Cerca de 1,5 milhão de pessoas consomem maconha diariamente, aponta estudo
Levantamento foi feito por pesquisadores
da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
| 01/08/2012
15:21:02
Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad) realizado por
pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) aponta que 1,5
milhão de adolescentes e adultos consomem maconha diariamente no País.
Ainda de acordo com o estudo, divulgado nesta quarta-feira
(1º), 7% da população adulta - 8 milhões de pessoas com idade entre 18 e 59
anos - já experimentou maconha alguma vez. Só no último ano, 3 milhões de
adultos fumaram maconha.
Entre os adolescentes, 600 mil - 4% da população -
usaram maconha uma vez na vida. No último ano, 470 mil (3%) consumiram a
droga.
Os pesquisadores indicam que 60% dos usuários consumiram a
droga pela primeira vez antes dos 18 anos, um em cada dez homens adultos
experimentou a droga uma vez na vida, mais de 1% da população masculina é
dependente, quase 40% dos adultos usuários são dependentes e 1 em cada dez
adolescentes que usam maconha é viciado.
Sobre a legalização da maconha no Brasil, 75% dos
entrevistados se disseram contrários à proposta. Outros 11% apoiam, 9% não
souberam responder e 5% não responderam.
Foram entrevistadas 4.607 pessoas em 149 municípios, com
idade a partir de 14 anos. A amostragem, de acordo com os coordenadores do
estudo, é representativa. Diferentemente da primeira pesquisa, feita em 2006,
os entrevistados no atual levantamento responderam a um questionário sigiloso
sobre consumo de drogas.
Para o coordenador da pesquisa, o psiquiatra Ronaldo
Laranjeira, um dado preocupante é a proporção entre usuários adultos e
adolescentes. Em 2006, existia um adolescente para cada adulto que usa maconha.
Em 2012, a proporção aumentou para 1,4 adolescente por adulto. Em 62% dos
casos, os usuários experimentaram a droga pela primeira vez antes dos 18 anos.
“Se as leis ficarem mais frouxas em relação ao uso da
maconha, o maior prejudicado vai ser o adolescente. Qual vai ser o impacto em
relação à saúde mental desses adolescentes? É isso que os dados nos alertam. A
pessoa que já é usuária não vai mudar o padrão de consumo. Quem pode mudar o
padrão de consumo, de acordo com a nossa atitude legislativa, é o adolescente”,
avalia.
*Com Agência Brasil
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