sábado, 25 de fevereiro de 2012

Mães relatam experiência com filhas dependentes


Mães relatam experiências com filhos usuários de crack, em Ribeirão



Usuária da droga diz que vendia fraldas e leite dos filhos em troca do crack.
Clínica para mulheres tenta recuperar sentimentos maternos em internas.

Do G1 Ribeirão e Franca
O uso de crack não é um vício que atinge apenas o usuário da droga. Mães da região de Ribeirão Preto relataram suas experiências com filhos viciados em crack ao Jornal da EPTV.
A empresária Márcia Marisa Macei internou seu filho em clínicas de tratamento dez vezes. Durante a experiência, Márcia encontrou aliados e criou uma associação de pais de dependentes químicos, em Ribeirão Preto. “Meu filho chegou a pular da janela, mas eu não desisto dele, quando acontece uma recaída eu busco e o interno novamente", afirma.
Em Ribeirão Preto, a dona de casa Dolores de Souza cria três netos gerados por sua filha de 31 anos, viciada em crack. Uma das crianças, de 5 anos tem problemas mentais causados pelo uso da droga durante a gravidez.
Segundo Dolores, a filha perambula pela cidade se prostituindo para manter o vício, ficando grávida frequentemente e abandonando os bebês no hospital.
Atualmente, a dona de casa busca uma cirurgia de laqueadura para sua filha dependente, que está esperando um filho novamente. “Sofri muito por causa dela, cheguei a parar no hospital, mas cuidar das crianças acaba me envolvendo”, diz.
O psiquiatra da USP de Ribeirão Preto Erickson Furtado afirma que a situação é cada vez mais comum, já que durante sua experiência com saúde mental ele percebeu que é cada vez maior o número de grávidas que usaram ou ainda usam crack. “ A criança nasce com baixo peso, antes da hora e na idade escolar pode apresentar dificuldades na aprendizagem”, diz.
Na Cadeia Feminina de Franca, a equipe do Jornal da EPTV não encontrou dificuldades para encontrar mulheres que começaram a fumar crack ainda meninas e por causa da droga perderam a liberdade e o direito de criar os filhos.
Uma usuária da cidade que prefere não se identificar tem 28 anos e perdeu a guarda dos três filhos de 9, 5 e 7 anos está grávida de seis meses. Ela não usa a droga há um ano e afirma que tentará recuperar a custódia das crianças. A mulher admite que levava os filhos pequenos em pontos de vendas de drogas e que vendia objetos deles para comprar o crack. “Vendia fralda, leite e roupinhas se alguém se interessava”, diz
De acordo com a conselheira tutelar de Franca Gláucia Limonti, o órgão precisa encontrar lares para os filhos de mulheres viciadas em crack diariamente. “O Conselho Tutelar precisa proteger a criança e com a mãe usuária de crack a criança está em risco”, afirma.
Segundo o fundador de uma clínica de tratamento voltada para mulheres que fica em Ribeirão Preto, José Maurício Maniglia, mesmo com o tratamento, grande parte das mulheres acabam voltando ao vício.
No local, trabalhos de terapia tentam trazer de volta às usuárias os sentimentos maternos. Uma das internas afirma que sente falta dos filhos e que se empenhará no tratamento para tentar recuperá-los. “Vou pegar meus filhos de volta”, diz.

2 comentários:

  1. Bem interessante a matéria, mas não basta só criar lugares para essas mães usuárias de crack, tem que combater as pessoas que vendem crack.

    Pensam só, que ridículo um traficante aceitar fralda, leite, roupa, em troca de pedra, é uma pessoa sem sentimento algum. Não basta só ajudar as mães, tem que acabar com as bocas de crack!

    Não só de crack, outras bocas também, são pessoas que só desgraçam a vida dos outros sem nenhuma culpa, e não estão ai se a pessoa está tirando dinheiro de comida, de dinheiro de conta para pagar. Acreditamos sim que o dependente quimíco tem uma doença, podemos tratar essa doença, mas temos que achar um meio de combater o tráfico.

    Abraços

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