Saindo do hospício Reforma psiquiátrica completa dez anos em meio a críticas dos médicos, que questionam a redução das internações e a falta de estrutura para emergências Folha de São Paulo - GUILHERME GENESTRETI NATÁLIA CANCIAN DE SÃO PAULO No mês passado, a lei que estabeleceu a reforma psiquiátrica no Brasil completou dez anos.A regra mudou a estrutura do atendimento em saúde mental e também abriu uma cisão entre os especialistas da área. De um lado, entidades como a Associação Brasileira de Psiquiatria criticam a redução do número de leitos em hospitais psiquiátricos e o que chamam de visão ideológica dos transtornos mentais. Do outro, o Ministério da Saúde e o movimento de Luta Antimanicomial, cujo dia é comemorado na quarta-feira, se levantam contra o tratamento nos hospitais, tido como desumano e ineficaz. ![]() Com a reforma, o atendimento foi transferido dos hospitais psiquiátricos para a rede extra-hospitalar, em especial, os Caps (Centros de Atenção Psicossocial). Em 2002, havia mais de 52 mil leitos em hospitais psiquiátricos no país. Hoje, segundo o Ministério da Saúde, são menos de 33 mil, mais a rede de 1.650 Caps e 571 residências terapêuticas. Para Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, o saldo é negativo. "O doente foi despejado na rua." Segundo ele, parte do problema foi transferido para as prisões. Silva estima que 12% da população carcerária tenha doença mental grave. Para o psiquiatra Roberto Tykanori, coordenador técnico de saúde mental do ministério, a reforma ampliou o atendimento - "Antes, o acesso se resumia aos hospitais. Agora, a pessoa é atendida no ambiente em que vive, e não em um local isolado, segregador, cheio de desconhecidos." "ERA TERRÍVEL." Os Centros de Atenção Psicossocial já existiam antes da lei, mas passaram a ter um papel central no sistema. Nessas unidades, os pacientes são atendidos por médicos, psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais. José Rinaldo da Silva, 37, frequenta o Caps da Vila Brasilândia, em São Paulo, desde o ano passado. Portador de esquizofrenia e epilepsia, ele conta que já morou na rua e passou por 49 internações em hospitais: "Juquery, Pinel, Charcot, Vera Cruz, João de Deus...", enumera. No Caps, ele recebe atendimento médico e participa de oficinas de arte. "Aqui, a gente fica aliviado. Antes, se eu via uma ambulância, já saía correndo, com medo de me internarem", diz. Aos 18 anos, ele passou seis meses no hospital psiquiátrico do Juquery, em Franco da Rocha (Grande São Paulo). "Era terrível. Tinha briga na fila da comida, e aí eles amarravam, davam choque." O técnico Luiz Franco de Godoy, 57, tem transtorno bipolar e frequenta o mesmo Caps. "Aqui não é clausura. Tenho a liberdade de sair e voltar quando preciso." SURTO À NOITE A maior parte dos Caps funciona só durante o dia. Na cidade de São Paulo, dos 65 Centros existentes, só seis têm atendimento 24 horas e leitos para internações curtas. "Imagine um paciente que tem surto à noite. Ele acaba em prontos-socorros inadequados ou amarrado em casa", diz Valentim Gentil, professor de psiquiatria da Universidade São Paulo (USP). Para o psiquiatra Emmanuel Fortes, do Conselho Federal da Medicina, não houve "reforma". "O que existe é uma atitude ideológica de negar a doença mental." Fortes afirma que o fechamento de hospitais psiquiátricos extinguiu uma alternativa de tratamento especializado que os Caps não conseguem suprir. Segundo ele, esses hospitais estão sendo sufocados por falta de recursos. Já na visão do psiquiatra Pedro Carneiro, do Instituto Sedes Sapientieae, médicos criticam a reforma porque com ela perderam o monopólio sobre o tratamento do doente mental. |
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segunda-feira, 16 de maio de 2011
Polêmica : Saindo do hospício.
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Opinião : Doentes mentais e dependentes estão ao "deus dará"?
