Whitney Houston: Os altos e baixos de uma estrela da música
Cantora chegou a
bater uma marca dos Beatles, mas problema com drogas abalou sua voz
BBC Brasil | 12/02/2012 08:44
Whitney Houston foi a queridinha da indústria musical norte-americana de
meados dos anos 1980 ao fim dos 90. Mas, depois de anos no topo, sofreu uma
queda espetacular.
A cantora e atriz morreu neste
sábado, aos 48 anos, em Los Angeles, em um quarto de hotel em Beverly
Hills. As causas ainda estão sendo investigadas.
Sua imagem serena, que
combinava com sua voz majestosa, foi destroçada por relatos de abuso de drogas
nos anos finais de sua carreira.
Whitney nasceu com
genes musicais fora do comum: era filha da cantora gospel Cissy Houston, prima
da diva pop Dionne Warwick e afilhada de Aretha Franklin. Aos cinco anos,
Whitney começou a cantar música gospel em uma igreja batista.
Também passou sua
juventude fazendo o backing vocal para artistas como Chaka Khan, Lou Rawls e
para sua própria mãe.
Foi descoberta em uma casa
noturna de Manhattan, Nova York, por um executivo da Arista Records, Clive
Davis. Aos 19 anos, ela foi praticamente recrutada na hora pela gravadora.
Primeiro álbum
Davis escolheu
renomados compositores para escreverem as canções do primeiro álbum de Whitney.
Quando este foi lançado, em 1985, tornou-se o mais vendido entre os álbuns de
artistas iniciantes. Dele saíram
vários hits, incluindo "You Give Good Love", "The Greatest Love
of All" e a canção vencedora do Grammy "Saving All My Love for
You".
Whitney teve sete
singles consecutivos no primeiro lugar das paradas de sucesso dos EUA,
superando uma marca dos Beatles. No final dos anos 1980, ela já havia se
tornado uma das artistas mais vendidas do mundo e a cantora soul mais
bem-sucedida da história.
Sua poderosa voz
também lhe rendeu sucessos em Hollywood. Em 1992, ela estrelou "O
Guarda-Costas", filme lucrativo que novamente a colocou no topo das
paradas com a canção-tema "I Will Always Love You", originalmente de
Dolly Parton.
Mas seu papel de
estrela da música em "O Guarda-Costas" acabou se tornando parecido
demais com sua própria vida. Começaram os rumores de que Whitney havia
desenvolvido uma "mentalidade de diva", era difícil de lidar e cada
vez menos pontual em seus compromissos.
Casamento problemático
Whitney voltou à tela
dos cinemas em 1995 e 1996 com os filmes "Falando de Amor" e "Um
Anjo em Minha Vida", que também derivaram em álbuns de trilhas sonoras.
Mas a essa altura ela havia começado a usar excessivamente drogas como cocaína,
maconha e medicamentos - foi quando os hits pararam de surgir.
Seu comportamento
ficou cada vez mais errático. Em 1992, ela havia se casado com o cantor de
hip-hop Bobby Brown, com quem teve a filha Bobbi Kristina, mas a relação
tumultuosa entre marido e mulher se tornou um espetáculo público.
O casal se divorciou
em 2007, e Whitney ficou com a guarda da filha. Aos poucos, a voz da cantora,
antes cristalina, foi ficando áspera e rouca. Ela já não conseguia chegar às
notas musicais altas que lhe haviam alçado à fama.
Whitney internou-se
duas vezes em clínicas de reabilitação até declarar-se livre do vício, em 2010.
Mas, no meio tempo, ela faltou a shows e foi flagrada portando drogas em um
aeroporto. Em 2001, durante um show de tributo a Michael Jackson, ela estava tão
magra que no dia seguinte surgiram rumores de sua morte.
Em 2002, em entrevista
à jornalista americana Diane Sawyer, Whitney declarou: "Meu maior demônio
sou eu mesma. Ou sou minha melhor amiga, ou minha pior inimiga". A cantora
ensaiou um retorno à cena musical em 2009, com o álbum "I Look to
You", mas o show criado para promover o disco fracassou.
Ainda assim, a voz de
Whitney "tem moldado (o estilo) das intérpretes femininas pelos últimos 30
anos", na opinião do jornalista musical Paul Gambaccini. No final das
contas, disse ele à BBC, Whitney se tornou vítima de um "declínio
autoadministrado". "(A morte da cantora) é uma tragédia, uma vida
perdida e um grande talento desperdiçado", agregou.
meu eu sei tudo da Whitney Houston
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