Autismo
e esquizofrenia podem ser hereditários, aponta estudo
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Segundo pesquisa, filhos de pais esquizofrênicos têm mais chances de
desenvolver doenças
Estadão.com.br Reuters
Membros de famílias com histórico de esquizofrenia ou desordem bipolar têm mais chances de ter filhos com autismo, aponta um estudo conduzido por pesquisadores suecos e israelenses.
Os pesquisadores descobriram que as crianças cujos pais ou irmãos
foram diagnosticados com esquizofrenia têm três vezes mais chances de
desenvolver alguma doença que afeta o desenvolvimento cerebral, como autismo
ou a síndrome de Aspenger. A relação também foi constatada para quem tem
desordem bipolar, embora em menor frequência, segundo o estudo publicado nos
Arquivos Gerais de Psiquatria dos Estados Unidos.
"A maior parte das pessoas com familiares que têm uma dessas
doenças não apresenta nenhum tipo de problema", disse o doutor Patrick
Sullivan, um dos líderes do estudo. Ele ressalta, porém, que há um fator
fundamental e comum às duas desordens como alterações genéticas, que são
passadas hereditariamente.
Uma das principais questões acerca das pesquisas sobre o autismo é
quando a genética está envolvida nos casos em que a condição é constatada,
sem que sejam considerados os períodos pré-natal e do início da infância.
Para o estudo, os pesquisadores analisaram informações de três bancos
de dados - dois que acompanharam crianças e suas famílias na Suécia e seus
diagnósticos e um outro com informaões sobre todos os cidadãos que entraram
no serviço militar de Israel, incluindo irmãos. Ao todo, eram dados de mais
de 30 mil jovens com autismo.
Eles descobriram que nos dois estudos suecos, crianças com pais ou
irmãos com esquizofrenia tinham de 2,6 a 2,9 mais chances serem autistas. A
tendência foi a mesma para os que tinham irmãos esquizofrênicos em Israel.
Quando os pais tinham desordem bipolar, essa taxa caiu para um nível de
variação que vai de 1,6 a 1,9.
Para Sullivan, há certas mutações genéticas que aparentemente provocam
a predisposição ao autismo e à esquizofrenia. E poderia haver muitas
variações desse gene, que pode aumentar as chances do desenvolvimento das
doenças como o autismo ou não, acrescenta. "Só porque há vários fatores
de risco, não quer dizer que eles representem a mesma coisa. As necessidades
de pessoas com autismo e esquizofrenia e os tratamentos que temos funcionam
para um e para outro, mas não se sobrepõem", conclui.
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