A descriminação das drogas e o Movimento Antimanicomial: duas formas que os “humanistas” têm de ser perversos, sem que o saibam
Por Reinaldo Azevedo – revista Veja
A descriminação da maconha — na verdade, das drogas em geral — é um daqueles quase-consensos desastrosos que se vão formando entre os bem-pensantes e que passam ao largo das necessidades e dos problemas reais da esmagadora maioria das pessoas. Infelizmente, os efeitos deletérios de certas escolhas não são, depois, percebidos pelos tais bem-pensantes. As maiorias que se lixem; os outros fizeram a sua parte: foram generosos…
Querem um exemplo escandaloso? O chamado Movimento Antimanicomial, dado o horror dos hospitais e entidades destinadas a receber doentes mentais, conseguiu acabar com as instituições destinadas à
internação de doentes irrecuperáveis ou que necessitam de atenção permanente.
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Com um pouquinho de Michel Foucault aqui — oh, a loucura é apenas uma das várias formas DE ser DO ser!!! — e muito de desídia do estado brasileiro, conseguiu-se satanizar a internação de doentes mentais. Em vez de se dispensar tratamento adequado aos portadores de patologias, decidiu-se que o melhor era entregá-los mesmo ao deus-dará. E ao deus-dará ficaram. Reiterados estudos demonstram, por exemplo, que a esmagadora maioria dos chamados “moradores de rua” — nome politicamente correto para a mendicância — são portadores de graves distúrbios. Deveriam estar tomando remédio. Em vez disso, o Movimento Antimanicomial os entregou ao consumo de crack e, agora, de oxi. Um plano para exterminá-los, segundo a mais eficiente estratégia da eugenia nazista, não teria sido mais eficiente. Enquanto não morrem à míngua — ou assassinados por seus próprios pares de vício —, vagam pelas cidades como zumbis, literalmente: são mortos-vivos.
Quando os chamados manicômios foram extintos, os “foucaultianos” chegaram às suas casas e acenderam uma vela moral ao guru da sanidade alternativa, do “outro modo de ser”, da conformação psíquica que não estava rendida ao produtivismo reacionário do capital. Pegaram “O Nascimento da Clínica”, deleitaram-se de horror ainda uma vez com as páginas iniciais de “Vigiar e Punir” — com a narrativa da mais horripilante cena de tortura e execução que conheço —, tudo acompanhado de um bom papo, quem sabe de um bom vinho (os mais ousados queimaram um matinho…), e deram seu trabalho por concluído.
Ocorre que a Dona Gislaynne e o Seu Uóxiton ficaram lá na periferia, sem ter o que fazer com o seu maluco. Como ela tem de sair de casa para trabalhar, vê-se, muitas vezes, na contingência de acorrentar o seu adolescente viciado em crack ou algum outro parente sem condições de viver em sociedade. O risco é algum vizinho denunciar, e ela acabar em cana. O Seu Uóxiton também tem uma vida dura e não pode cuidar dos seus doentes. Com má sorte, um repórter ainda enfia um microfone na sua cara e pergunta como ele tem coragem de ser tão cruel; não entende, afinal, que seu filho ou filha ou é um ser alternativo ou é apenas um doente das drogas, que merece um tratamento humano?
O fim dos manicômios é filho do mesmo aparelho mental que pede agora a descriminação das drogas. “Já que os hospitais psiquiátricos se mostram inúteis; já que eles são fontes de violência e agressão aos direitos humanos; já que os doentes são tratados como cães sarnentos; já que tudo isso ofende o nosso senso de dignidade de humanidade, então a única coisa decente a fazer é extingui-los.” E assim se fez! E os zumbis vagam por aí, nem mortos nem vivos, como lhes é próprio.
Por que evoquei a questão de renda? Porque as pessoas com dinheiro têm o que fazer com seus loucos e com seus drogados. Clínicas que atuam do modo como deveriam atuar os tais manicômios, mas a um preço proibitivo para a esmagadora maioria das pessoas, oferecem aos ricos aquilo de que estão privados os pobres. É a forma que tomou o libertarismo dos bem-pensantes.
O mesmo se daria — ou se dará, já que o movimento é crescente — em relação às drogas. Para as classes médias endinheiradas e para os ricos, com efeito, não haveria grandes mudanças. Já hoje a maconha e outras porcarias são vistas como parte de escolhas individuais. O futuro de boa parte dos consumidores está mais ou menos garantido; se necessário, sempre haverá uma clínica à disposição.
