DECISÃO
DE ENGANAR ALGUÉM VEM DE ÁREA ESPECÍFICA DO CÉREBRO, DIZ ESTUDO
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Em anos recentes, os neurocientistas descobriram que as pessoas raramente tomam decisões de maneira isolada porque são sensíveis ao que outras pessoas querem e esperam
Revista
Época
Muitas
áreas do cérebro lidam com as tarefas sociais, mas os cientistas da
Universidade Duke identificaram uma que atua especificamente na maneira de
agir quando nos encontramos com um oponente e pensamos em enganá-lo, segundo
um artigo publicado nesta quinta-feira pela revista "Science".
As
interações sociais fazem com que o cérebro opere sob regras diferentes e
podem influir na tomada de decisões, assinala o artigo.
Em anos
recentes, os neurocientistas descobriram que as pessoas raramente tomam
decisões de maneira isolada porque são sensíveis ao que outras pessoas querem
e esperam.
Pesquisador
de Harvard diz: o otimismo é o maior indicador de sucesso
"Uma ligação telefônica e uma conversa rápida com a mãe ou com um amigo pode nos fazer pensar duas vezes antes de tomarmos uma decisão, e pode nos dar a coragem para seguir adiante com um plano", acrescenta.
Scott
Huettel e seus colegas do Centro Interdisciplinar para Ciência de Decisões em
Duke (Carolina do Norte) desenvolveram uma experiência na qual os
participantes, que eram pessoas comuns sem experiência no pôquer, jogavam
partidas virtuais contra um humano e um computador.
Os
participantes jogaram conectados a um aparelho de imagem funcional por
ressonância magnética (MRIf) e, mediante algoritmos de computador, os
pesquisadores escanearam 55 regiões do cérebro e puderam observar o volume de
informações processadas por cada área do cérebro.
Os
cientistas verificaram que uma só região cerebral, a conjunção temporal
parietal (CTP), se ocupa das informações específicas acerca das decisões
tomadas contra outro humano.
A CTP é
uma área do cérebro no extremo posterior do sulco lateral, onde se encontram
os lóbulos temporal e parietal, e que, de acordo com os cientistas,
desempenha um papel crucial nos processos de distinção do eu e dos outros.
Alguns
experimentos demonstraram que o estímulo elétrico da CTP pode causar
experiências extracorpóreas, e os transtornos eletromagnéticos nessa área
afetam a capacidade do indivíduo para a tomada de decisões morais.
Em
algumas partidas de pôquer da experiência em Dukek, os participantes
receberam uma "mão" de cartas obviamente fraca, e os pesquisadores
observaram a forma como o jogador pensava em enganar seu adversário.
Os
sinais do cérebro, captados pelo MRIf, indicaram aos cientistas quando o
participante pensava em blefar, se considerasse o adversário um bom jogador
de pôquer. Já quando o participante jogava contra um computador, os sinais
desde a CPT não indicavam as decisões que tomaria.
O
principal pesquisador do estudo, McKell Carter, indicou que a CPT é uma área
limítrofe no cérebro e pode estar na interseção onde se reúnem as informações
de atenção e as informações biológicas.
Antes
de começar a partida, os participantes se apresentavam e apertavam a mão de
seus adversários humanos. Em geral, segundo observou Carter, os participantes
prestavam mais atenção no adversário humano que no computador, o que é
coerente com o impulso humano de comportamento social.
"Há
diferenças neurais que são fundamentais entre as decisões tomadas em um
contexto social e um não social", indicou Huettel, autor principal do
artigo.
"A
informação social pode fazer com que nosso cérebro jogue com regras
diferentes das que usaria em uma situação não social", acrescentou.
"E é importante que tanto os cientistas quanto os políticos compreendam
o que faz com que encaremos uma situação de maneira social ou não
social", complementou. EFE
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