familiar dependente químico no Brasil

Jornal do Brasil - Ciência e Tecnoligia

Pelo menos 28 milhões de pessoas vivem no Brasil com um dependente químico, mostra o Levantamento Nacional de Famílias de Dependentes Químicos, divulgado hoje (3) pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A pesquisa inédita mostra o impacto que a convivência com um parente usuário de drogas provoca na experiência cotidiana das famílias.

Entre os parentes entrevistados, as mulheres são a grande maioria (80%), sendo que 46% delas são as mães dos dependentes químicos. Mais da metade delas (66%) são responsáveis pelo tratamento. Essas mães também são consideradas chefes da família, fazendo com que, além da sobrecarga de cuidar do filho usuário de drogas, cuidem dos outros membros da casa.
O levantamento revela ainda que mais da metade (57,6%) das famílias têm outro parente usuário de drogas. Os entrevistados, no entanto, avaliam que as más companhias (46,8%) e a autoestima baixa (26,1%) foram os fatores de risco mais relevantes que levaram ao uso.
O tempo médio para a busca de ajuda após o conhecimento do uso de álcool e/ou outras drogas é três anos. Entre os que usam cocaína e crack, o tempo é menor, dois anos. E sobe para 7.3 anos, quando considerados apenas os dependentes de álcool.
Mais de um terço dos parentes (44%) disse que descobriu o uso dessas substâncias por causa da mudança de comportamento. Apenas 15% relataram que a descoberta ocorreu por ter visto o paciente fazendo uso dessas substâncias fora de casa.
O impacto nas finanças é bem relevante. O estudo detectou que em 58% dos casos o tratamento foi pago exclusivamente pela família. Cerca de 45% apontaram que o pagamento do tratamento afetou drasticamente o orçamento familiar. Para 28,2%, o tratamento influenciou pouco, enquanto 7% disseram ter sofrido muito pouco impacto. Cerca de 19% disseram, por outro lado, que o tratamento não trouxe danos às finanças da família.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Nugtella, creme que mistura chocolate com maconha medicinal

Legalização da maconha estimula abertura de novos negócios nos EUA

Novas marcas e empresas são criadas para explorar um mercado que pode chegar a US$ 20 bilhões anuais
Gustavo Aguiar, especial para o Estadão 30/10/2013
SÃO PAULO - Autorizada para uso medicinal em 18 estados americanos e  para uso recreativo em outros dois, a maconha começa a dar impulso à criação de novas marcas em uma indústria que atrai empresas interessadas em aproveitar o novo mercado para lançar produtos especializados.
Uma empresa americana criou a Nugtella, creme que mistura chocolate com maconha medicinal em uma embalagem semelhante à tradicional Nutella, criada em 1963 pela italiana Ferrero e conhecida mundialmente. 

A Nugtella é feita com chocolate de avelã e óleo de haxixe, substância extraída da folha da maconha. De acordo com a Organicares, companhia que lançou o produto no mercado americano, o doce só é vendido em lojas especializadas da Califórnia para quem faz uso da maconha como medicamento e prefere não fumá-la. O pote com 320 mg de THC adicionados ao chocolate custa US$ 25.
Os empresários Jamen Shively e Brian Laoruangroch também investem no lançamento de produtos e marcas variadas e lojas superequipadas voltadas para o mercado de maconha legalizada.
 Shively, ex-gerente da Microsoft, é o fundador da primeira marca de varejo nos EUA especializada no ramo, a Diego Pellicer. Ele se prepara para lançar em breve roupas, alimentos e bebidas e até tecnologia a partir dos derivados da maconha.

O projeto da companhia de Shively é inaugurar a primeira rede de cafés e chás com receitas a base de maconha inspiradas na Starbucks, a cadeia de cafés número 1 no mundo.
Outro projeto é oferecer uma loja de mudas da planta para o mercado de varejo em Colorado e Washington, onde o uso da maconha já é liberado para 'entretenimento', e até uma rede de relacionamentos que aproxima usuários.

O empresário afirmou ao site norte-americano ABC News que a planta é um impulso "incrível" para a criatividade. De acordo com ele, este é um mercado ainda praticamente sem concorrência, e o campo está livre para a criatividade de empreendedores dispostos a abrir novos horizontes com um produto até hoje dominado pelo comércio ilegal.

Malboro. Acompanhando a onda promissora,  Brian Laoruangroch estrela na internet o comercial da própria companhia, a Prohibition Brands, para atrair financiadores. No vídeo, vestido de cowboy, o jovem de 29 anos apresenta razões para que outras empresas invistam na Corrida Verde e especialmente em sua ideia: a de produzir cigarros de maconha em grande escala e tornar-se a nova Malboro.

"Estamos aqui para inaugurar o primeiro negócio internacional de maconha", anuncia. O site da empresa explica que a companhia aguarda a patente com as especificações para a fabricação do 'Roach', um cigarro de maconha com filtro, como é feito com o tabaco, para consumo individual.
A Prohibition Brands já comercializa no mercado europeu o 'Marijuanettes', uma mistura de maconha com cigarro, e uma espécie de charuto também a base da droga. Os lemas da empresa de Laoruangroch descritos no site são qualidade, responsabilidade, pesquisa e inovação.