Com os pobres, a coisa é bem outra. À medida que a maconha — e as outras drogas; por que só ela? — pudesse circular livremente nas escolas, por exemplo (ainda que não fosse consumida no local), é evidente que aumentaria brutalmente a base de potenciais consumidores, como, aliás, é estupidamente maior a base de pessoas que experimentam álcool. Trata-se de uma droga que altera o comportamento; que potencializa — e isto está cientificamente provado — o efeito de outras doenças psíquicas, como esquizofrenia; que induz o consumidor, sob seu efeito, a imaginar uma vida interior mais rica do que ela efetivamente é no mundo dos não-consumidores.
Que assistência terão esses pobres? A mesma que já têm hoje para o álcool, o crack, o oxi e outras drogas: nenhuma! Ficarão, a exemplo dos loucos das “classes inferiores”, sem ter a quem apelar. O estado brasileiro estará lhes facultando uma chance a mais de se tornarem dependentes químicos sem uma resposta adequada como política pública. É A MESMA LIBERDADE QUE MATA DO MOVIMENTO ANTIMANICOMIAL.
A descriminação das drogas será mais um presente que os bem-pensantes darão à humanidade ideal, ignorando os homens reais.
Hábito de juntar tranqueiras ou colecionismo
Colecionismo ou hábito de juntar tranqueiras
Chama-se colecionismo a grande dificuldade ou incapacidade de descartar objetos usados e/ou inúteis, mesmo se não tiverem valor sentimental. Trata-se de uma atitude compulsiva, portanto, intimamente relacionada aos transtornos do espectro obsessivo-compulsivo.

Algumas espécies animais têm o colecionismo como mecanismos de sobrevivência, portanto, um comportamento inato. O estudo neurofisiológico desse comportamento favorece hipóteses sobre neurocircuitos dopaminérgicos especificamente relacionados ao colecionismo.
Além dos transtornos obsessivos o colecionismo pode estar presente também em outras patologias, como por exemplo, na Demência os pacientes têm extrema dificuldade para descartar objetos.
Alguns pesquisadores defendem a idéia de que, em casos específicos, o colecionismo deveria ser considerado uma patologia própria e não um sintoma – seria o chamado colecionismo patológico. Calcula-se que o colecionismo, puro e simples e sem relação com outros sintomas obsessivo-compulsivos, esteja presente em aproximadamente 5% da população.

O que são Comorbidades? | |
O termo comorbidade é formado pelo prefixo latino "cum", que significa contigüidade, correlação, companhia, e pela palavra morbidade, originada de "morbus", que designa estado patológico ou doença. Assim, deve ser utilizado apenas para descrever a coexistência de transtornos ou doenças, e não de sintomas. É considerada tanto a presença de uma ou mais distúrbios em adição à uma distúrbio primário, quanto o efeito desses distúrbios adicionais. | |
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A ocorrência de uma patologia qualquer em um indivíduo já portador de outra doença, com a possibilidade de potencialização recíproca entre estas é conhecida como comorbidade. No estudo da dependência química, a manifestação de transtornos mentais e de comportamentos decorrentes do uso de substancias e de outros transtornos psiquiátricos vem sendo bastante estudada já desde os anos 80. | |
O abuso de substâncias é o transtorno coexistente mais freqüente entre os portadores de transtornos mentais, sendo fundamental o correto diagnostico das patologias envolvidas. Os transtornos mais comuns incluem os transtornos de humor, como a depressão, transtorno bipolar, de ansiedade, de déficit de atenção e hiperatividade. Transtornos de personalidade e alimentares também apresentam estreita correlação com o abuso de drogas. |
Comorbidade em TOC
Na realidade paira um dúvida na psicopatologia; seria realmente um caso de comorbidade se estivermos diante de um paciente com depressão mais sintomas obsessivo-compulsivos, ou estes seriam uma sintomatologia atípica da própria depressão?
De qualquer forma é extremamente comum a associaçào de TOC com transtornos depressivos e ansiosos. Também pode ocorrer essa concordância clínica com a esquizofrenia em aproximadamente 10% dos casos, com o estresse pós-traumático, com a dismorfobia, com transtornos da alimentação (anorexia e bulimia), com a hipocondria, e outros.
A depressão é um achado muito significativo nos obsessivos e tal ocorrência, juntamente com a melhora do quadro com antidepressivos sugerem, no mínimo, alguma semelhança bioquímica entre estes distúrbios. Entretanto, até o momento nenhuma das teorias etiológicas pode ser definitivamente confirmada como verdadeira.
