Afastamentos
por uso de drogas preocupam INSS
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Folha de São Paulo Andreza Matais Simone Iglesias de Brasília
Problemas
decorrentes do uso de drogas proibidas, como crack, bateram às portas do
INSS. Em 2011, a Previdência concedeu 124.947 auxílios-doença e dependentes
químicos, a um custo de R$107,5 milhões.
“Essa
conta está entre os grandes desafios que temos pela frente porque tende a
aumentar", disse o ministro Garibaldi AlvesAuxílio-doença a drogados já
preocupa a Previdência
Afastamento
por uso de drogas gerou prejuízo de R$ 107, 5 milhões em 2011. Em 2 anos, Previdência liberou mais de 350 mil benefícios; as drogas ilícitas
afastam mais do que álcool e cigarro
Problemas
decorrentes do uso de drogas já bateram às portas do INSS e começam a
preocupar o governo. No ano passado, a Previdência concedeu 124.947
auxílios-doença a dependentes químicos.
O
afastamento pelo uso de drogas proibidas, como crack, cocaína, anfetaminas e
maconha chega a ser oito vezes maior do que pelo consumo de álcool e cigarro.
Os dados foram levantados pelo Ministério da Previdência a pedido da Folha.
A conta para o governo com essa despesa foi de, no mínimo, R$ 107,5 milhões em 2011. A Previdência tem dificuldades para calcular o valor exato devido à complexidade desses pagamentos.
O
auxílio-doença varia de um salário mínimo a R$ 3.916. O valor médio pago aos
dependentes é de R$ 861.
O
número é crescente. De 2009 para cá, a Previdência concedeu mais de 350 mil
auxílios a pessoas que precisaram se afastar do trabalho por uso de drogas.
"Essa
conta já está chegando para a Previdência e está hoje entre os grandes
desafios que temos pela frente porque tende a aumentar. São pessoas em idade
produtiva consumidas pelas drogas. Ao invés de estarem contribuindo para a
Previdência, as estamos perdendo", disse o ministro Garibaldi Alves.
SEM CONTROLE
O auxílio-doença é pago a pedido do segurado, mediante laudo médico. Não há exigência de que comprove o uso do dinheiro para tratamento. "Há o risco de o usuário ir receber [o dinheiro] e continuar [a usar droga], inclusive, com o dinheiro do governo. Mas como vamos fiscalizar? A Previdência não pode isoladamente fazer alguma coisa se não contar com a mobilização do governo e da sociedade", afirmou.
O uso
de drogas psicoativas -como crack e cocaína- respondeu por mais de 70 mil
pedidos de afastamento do trabalho nos últimos três anos de um total de 350
mil. Só em 2011, foram concedidos 27.714 benefícios especificamente por causa
disso.
São
Paulo é o Estado que teve o maior número de contribuintes afastados.
EXPLOSÃO
O número de atendimentos aos usuários de drogas explodiu na rede pública.
Nos
últimos oito anos, o SUS (Sistema Único de Saúde) registrou um aumento de
900% nesse tipo de procedimento.
Segundo
dados do Ministério da Saúde, em 2003, foram realizados 299.786 atendimentos
a dependentes químicos no SUS. No ano passado, mais de 3 milhões.
Colaborou Márcio Falcão |
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