Fiscalização. Embora existam muitos empresários entrando no mercado da maconha recreativa, ainda pairam duvidas sobre como o governo federal dos EUA, que não reconhece a venda legalizada para o país, vai reagir.

O economista da Universidade de Harvard, Jeffrey Miron, declarou ao ABC News que está 'cautelosamente otimista' com a permissão que a nova indústria tem para florescer.

De acordo com o especialista, um mercado totalmente legalizado poderá gerar US$ 20 bilhões em vendas anuais no varejo nos Estados Unidos. Estima-se que o tráfico e a venda autorizada em todo o país movimente, atualmente, cerca de US$ 100 bilhões por ano.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

95% dos homicídios em Teresina têm ligação com o tráfico de drogas

95% dos homicídios em Teresina têm ligação com o tráfico de drogas

Delegacia de Homicídios revela também ter dificuldade para resolver casos.
Maioria das mortes são registradas na Zona Sul da capital
G1
  A disputa pelo controle do tráfico de drogas tem gerado uma série de homicídios entre os integrantes de grupos rivais na Zona Sul de Teresina.
Segundo a Polícia Civil, 95% das mortes registradas na capital têm ligação com entorpecentes, mas em outros casos as vítimas são inocentes e não têm nenhuma relação com a criminalidade.
No bairro Promorar, Zona Sul de Teresina, moradores reclamam da insegurança. O industriário José Dantas conta que quase levou um tiro ao escapar de um conflito entre bandidos próximo à casa de familiares, enquanto o seu primo foi atingido no pé.
"A minha revolta é grande, pois não é pelo fato dos criminosos estarem próximos, que nós temos envolvimento com eles. Os bandidos chegam de forma para acabar com outro e quem estiver por perto", denuncia.
Na Vila Irmã Dulce, também na Zona Sul, três mortes foram registradas nos últimos cinco dias. Dados da polícia mostram que só no primeiro semestre deste ano foram 32 homicídios, sendo 18 somente no Promorar.
Para a Delegacia de Homicídios, a falta de informação dificulta a trabalho da polícia e espera que até sexta-feira (18) seja criada uma linha direta para incentivar a comunidade a fazer a denúncia.
"A polícia vive de informações, mas ali existe a sensação de insegurança e impunidade, porque os populares vêem indivíduo preso e solto. Isto cria um ciclo vicioso, onde as pessoas ficam com medo de falar", destacou o delegado de homicídios, Francisco das Chagas Bareta.

Já a Polícia Militar não acredita que os casos tenham relação com uma lista de criminosos marcados para morrer. "Acreditamos que existam grupos rivais, que o tráfico encontra-se presente nestes homicídios, mas isto é por conta de dívidas entre eles", ressalta o tenente Sá Júnior.

Por que parar de fumar engorda?