Temos ainda que diferenciar o TOC franco do Transtorno Obsessivo da Personalidade. Como vimos acima, esse transtorno de personalidade tem como característica uma maneira metódica de ser, um modo mais ritualísta de se relacionar com a realidade, um sentimento constante de inseguraça. Como distúrbio da personalidade, o tipo Obsessivo-Compulsivo (ou Anancástico) não caracteriza ainda um estado mórbido, ou seja, não proporciona ainda sofrimento ou comprometimento significativo na vida de relação ou na capacidade ocupacional. No Transtorno Obsessivo-Compulsivo franco já deve haver expressiva evitação e inibição social, conforme apregoa a definição das neuroses.
para referir:
Ballone GJ - Transtorno Obsessivo-Compulsivo - in. PsiqWeb Internet
Quadro do TOC
Quadro do TOC
O TOC é uma doença crônica e de evolução muito variável. Ela tanto pode surgir de forma abrupta, após algum evento desencadeante ou, mais comumente, insidiosamente sem que esteja associada à algum evento estressor importante. A evolução pode ser com piora, estabilização dos sintomas ou apresentação sob forma de crises episódicas. As características fundamentais dos pacientes portadores do TOC, como dissemos, são as Compulsões e Obsessões.
Entretanto, os sintomas de Compulsões e Obsessões costumam estar presentes em vários outros quadros psiquiátricos, notadamente nos quadros afetivos depressivos e ansiosos. Algumas características podem ser apontadas como sugestivas desses sintomas serem, de fato, de natureza primária, ou seja, de refletirem realmente um Transtorno Obsessivo-Compulsivo, e não secundariamente a outros quadros depressivos e/ou ansiosos.
A chamada dúvida patológica é um sintoma marcante da obsessão. Normalmente o paciente é extremamente inseguro em relação à seu arbítrio, tortura-se diante da possibilidade de fazer ou não fazer, se está certo ou errado. Torna-se, assim, extremamente indeciso e incapaz para decidir-se.
O paciente com TOC, por exemplo, costuma ter também uma preocupação exagerada com eventos pouco prováveis de causar-lhe algum dano, tais como a contaminação, roubo, perdas, etc., preocupações estas que acabam obrigando-o a lavagens, recontagens, rechecagens, etc.
Também o constante sentimento de que algo está ainda faltando, incompleto ou imperfeito acaba fazendo com que esse paciente tenha extrema dificuldade prática para concluir tarefas. Vem dessa incerteza patológica a necessidade de repetição, de lavar novamente, de contar de novo. Acredita sempre que o gás não está bem fechado, que as mão não estão tão limpas, etc.
Portanto, a doença é crônica e seu prognóstico não é bom. Há trabalhos atestando que 20 a 40% dos pacientes não obtém melhora apesar do tratamento médico, 40 a 50% tem melhora moderada e apenas 20 a 30% melhoram significativamente. O bom ajustamento social e profissional ajuda a melhorar o prognóstico. Há casos onde a hospitalização é necessária, principalmente quando o paciente submete-se totalmente às compulsões ao invés de resistir à elas.
Acompanhando a manifestação central ou a idéia obsessiva desse transtorno, deve haver sempre um sentimento de medo e/ou ansiedade presente continuamente. Tal sentimento desagradável freqüentemente leva a pessoa a tomar medidas contra a idéia ou impulso inicial, gerando assim o ato compulsivo ou compulsão. No Transtorno Obsessivo-Compulsivo da Personalidade, isso não acontece e a pessoa é concordante com sua maneira metódica e organizada de ser, ela considera esse traço anancástico como meritoso, ao contrário do portador de TOC que anseia muito ser diferente.
