domingo, 31 de julho de 2011

Tratamento compulsório ou limpeza da área?

Kassab quer comprar um terreno para tratar viciado


Prefeitura pretende ampliar tratamentos
Folha de São Paulo - EVANDRO SPINELLI DE SÃO PAULO

A Prefeitura de São Paulo estuda comprar uma área em Guaratinguetá (187 km de SP) para tratar viciados em crack. A ideia do prefeito Gilberto Kassab (PSD) é comprar o imóvel e anexá-lo à Fazenda Esperança, entidade ligada à Igreja Católica que trata viciados em drogas e álcool com a qual a prefeitura tem convênio.
Desde junho, a prefeitura envia dez pessoas por mês para tratamento no local. "É gente da cracolândia, viu?", disse a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social e vice-prefeita, Alda Marco Antonio (PMDB).
Com a ampliação da área, a prefeitura poderia enviar mais pacientes para o local. O contrato com a entidade prevê o tratamento de cem pessoas por ano.

A prefeitura paga R$ 800 por mês para cada paciente, além de despesas extras. O tratamento dura um ano. A prefeitura tem convênio também com outras entidades, todas fora da capital.
A ideia de comprar a área surgiu quando Kassab visitou o local. Há uma negociação para o terreno virar loteamento. A prefeitura ainda não procurou o proprietário.
O problema é que a prefeitura não tem certeza se pode comprar um imóvel fora de São Paulo. O assunto ainda está em discussão na área jurídica do governo.
Desde junho, a prefeitura busca uma fórmula jurídica para tirar viciados das ruas a força. A Secretaria de Negócios Jurídicos pretende conversar com Tribunal de Justiça, Ministério Público e Defensoria sobre o assunto, mas nada foi feito ainda.
Não se trata de internação compulsória dos viciados, porque isso só pode ser feito pela Justiça. O que se procura é uma fórmula legal que permita levar viciados para um abrigo ou unidade de saúde mesmo que ele não aceite.

Quem será que disse isso?
Oras, uma vez que o dependente não aceita ser levado para um abrigo ou uma unidade de saúde é claro que seria feito de uma maneira forçada, portanto, compulsória. 
Ou seria essa uma maneira encontrada pela prefeitura para limpar o centro velho de SP, indo ao encontro da valorização de imóveis tão exigida pelos comerciantes da região? 
Será que resolverá o problema dos viciados, como eles dizem na reportagem?

2 comentários:

  1. Como vai, Rosângela?
    Li, com interesse, o seu artigo, porém ao final dele achei (me desculpe) que sua frase destoa de todo o conteúdo anterior.
    Não imagino que seja apenas por uma questão de especulação do mercado imobiliário que se aprovaria algo assim.
    Tenho amigos viciados e sei o quanto suas familias sofrem com este problema. Risco de vida o tempo todo, risco de prejuizos materiais dentro de casa. Familias que passam noites em claro tentando imaginar onde, como e para que o indivídio está.
    Indagan-se: Está vivo? Está morto? Quando, e se, chegar em casa trará um novo hematoma, uma nova fratura ou o que?
    Respeitando sua posição como psicóloga (categoria de profissional que ja busquei várias vezes na vida)digo o que penso:
    Penso que uma pessoa dependente de droga, dependendo do estágio, não está em condição de responder por si mesma, assim como uma criança não pode optar por tomar ou não uma injeção.
    Ora, onde mora o direito da criança quando ela se recusa a tomar uma injeção? O pai ou a mãe não lhe obriga a tomar à força? E porque? Porque a criança não está em condições de decidir por sí mesma.
    Entretanto... gostei muito do seu artigo.
    Um forte abraço.

    Gilmar Ramos
    gilgest@yahoo.com.br

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  2. Gilmar, todos têm o direito de expressar a sua opinião, por isso respeito a sua!. Acompanhe o assunto e verá que existe essa hipótese vinda de personalidades importantes do nosso país. É importante pensar além das aparências. Abraço.

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