Estudo explica por que ex-fumantes engordam após largar o vício

Pesquisadores suíços descobrem que quem larga o cigarro ganha peso não pela ingestão extra de calorias, mas porque passa a ter na flora intestinal bactérias que geralmente aparecem em obesos.
Todo fumante sabe que o cigarro faz mal à saúde. E muitos querem parar, porém têm medo de engordar – cerca de 80% dos que largam o hábito ganham, em média, sete quilos. Para muitos é um mistério como o aumento de peso atinge não só os que, por uma possível compensação do vício, passam a ingerir mais alimentos calóricos, mas também os que seguiam uma dieta balanceada.
Agora, pesquisadores suíços descobriram que as calorias não são as únicas responsáveis por essa reação, mas sim uma mudança na flora intestinal. Durante nove semanas, uma equipe do Hospital Universitário de Zurique analisou amostras de fezes de fumantes, não fumantes e pessoas que haviam recentemente largado o cigarro.   O estudo revelou que, ao longo do período analisado, não houve qualquer mudança entre os fumantes e não fumantes.
Mas no caso dos ex-fumantes recentes, aconteceu uma transformação drástica: bactérias encontradas na flora intestinal de obesos tomaram conta dos seus intestinos.   Essas bactérias são as proteobactérias e bacteroidetes. Por isso, pessoas que largaram o cigarro engordam, mesmo não comendo ou bebendo mais do que antes, quando fumavam, segundo o estudo.  
“Nós conseguimos encontrá-las (as bactérias) por seis meses, mas não sabemos quanto tempo o intestino permanece nesse estado e se esse estado é reversível”, explicou o coordenador do estudo científico, Gerhard Rogler.   Algumas bactérias na flora intestinal conseguem aproveitar de maneira eficiente a energia da alimentação e acumulá-las em adipócitos. Mas essa eficiência acumula gordura nas regiões da barriga e quadril. Pesquisadores do Centro de Medicina Cedars-Sinai, de Los Angeles, descobriram que a composição da flora intestinal influencia a tendência ao sobrepeso nas pessoas.   Pessoas mais gordas possuem determinadas bactérias no intestino. Um estudo científico que ainda está em andamento investiga se é possível eliminar do intestino bactérias que contribuem para engordar ou emagrecer.  
Existem muitos problemas atribuídos ao fumo. Recentemente, uma pesquisa da Pontíficia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) aponta que os fumantes são mais infelizes.   “Passada a turbulência inicial dos primeiros dias ou semanas logo após a cessação do tabagismo, o que se detectou é que o ex-fumante se torna mais feliz do que o que permanece fumando. O uso não frequente até melhora o humor, mas a longo prazo leva à depressão”, diz o pneumologista José Miguel Chatkin.  
Danos
  1 Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), se a mãe fuma depois que o bebê nasce, o filho sofre imediatamente os efeitos do cigarro. Durante o aleitamento, a criança recebe nicotina através do leite materno, podendo ocorrer intoxicação em função da nicotina, principalmente em mães fumantes de 20 ou mais cigarros por dia.  
2 Em crianças de zero a um ano de idade que vivem com fumantes, há uma maior prevalência de problemas respiratórios em relação àquelas cujos familiares não fumam.
Além disso, quanto maior o número de fumantes no domicílio, maior o percentual de infecções respiratórias. Os hábitos tabagísticos dos pais de longo prazo afetam a probabilidade de fumar dos filhos. Dados de 214 pais e 314 crianças de 11 anos ou mais foram analisados pelos estudiosos.  
Adolescentes têm maior possibilidade de ter o vício  
Exemplo vem de casa. A máxima é antiga, mas muito atual. Segundo um estudo recente, publicado no ‘Pediatrics’, mesmo em uma época de declínio das taxas de uso do cigarro pelos adolescentes, nos Estados Unidos, os filhos de fumantes atuais (e mesmo de ex-fumantes) são mais propensos a fumar. A influência do irmão mais velho neste processo também é relevante.   Segundo os pesquisadores, os hábitos tabagísticos dos pais de longo prazo afetam a probabilidade de fumar de seus filhos.
Dados de 214 pais e 314 crianças de 11 anos ou mais foram analisados pelos estudiosos. Os resultados revelaram que 8% dos filhos de pais não-fumantes fumaram no ano passado.  
Já entre os filhos de fumantes, cerca de 23-29% tinham fumado no ano passado. Essas taxas variaram de acordo com a consistência do ato de fumar dos pais, mas mesmo filhos de fumantes ‘leves’, ‘ocasionais’ ou que pararam de fumar apresentaram um risco maior de fumar.  
Segundo o estudo, o tabagismo dos pais em qualquer idade, mesmo antes de a criança nascer, contribui diretamente para uma maior chance de que os filhos fumem.  
A pesquisa também descobriu que as crianças que tinham um irmão mais velho fumante apresentavam seis vezes mais probabilidade de fumar do que as crianças que não tinham um irmão que fuma.  
“Um irmão mais velho que fuma tem 15 vezes mais chances de estar presente numa família com pais que são fumantes inveterados em comparação às famílias onde os pais não são fumantes”, diz o pediatra Moises Chencinski. A recomendação do estudo é clara: os esforços de prevenção para enfraquecer associações intergeracionais devem considerar o uso do cigarro a longo prazo dos pais, bem como o comportamento de fumar de irmãos mais velhos na casa.  
Cigarro mata mais de 200 mil pessoas por ano no Brasil   No Brasil, estima-se que cerca de 200 mil mortes/ano são decorrentes do tabagismo. De acordo com o Inquérito Domiciliar sobre Comportamentos de Risco e Morbidade Referida de Doenças e Agravos Não Transmissíveis , realizado em 2002 e 2003, entre pessoas de 15 anos ou mais, residentes em 15 capitais brasileiras e no Distrito Federal, a prevalência de tabagismo variou de 12,9 a 25,2% nas cidades estudadas.  
Os homens apresentaram prevalências mais elevadas do que as mulheres em todas as capitais. Em Porto Alegre, encontram-se as maiores proporções de fumantes, tanto no sexo masculino quanto no feminino, e em Aracaju, as menores.  
Essa pesquisa também mostrou que a concentração de fumantes é maior entre as pessoas com menos de oito anos de estudo do que entre pessoas com oito ou mais anos de estudo.  
Em relação à prevalência de experimentação e uso de cigarro entre jovens, de acordo com estudo realizado entre escolares de 12 capitais brasileiras, nos anos de 2002-2003 (Vigescola), a prevalência da experimentação nessas cidades variou de 36-58% no sexo masculino e de 31-55% no sexo feminino, enquanto a prevalência de escolares fumantes atuais variou de 11-27% no sexo masculino e 9-24% no feminino.  
O tabagismo feminino reduz globalmente a fertilidade, causando um atraso da primeira gestação. O atraso na concepção reflete-se numa gama de possíveis efeitos adversos na reprodução, como interferência na fertilização, dificuldade de implantação do óvulo concebido ou perda após a implantação.  