Kaplan delimita quatro padrões sintomáticos principais do Transtorno Obsessivo-Compulsivo pela ordem decrescente de freqüência. De fato, essa ordem de freqüência pode ser constatada na prática clínica cotidiana:
1- Obsessão de contaminação, seguida de banhos, ou da higiene das mãos, ou atitudes mais esdrúxulas. O objeto temido é difícil de evitar, como o pensamento sobre urina, fezes, contaminação microbiana, feridas, doenças, sujeira em geral e a compulsão envolve banhos e limpeza. Tais pacientes podem auto-produzir escoriações pela forma exagerada com que se lavam e escravizam-se pelo ritual absolutamente rígido do ato de limpeza. Este é o padrão sintomático mais comum. | |
2- A obsessão da dúvida seguida da compulsão para verificação é o segundo tipo mais encontradiço. A obsessão de ter negligenciado a prevenção do perigo, como por exemplo, ter deixado o gás aberto, o ferro de passar ligado, a porta da frente destrancada, a torneira aberta, as gavetas e portas semi-abertas, etc., determina complicados mecanismos de verificação e reverificação obrigando o paciente a voltar várias vezes ao mesmo local. Várias são as situações onde o indivíduo obsessivo é incomodado por sentimentos de culpa por ter negligenciado alguma coisa, daí a falsa impressão do perfeccionismo e meticulosidade. | |
3- Em terceiro lugar vem os pensamentos obsessivos meramente invasivos de temática extremamente variável; pensamentos libidinosos e obscenos dirigidos à objetos de veneração e respeito (santos, mãe, crianças, filhos), agressões que o indivíduo considera condenável. Por ter consciência destes pérfidos pensamentos habitando o seu psiquismo a ansiedade experimentada chega a ser insuportável. | |
4- A lentidão obsessiva ou pensamento persistente de critérios a meticulosidade na execução das atividades corriqueiras transformando cada atividade quotidiana numa verdadeira liturgia de perfeição e ordem. As coisas têm que ser feitas assim ou assado e, na dúvida de terem saído imperfeitas são meticulosamente repetidas. As tarefas do dia-a-dia tornam-se demasiadamente morosas e de realização extremamente complexa e cansativa. para referir: Ballone GJ - Transtorno Obsessivo-Compulsivo - in. PsiqWeb Internet |
Sintomas do TOC
Transtorno Obsessivo-Compulsivo - Sintomas
Os Pensamentos Obsessivos, como sintomas, são estudados na página sobre Alterações do Conteúdo do Pensamento. Como dissemos, são idéias de caráter obrigatório e impostas ao indivíduo, independente de sua vontade, mesmo sendo contrárias aos argumentos de sua lógica e de seu juízo.
Essa característica faz com que as pessoas pouco familiarizadas com assuntos dessa natureza, se espantem com o fato de Fulano, "tão inteligente", possa estar sendo dominado por idéias que escapam de sua vontade. Acreditam que isso possa ser uma espécie de "fraqueza mental" e falta de um pensamento, digamos, forte o suficiente para dominar tais pensamentos. Além de não ajudarem o paciente, ainda deixam-no com complexo de culpa, de fraco, de incompetente...
Para o diagnóstico de Transtorno Obsessivo-Compulsivo, os pensamentos obsessivos, e as conseqüentes compulsões deles decorrentes, devem ser suficientemente intensos para causar sofrimento acentuado, consumir tempo, interferir significativamente na rotina normal da pessoa, no funcionamento ocupacional ou nas atividades e relacionamentos sociais.
As Compulsões, como vimos, são comportamentos repetitivos e intencionais (apesar de quase involuntários), desempenhados em resposta à Idéia Obsessiva e com a finalidade de prevenir o desconforto de um suposto acontecimento terrível. Os atos compulsivos são ritualísticos, estereotipados e absurdos e, caso não sejam realizados à contento, a ansiedade acoplada à idéia obsessiva acerca de algum provável acontecimento desagradável passa a incomodar muito o paciente.
Normalmente os atos compulsivos envolvem atitudes de higiene, como por exemplo, lavar as mãos, limpar coisas metodicamente, ou atitudes de contar, conferir, arrumar. Outras vezes, implicam em tocar ou olhar objetos de maneira ritualística.
Incidência
O Transtorno Obsessivo-Compulsivo era considerado, até pouco tempo, uma doença "oficialmente" rara. Dissemos "oficialmente", porque se levava em conta, para o estabelecimento de sua incidência ou prevalência, apenas o pequeno número de pacientes que procuravam atendimento psiquiátrico especializado. Hoje em dia, a procura do tratamento especializado mudou esses índices significativamente. Jenicke (1990) calculou que esse diagnóstico está em torno de 10% de todos os pacientes que procuram atendimento de psiquiatria.
O Epidemiologic Catchment Study (ECA), norte-americano, encontrou inicialmente uma prevalência para toda a vida de 2,5%. Karno mais recentemente (1988) estabeleceu cifras de 3,0% para a prevalência do TOC para toda a vida e de 1,6% em 6 meses (Bland,1988). Estas cifras podem ser supervalorizadas, pois foram obtidas por entrevistadores leigos do ECA. Cálculos mais recentes estimam ao redor de 0,3% a prevalência para a população (Flament, 1988).
