Afastamento do trabalho por uso de droga cresce 22% em 2011 |
Folha de São Paulo - MARCOS DE VASCONCELLOS DE SÃO PAULO Há quatro meses, Daniel Meana, 33, levou um ultimato dos donos da empresa que gerencia: ou parava de usar drogas ou seria demitido. Ele prometeu deixar o vício. A doença, no entanto, foi mais forte, desabafa Meana. Gastou R$ 900 de um adiantamento em menos de um dia - saiu da companhia às 14h de sábado e voltou para casa às 2h de domingo. "Fiquei bebendo cerveja e cheirando cocaína", lembra. A perda de controle gerada pela experiência e uma briga o fizeram parar. O profissional decidiu buscar ajuda em clínica de reabilitação. Depois de um mês internado, voltou à empresa e teve seu cargo de volta. O rendimento profissional melhorou tanto que recebeu aumento. Histórias como a do gerente têm se repetido no Brasil. No primeiro semestre de 2011, 21.273 trabalhadores foram afastados de seus postos para tratar transtornos causados pelo uso de substâncias psicoativas - que agem no sistema nervoso central produzindo alterações de comportamento, humor e cognição. ALTA DE 22% O número representa crescimento de 22% em relação ao mesmo período de 2010 (17.454). São licenças concedidas pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) por problemas causados por uso de drogas ilícitas como cocaína e abuso de remédios sedativos e estimulantes, como antidepressivos e ansiolíticos (para controle da ansiedade). Dos executivos, 15% usam substâncias psicoativas, segundo pesquisa do HCor (Hospital do Coração) com 829 pessoas de abril de 2009 a março de 2010, obtida com exclusividade pela Folha. LEMBRE-SE: Após a internação, o dependente químico precisará continuar o tratamento psicoterápico e psiquiátrico. Caso contrário será muito difícil não voltar ao uso. |
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