A mulher fumante tem um risco maior de infertilidade, câncer de colo de útero, menopausa precoce (em média dois anos antes) e dismenorreia (sangramento irregular

"Não sou obrigado a assistir a viagem de ninguém" Walcir Carrasco

A droga e o egoísmo

Não sou a favor de proibir as drogas – mas também não sou obrigado a assistir à viagem de ninguém
WALCYR CARRASCO  
  Recebi um hóspede em meu apartamento do Rio de Janeiro. No domingo, ele saiu para passear. Voltou à 1 da manhã completamente bêbado. Mas querendo conversar. Tem coisa pior que suportar um bêbado falando de si mesmo, chorando e pedindo apoio afetivo e psicológico? Sou solidariedade zero nesses casos. Mandei o hóspede ir dormir. Ele se revoltou, discutiu e vomitou no sofá. Depois, foi deitar. De tempos em tempos, levantava-se para vomitar. Como tudo que pode dar errado dá errado, justamente nessa noite a água do prédio fora cortada para limpeza das caixas na manhã seguinte. Eu mesmo enchera vários baldes para garantir. Tive de carregar os baldes apartamento afora, para limpar os vestígios da bebedeira. No dia seguinte, ainda de ressaca, ele disse simplesmente:
– Me perdoa, bebi demais.
Respondi mais simplesmente ainda:
– Esse não é o tipo de situação que se resolve com um pedido de desculpas. Estou magoado, ofendido e não perdoo, não. É melhor você encurtar sua estadia e voltar para casa.
Não consigo ser educado nessas horas. Talvez tenha de trocar o revestimento do sofá, manchado. O ex-hóspede não tem grana para isso. Ele ainda tentou amenizar a situação.
– É que eu estava numa viagem.
Viagem? Até agora, falei sobre uma droga legal, o álcool, mas tão inconveniente e perigosa como qualquer outra. Fiz uma reflexão. O usuário é sempre um egoísta. Não uso drogas. Conheço gente que gosta e passei a odiar a palavra viagem nesse sentido. O sujeito se enche de maconha e sorri, extasiado, dizendo que está numa “viagem”. Vejam bem, não sou contra a legalização da maconha. Sou a favor. Recentemente, tentei explicar a um amigo, que tragava um cigarrinho atrás do outro:
– Olha bem, você está numa viagem. Mas não comprei o tíquete para esse trem. Então, sou obrigado a ficar assistindo a sua viagem, a ouvir o que diz, a contemplar seu delírio. Só que você não me perguntou se quero ficar de plateia. Embarcou, o trem partiu, e fiquei olhando da plataforma.
Minha visão em relação ao uso é liberal, porque acho que cada um é dono de seu corpo. Mas minha postura na vida é rígida quando o tema me toca de perto. Não admito que levem drogas ilegais no meu carro. Escrevo livros para crianças e jovens, entre outras coisas. Meu livro Vida de droga fala justamente contra o crack. Meu comportamento se torna exemplo para meus leitores. Se sei que algum carona gosta da coisa, explico longamente como isso pode me prejudicar. Adianta? Ele leva escondido. Várias vezes, depois da chegada à praia, vejo o carona com seu cigarrinho.
– Você trouxe no meu carro?
– Não, não...
Para ele, não importa se uma manchete no jornal envolvendo meu nome prejudica minha relação com os leitores. Só quer curtir.
Sei que é uma abordagem diferente. Quando se fala de drogas, discutem-se a legalização e os riscos. Penso no meu lado, no que acontece com quem não usa. O usuário não aceita que alguém não participe de seu prazerzinho – e incluo aí os fumantes que acendem o cigarro na nossa cara. Qual o direito de alguém expor minha saúde, se não sou fumante? Há situações bem piores. Em uma festa, uma garota disse a um amigo do tipo bem-comportado:
– Hoje vou deixar você maluco.
Ele nem se importou. Continuou na água. De repente, segundo sua descrição, um pontinho preto apareceu na sua frente. E foi se esticando, até formar uma linha. Iniciou-se um turbilhão. Correu para o carro e, até hoje, não sabe como chegou em casa. Haviam colocado MDMA na água. Para quem não sabe, é uma das drogas do momento. Tem o princípio ativo do ecstasy, provoca alteração dos sentidos, muda o comportamento. Há festas em que é colocado até na água oferecida aos convidados. Numa casa noturna, alguém pode botar no seu copo sem que você perceba. A diversão de quem apronta é ver a festa “pirar”, transformar a balada numa “loucura”. Só que tem efeitos colaterais. Quem tem problemas de pressão pode morrer. Mas o usuário não pensa nisso. Depois de tudo, se diverte comentando as próprias loucuras e as que os outros praticaram.
A discussão sobre a legalização das drogas está aí, é uma questão social e política.
Mas o uso é uma questão ética. Droga e egoísmo andam juntos, é o que já percebi. Que direito tem o usuário de droga legal ou ilegal de me incluir ou me expor numa viagem que não escolhi?

