Mães
relatam experiências com filhos usuários de crack, em Ribeirão
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Usuária
da droga diz que vendia fraldas e leite dos filhos em troca do crack.
Clínica para mulheres tenta recuperar sentimentos maternos em internas.
Do G1 Ribeirão e Franca
O uso de crack não é um vício que atinge apenas o usuário da droga.
Mães da região de Ribeirão Preto relataram suas experiências com filhos
viciados em crack ao Jornal da EPTV.
A empresária Márcia Marisa Macei internou seu filho em clínicas de
tratamento dez vezes. Durante a experiência, Márcia encontrou aliados e criou
uma associação de pais de dependentes químicos, em Ribeirão Preto. “Meu filho
chegou a pular da janela, mas eu não desisto dele, quando acontece uma
recaída eu busco e o interno novamente", afirma.
Em Ribeirão Preto, a dona de casa Dolores de Souza cria três netos
gerados por sua filha de 31 anos, viciada em crack. Uma das crianças, de 5
anos tem problemas mentais causados pelo uso da droga durante a gravidez.
Segundo Dolores, a filha perambula pela cidade se prostituindo para
manter o vício, ficando grávida frequentemente e abandonando os bebês no
hospital.
Atualmente, a dona de casa busca uma cirurgia de laqueadura para sua
filha dependente, que está esperando um filho novamente. “Sofri muito por
causa dela, cheguei a parar no hospital, mas cuidar das crianças acaba me
envolvendo”, diz.
O psiquiatra da USP de Ribeirão Preto Erickson Furtado afirma que a
situação é cada vez mais comum, já que durante sua experiência com saúde
mental ele percebeu que é cada vez maior o número de grávidas que usaram ou
ainda usam crack. “ A criança nasce com baixo peso, antes da hora e na idade
escolar pode apresentar dificuldades na aprendizagem”, diz.
Na Cadeia Feminina de Franca, a equipe do Jornal da EPTV não encontrou
dificuldades para encontrar mulheres que começaram a fumar crack ainda
meninas e por causa da droga perderam a liberdade e o direito de criar os
filhos.
Uma usuária da cidade que prefere não se identificar tem 28 anos e
perdeu a guarda dos três filhos de 9, 5 e 7 anos está grávida de seis meses.
Ela não usa a droga há um ano e afirma que tentará recuperar a custódia das
crianças. A mulher admite que levava os filhos pequenos em pontos de vendas
de drogas e que vendia objetos deles para comprar o crack. “Vendia fralda,
leite e roupinhas se alguém se interessava”, diz
De acordo com a conselheira tutelar de Franca Gláucia Limonti, o órgão
precisa encontrar lares para os filhos de mulheres viciadas em crack
diariamente. “O Conselho Tutelar precisa proteger a criança e com a mãe
usuária de crack a criança está em risco”, afirma.
Segundo o fundador de uma clínica de tratamento voltada para mulheres
que fica em Ribeirão Preto, José Maurício Maniglia, mesmo com o tratamento,
grande parte das mulheres acabam voltando ao vício.
No local, trabalhos de terapia tentam trazer de volta às usuárias os
sentimentos maternos. Uma das internas afirma que sente falta dos filhos e
que se empenhará no tratamento para tentar recuperá-los. “Vou pegar meus
filhos de volta”, diz.
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Bem interessante a matéria, mas não basta só criar lugares para essas mães usuárias de crack, tem que combater as pessoas que vendem crack.
ResponderExcluirPensam só, que ridículo um traficante aceitar fralda, leite, roupa, em troca de pedra, é uma pessoa sem sentimento algum. Não basta só ajudar as mães, tem que acabar com as bocas de crack!
Não só de crack, outras bocas também, são pessoas que só desgraçam a vida dos outros sem nenhuma culpa, e não estão ai se a pessoa está tirando dinheiro de comida, de dinheiro de conta para pagar. Acreditamos sim que o dependente quimíco tem uma doença, podemos tratar essa doença, mas temos que achar um meio de combater o tráfico.
Abraços
Seja bem vinda Mari. Abraço.
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