Dependente químico custa 4 vezes mais que um aluno

Dependente químico custa 4 vezes mais que um aluno

Estado gasta mais dinheiro na recuperação de usuários do que com estudantes
Jornal A Cidade -  Marcelo Fontes – 20/10/2013
São Paulo gasta, em média, R$ 316 por mês para manter cada um dos 4,3 milhões de alunos do ensino médio – o levantamento é do MEC (Ministério Educação). Já para tentar recuperar os dependentes químicos, o Estado vai pagar quatro vezes mais – R$ 1.350 por mês. É o chamado programa Cartão Recomeço, apelidado de “bolsa crack”.
 Até agora, Ribeirão Preto tem oito vagas no programa e nenhuma unidade cadastrada – os tratamentos vão ocorrer na clínica Grauus, de Sertãozinho. Segundo apurado, ainda não existe data para os oito escolhidos serem internados. O convênio depende de pendências burocráticas.
Muito dinheiro
De acordo com estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Ribeirão Preto tem 5,3 mil usuários de crack – que consomem, em média, 16 pedras por dia. Para tratar todos os usuários, seria necessário que o estado desembolsasse, por mês, R$ 7,2 milhões.
O valor é quase a metade do que é gasto mensalmente para manter os cerca de 50 mil alunos na rede estadual de Ribeirão Preto – R$ 15,8 milhões.
Opinião
Os especialistas ouvidos pelo A Cidade apontam que o investimento em educação é baixo, mas deixaram claro que aprovam o Cartão Recomeço.
“No meu entender, a educação precisa de muito mais investimento. Defendo a opção da escola em tempo integral”, diz o professor José Marcelino de Rezende Pinto, professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, da USP de Ribeirão Preto.
“O ensino de qualidade oferece perspectiva para o jovem, tirando-o do caminho das drogas. O investimento per capita deveria ser o dobro, pelo menos R$ 600 por mês. Esse gasto, hoje, traria economia para o futuro”, completa o professor da USP
“O investimento para recuperar o dependente químico é válido. Mas o valor gasto por aluno com educação é muito baixo”, aponta o sociólogo Carlos Eduardo Guimarães, do Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia de São Paulo (IFSS), campus Araraquara.
“A escola em tempo integral é a saída. O ideal é oferecer atividades como música, esportes e artes. Com esse investimento, a vulnerabilidade dos jovens seria menor e evitaria gastos futuros do poder público”, avalia.
Única
Através da assessoria de imprensa, o Governo do Estado informou que possui apenas uma escola com período integral em Ribeirão Preto – a Baudilio Biagi, no bairro Adelino Simioni, zona Norte, que atende o ensino fundamental. Ao todo, a rede estadual tem 62 escolas em Ribeirão Preto.
O Estado também informa que está ampliando o número de escolas que atendem no período integral, mas não está prevista nenhuma unidade para Ribeirão Preto.
A assessoria da prefeitura disse que a “Secretaria Municipal da Educação oferece atendimento em período integral em todos os 33 Centros de Educação Infantil (CEIs) – “em 26 das 41 Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIis) e, por enquanto, em sete Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs)”, informou a prefeitura.
Ação civil
O promotor Naul Felca, que atua na área da infância e juventude, planeja abrir uma ação civil pública para obrigar a prefeitura a se responsabilizar pelo tratamento dos dependentes químicos. O representante do Ministério Público diz não ter acompanhado nenhum avanço desde o início do ano.
“Durante a campanha eleitoral [2012], foram feitas promessas e nada foi posto em prática. Estou aguardando até o fim do mês as respostas dos ofícios que enviamos. A prefeitura precisa montar uma clínica para tratar os dependentes”, disse Naul Felca.
A promotoria tem inquérito aberto desde 2009 para apurar suposta omissão da prefeitura no tratamento dos dependentes. É esse inquérito que deve ser concluído e dar início a ação civil. “Vejo falhas sistemáticas do poder público e o caso dos dependentes químicos gerou um problema gravíssimo de saúde, acrescentou o promotor.
O promotor também defende a implantação do período integral nas escolas. “O ambiente escolar é protetivo. A prioridade seria implantar período integral para evitar o primeiro contato do jovem com as drogas”, opinou o promotor. “Também é importante ressaltar que o Cartão Recomeço é uma iniciativa importante”, lembrou.
Drama
Wilian Barbosa, 49 anos, é pai de um dependente e luta para libertar o filho do vício. No incío da semana passada, após fugir da terceira clínica de tratamento – estava internado de forma compulsória –, o filho de Wilian acabou ferindo um enfermeiro com uma tesoura. “Ele está preso, mas estamos buscando uma maneira de conseguir transferi-lo para a clínica novamente”, disse Barbosa.
Segundo o pai, o filho, de 25 anos, é usuário de cocaína desde os 15. “Ele estava indo bem na clínica, mas fez amizade com uma pessoa que influenciou a fuga. Ele se arrependeu”, garantiu o pai. “Ele usou drogas pouco antes dos profissionais da clínica virem buscá-lo e, por isso, teve a reação agressiva contra o enfermeiro”, explicou.
Segundo o apurado, o enfermeiro Fábio de Paula, 29 anos, ainda vai passar por cirurgia, mas não corre risco de morte.
Flagrantes
Não é difícil flagrar usuários de entorpecentes. No entorno da rodoviária, na Praça Schmidt, os dependentes consomem droga durante o dia. “Não consigo passar duas horas sem usar drogas”, disse Claudemir, que pediu para não divulgar o sobrenome.
A Via Norte é outro ponto frequentado pelos dependentes. “Às vezes, a polícia passa e manda a gente ir embora, mas, no dia a dia, é tranquilo”, disse Janaína Silva, 21 anos.
Outro lado
A prefeitura de Ribeirão Preto diz que tem atuado para dar assistência ao dependente químico. “Nos últimos quatro anos, a atual administração implantou o Caps [Centro de Atenção Psicossocial] Infantil em coerência com a Política Nacional de Saúde Mental”, disse o Executivo, por meio de assessoria.
“A Secretaria da Saúde estabeleceu credenciamento com clínicas terapêuticas que atendem os casos em que é necessário isolamento social. Também estabeleceu convênio com entidades da sociedade civil para manutenção de casas de apoio transitório”, informa. De acordo com a prefeitura, “essas medidas mostram-se suficientes para o atendimento da demanda existente no município”.
Por fim, a prefeitura garante que implantará uma clínica pública no quadriênio 2014/2017

Toque de recolher em MG : Pré-adolescentes não poderão ficar nas ruas

Justiça instaura toque de recolher em cidade de MG

·         CRIANÇAS E ADOLESCENTES NÃO PODERÃO ESTAR NAS RUAS DE GUAXUPÉ À NOITE A PARTIR DESTA SEXTA 
Rene Moreira - O Estado de S. Paulo  
GUAXUPÉ - A Justiça determinou toque de recolher em Guaxupé (MG). A decisão estipula horários para menores de idade ficar nas ruas sem os responsáveis. A partir desta sexta-feira (17) crianças com menos de 12 anos desacompanhadas devem estar em casa até as 21h. Quem tem de 12 a 16 anos não pode sair às ruas depois das 23h, a não ser que esteja participando de atividades escolares ou religiosas. Entre 16 e 17 anos não há um horário específico, mas se estiver em local considerado impróprio terá problemas.
O Conselho Tutelar do município ficará encarregado de recolher os infratores. E, para dar ciência da de terminação, uma portaria informando sobre a medida foi publicada nesta terça-feira (15) pela Justiça local. A proibição foi decidida em conjunto após ser ouvido o Grupo de Gestão Integrada Municipal, um colegiado que reúne representantes da prefeitura, Justiça, Ministério Público, polícia, entre outros.
O juiz da Infância e da Juventude de Guaxupé, Milton Biagioni Furquim, argumenta que a intenção é proteger crianças e adolescentes contra situações como o tráfico de drogas. O álcool também preocupa, já que muitos menores de idade teriam sido flagrados bebendo em bares e casas noturnas da cidade.

Polêmica. A medida, que vale também para São Pedro da União (MG) - que pertence à comarca de Guaxupé, é polêmica e foi derrubada em cidades paulistas onde entrou em vigor no passado. Já em Minas Gerais existe até um projeto em trâmite na Assembleia que prevê o toque de recolher em nível estadual. O problema é que a Justiça, em instâncias superiores, tem se posicionado contra a norma por considerá-la inconstitucional.

Tráfico lidera internações na Fundação Casa

Tráfico lidera internações na Fundação Casa

Diário Web - São José do Rio Preto - Pierre Duart
Victor Augusto  
Aos 13 anos Roberto (nome fictício), iniciava a vida no crime, vendia “farinha” (cocaína) e maconha, na periferia de Campinas, onde morava na época. Filho de pais separados, o garoto de origem humilde, que era criado pela avó materna com mais três irmãs, decidiu largar os estudos para ter mais dinheiro e respeito na comunidade onde morava. Por quatro anos ele ficou impune até ser apreendido durante tentativa de assalto. Atualmente ele cumpre medida socioeducativa na comunidade Só Por Hoje, em Rio Preto e sonha em ser modelo e empresário. 
Histórias como a do garoto Roberto, 18 anos, são cada vez mais comuns. Nas três unidades da Fundação Casa na região - Rio Preto, Mirassol e Fernandópolis - o tráfico de drogas foi responsável pela apreensão de 113 menores em 2012, o que representa 76% dos internados nestas unidades. Número bem superior ao verificado em 2008, quando 46 jovens foram encaminhados para a Fundação por tráfico, ou seja, 36%. 
Para o defensor público de Rio Preto, Júlio César Tanoni, o aumento de menores apreendidos por tráfico de drogas é assustador. Segundo ele, a velocidade do crescimento mostra que faltam políticas públicas para acolher os jovens em situação de risco. “O perfil dos jovens na criminalidade é quase sempre o mesmo. O principal elo entre eles é a falta de uma estrutura familiar. sem a família por perto o Estado não consegue amparar o menor para lhe proporcionar opções de reintegração social, educação e condições adequadas de vida. Sem esse apoio, os adolescentes, que ainda estão formando o próprio caráter, acabam sendo levados para o mundo do crime”, afirma Tanoni. 
O defensor diz ainda que uma vez apreendidos os jovens são “punidos” com um sistema ineficaz que não colabora com a ressocialização. “A melhor alternativa seria a prevenção, mas se isso não funcionou, é preciso fazer com que os jovens cumpram medidas sociais, em liberdade. A Fundação Casa está sobrecarregada e não cumpre com o seu papel”, explica. 
A opinião do defensor é a mesma do menor Roberto. Ele conta que quando foi pego pela polícia passou 30 dias internado na Fundação Casa. “Foram os piores dias da minha vida. Se eu tivesse ficado mais tempo, tinha saído pior do que entrei. Lá é uma escola do crime. Minha sorte foi que fiquei pouco tempo e depois passei a cumprir a medida em liberdade assistida. Isso sim me fez mudar de ideia. Já tenho uma profissão, trabalho como pintor e acabei de firmar contrato com uma agência de modelos. Até o meio do ano que vem pretendo abrir minha empresa de informática e games”, diz o garoto. 
Para o juiz da Vara da Infância e Juventude de Rio Preto, Osni Assis Pereira, a falta de fiscalização nas fronteiras do Brasil, a deficiência da polícia na repressão ao tráfico e falta de leis mais rígidas são os fatores principais para o crescimento no tráfico de drogas no país. 
“Ontem mesmo, das oito audiências realizadas na Vara da Infância, todas eram de menores ligados ao tráfico. Se as fronteiras fossem fiscalizadas e a droga impedida de entrar no país, esse problema seria muito menor. Também precisamos de políticas públicas melhores. Oferecendo educação de qualidade para as crianças, só assim o problema poderá ser diminuído.” 
O diretor regional da Fundação Casa, Júlio Padovan, defende a instituição e afirma que no local os jovens são encaminhados para cursos profissionalizantes, recebem acompanhamento com especialistas de diversas áreas, como psicólogos, orientadores educacionais e esportivos e assistentes sociais. 
“Todo adolescente que chega à Fundação é avaliado e um plano individual é traçado. Temos metas a cumprir para que esse jovem se recupere. Além do interno, também atendemos à família, junto com a rede de atendimento do município. Se identificamos a dependência química do jovem o encaminhamos para os hospitais de referência e assim por diante. Não deixamos de assistir esses adolescentes.” 
Padovan diz que muitos desses jovens são reincidentes, uma vez que ao cumprirem a medida socioeducativa, voltam para suas casas, para o meio onde estavam e com isso, retornam a vida do crime. “Se não tratarmos a família também não adianta muito. A saída para diminuir a incidência de crimes são os investimentos em educação.” 
Do América para a criminalidade
O sonho de ser jogador de futebol foi o que levou Daniel (nome fictício) para as drogas aos 12 anos. O garoto treinava no América de Rio Preto, então na categoria sub-13, há cinco anos. As dificuldades financeiras da família o impediam de ir aos treinos. Depois de pedir dinheiro na rua, vender balas e doces, o menor decidiu entrar para o tráfico. 
“Pedindo e vendendo balas eu ganhava cerca de R$ 30 por dia. Quando comecei a vender crack, em um dia fiquei com R$ 600. Nunca tinha visto tanto dinheiro na minha mão, fiquei louco com tudo aquilo. Poderia ajudar nas despesas de casa, satisfazer minhas vontades e treinar no América”, conta o garoto. 
Hoje aos 17 anos, “Daniel” está internado na Fundação Casa de Rio Preto há cinco meses. Essa foi a primeira vez que ele foi flagrado no crime, depois de cinco anos vendendo o que ele mesmo chama de “ilusões”. “Essa é uma vida de mentira. O poder, o status são passageiros. Não vale a pena. Quero ir pra casa, ver minha família e estudar bastante. Só penso no futebol, quero transformar o desgosto que dei para minha mãe em orgulho e ganhar meu dinheiro honestamente”, afirma o garoto.

  

Ação das drogas no cérebro : animação

AÇÃO DAS DROGAS NO CÉREBRO!

Acesse o site:

http://www.virtual.epm.br/material/depquim/animacoes.htm# 





quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Cerca de 1,5 milhão de pessoas consomem maconha diariamente

Cerca de 1,5 milhão de pessoas consomem maconha diariamente, aponta estudo

Levantamento foi feito por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

iG São Paulo | 01/08/2012 15:21:02




Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad) realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) aponta que 1,5 milhão de adolescentes e adultos consomem maconha diariamente no País.  
Ainda de acordo com o estudo, divulgado nesta quarta-feira (1º), 7% da população adulta - 8 milhões de pessoas com idade entre 18 e 59 anos - já experimentou maconha alguma vez. Só no último ano, 3 milhões de adultos fumaram maconha.
Entre os adolescentes, 600 mil - 4% da população - usaram maconha uma vez na vida. No último ano, 470 mil (3%) consumiram a droga. 
Os pesquisadores indicam que 60% dos usuários consumiram a droga pela primeira vez antes dos 18 anos, um em cada dez homens adultos experimentou a droga uma vez na vida, mais de 1% da população masculina é dependente, quase 40% dos adultos usuários são dependentes e 1 em cada dez adolescentes que usam maconha é viciado. 
Sobre a legalização da maconha no Brasil, 75% dos entrevistados se disseram contrários à proposta. Outros 11% apoiam, 9% não souberam responder e 5% não responderam.
Foram entrevistadas 4.607 pessoas em 149 municípios, com idade a partir de 14 anos. A amostragem, de acordo com os coordenadores do estudo, é representativa. Diferentemente da primeira pesquisa, feita em 2006, os entrevistados no atual levantamento responderam a um questionário sigiloso sobre consumo de drogas.
Para o coordenador da pesquisa, o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, um dado preocupante é a proporção entre usuários adultos e adolescentes. Em 2006, existia um adolescente para cada adulto que usa maconha. Em 2012, a proporção aumentou para 1,4 adolescente por adulto. Em 62% dos casos, os usuários experimentaram a droga pela primeira vez antes dos 18 anos.
“Se as leis ficarem mais frouxas em relação ao uso da maconha, o maior prejudicado vai ser o adolescente. Qual vai ser o impacto em relação à saúde mental desses adolescentes? É isso que os dados nos alertam. A pessoa que já é usuária não vai mudar o padrão de consumo. Quem pode mudar o padrão de consumo, de acordo com a nossa atitude legislativa, é o adolescente”, avalia.

*Com Agência Brasil

País tem 2,6 milhões de usuários de crack e cocaína

Metade deles é dependente e substância inalada é a principal forma de consumo, segundo estudo do Inpad

Fernanda Aranda - iG São Paulo | 
05/09/2012 

Uma pesquisa divulgada hoje (5) mostra que o Brasil tem 2,6 milhões de usuários de crack e cocaína, sendo metade deles dependente (1,3 milhão). Deste total, 78% cheiram a substância exclusivamente (consumida na forma de pó); 22% fumam (crack ou oxi) simultaneamente e 5% consomem apenas pelos cachimbos, que já viraram marcas registradas das áreas degradas e conhecidas como cracolândias.
O estudo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), unidade de pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), mostra ainda que, do total de usuários, 1,4 milhões (46%) são moradores da região Sudeste e 27% residem no Nordeste. No ranking de regiões, o Norte aparece em 3º lugar (10%) empatado com o Centro-Oeste. O sul, com 7% de concentração, está em último lugar.
“Fizemos as análises por classe econômica e, diferentemente do esperado, não houve nenhuma diferença estatística. O padrão de consumo de cocaína, seja aspirada ou fumada, é o mesmo entre os ricos ou entre os pobres”, afirma uma das autoras do estudo, a psicóloga Clarice Sândi Madruga. “Uma das hipóteses para este cenário é que o preço da cocaína está muito mais barato, o que facilita o acesso.”
Para os pesquisadores os achados sugerem que assim como a cocaína se popularizou e chegou à classe média e média baixa, o crack também deixou de fazer parte apenas dos problemas da população de rua e da marginalidade, como era no início da epidemia. A droga hoje afeta todos os segmentos socioeconômicos.
“Não há no mundo país que venda cocaína de forma tão barata. Em média, o preço da venda aqui é U$ 2 nos Estados Unidos custa 10 vezes mais”, completa o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, também autor do estudo da Unifesp e que investiga o padrão de uso de drogas em todas as nações, sendo consultor de muitas delas.
“Além disso, os governos não fizeram a lição de casa nos últimos anos. Não há um combate efetivo do tráfico drogas e, ao mesmo tempo, não foi ampliada a rede de prevenção dos novos usuários e nem o aumento da oferta de tratamento para os já dependentes.”
Primeiro do mundo
Marcelo Ribeiro, um dos primeiros pesquisadores de álcool e drogas do País a estudar o comportamento de usuários de crack, avalia que o potencial de consumidores destas drogas existentes no Brasil fez com que, nas últimas duas décadas, o país mudasse de papel na rota dos tráficos de drogas.
“Por ser muito populoso, o Brasil deixou de ser só local de passagem das drogas para virar destino final de consumo.”
Pelos dados da Unifesp, 2% da população brasileira usaram cocaína ou crack no último ano. Apesar de proporcionalmente parecer pouco, em números absolutos é muita coisa, diz a especialista em álcool e drogas, Ilana Pinsky.
“Isso sem contar que quando o assunto é sensível, como o caso da dependência química, as pessoas tendem a não ser totalmente verdadeiras nas respostas. Com quase toda certeza, a população usuária de drogas é maior do que a identificada na pesquisa”, avalia Ilana.
Mesmo que subestimada, os 2,6 milhões de brasileiros que se declaram, sendo 1 milhão deles consumidor de crack, já somam 20% do total de consumidores mundiais de cocaína, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) utilizados pela Unifesp. “Em números absolutos, nos mostram os dados da OMS, o Brasil é o segundo mercado de cocaína do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e provavelmente o primeiro do mundo de crack, já que os outros países não separam a forma de consumo, aspirada ou fumada”, ressaltou a psicóloga Clarice Madruga.
Mais letal
Apesar da cocaína em forma de pó ser a mais prevalente entre os dependentes, os especialistas ressaltam que quando consumido na versão crack os efeitos são mais rápidos na degradação do cérebro. 

 “O crack está mais associado à mortalidade e ao envolvimento com a criminalidade”, afirma Laranjeira. “O uso da cocaína é mais escondido, embaixo do pano, mas nos números mostram que eles são muito altos e prevalentes. Na Europa toda há um declínio da utilização. No Brasil, percorremos caminho inverso”, lamenta.