As cifras citadas podem estar subestimadas, pois os indivíduos com TOC têm vergonha de seus sintomas, não estão incapacitados pelos mesmos e muitas vezes não se dão conta de que o que sentem são manifestações patológicas.Levando estes fatos em conta, Jenicke (1990) calcula que seja de 1 a 2% o risco que as pessoas tem de desenvolver TOC. O DSM-IV, por sua vez, estima a prevalência para toda a vida, ao redor de 2,5% e de entre 1,5 a 2,1% a prevalência para o período de um ano.
A incidência do TOC é maior em pessoas com conflitos conjugais, divorciados, separados e desempregados. É maior também nos familiares de 1º grau (3 a 7%) de portadores de TOC, é igualmente presente entre homens e mulheres, sendo um pouco mais freqüente em adolescentes masculinos (75%). O início da doença se dá em torno dos 20 anos, mas não é incomum em crianças.
para referir:
Ballone GJ - Transtorno Obsessivo-Compulsivo - in. PsiqWeb Internet, disponível emhttp://www.psiqweb.med.br/, revisto em 2007
Os Pensamentos Obsessivos, como sintomas, são estudados na página sobre Alterações do Conteúdo do Pensamento. Como dissemos, são idéias de caráter obrigatório e impostas ao indivíduo, independente de sua vontade, mesmo sendo contrárias aos argumentos de sua lógica e de seu juízo.
Essa característica faz com que as pessoas pouco familiarizadas com assuntos dessa natureza, se espantem com o fato de Fulano, "tão inteligente", possa estar sendo dominado por idéias que escapam de sua vontade. Acreditam que isso possa ser uma espécie de "fraqueza mental" e falta de um pensamento, digamos, forte o suficiente para dominar tais pensamentos. Além de não ajudarem o paciente, ainda deixam-no com complexo de culpa, de fraco, de incompetente...
Para o diagnóstico de Transtorno Obsessivo-Compulsivo, os pensamentos obsessivos, e as conseqüentes compulsões deles decorrentes, devem ser suficientemente intensos para causar sofrimento acentuado, consumir tempo, interferir significativamente na rotina normal da pessoa, no funcionamento ocupacional ou nas atividades e relacionamentos sociais.
As Compulsões, como vimos, são comportamentos repetitivos e intencionais (apesar de quase involuntários), desempenhados em resposta à Idéia Obsessiva e com a finalidade de prevenir o desconforto de um suposto acontecimento terrível. Os atos compulsivos são ritualísticos, estereotipados e absurdos e, caso não sejam realizados à contento, a ansiedade acoplada à idéia obsessiva acerca de algum provável acontecimento desagradável passa a incomodar muito o paciente.
Normalmente os atos compulsivos envolvem atitudes de higiene, como por exemplo, lavar as mãos, limpar coisas metodicamente, ou atitudes de contar, conferir, arrumar. Outras vezes, implicam em tocar ou olhar objetos de maneira ritualística.
Incidência
O Transtorno Obsessivo-Compulsivo era considerado, até pouco tempo, uma doença "oficialmente" rara. Dissemos "oficialmente", porque se levava em conta, para o estabelecimento de sua incidência ou prevalência, apenas o pequeno número de pacientes que procuravam atendimento psiquiátrico especializado. Hoje em dia, a procura do tratamento especializado mudou esses índices significativamente. Jenicke (1990) calculou que esse diagnóstico está em torno de 10% de todos os pacientes que procuram atendimento de psiquiatria.
O Epidemiologic Catchment Study (ECA), norte-americano, encontrou inicialmente uma prevalência para toda a vida de 2,5%. Karno mais recentemente (1988) estabeleceu cifras de 3,0% para a prevalência do TOC para toda a vida e de 1,6% em 6 meses (Bland,1988). Estas cifras podem ser supervalorizadas, pois foram obtidas por entrevistadores leigos do ECA. Cálculos mais recentes estimam ao redor de 0,3% a prevalência para a população (Flament, 1988).
As cifras citadas podem estar subestimadas, pois os indivíduos com TOC têm vergonha de seus sintomas, não estão incapacitados pelos mesmos e muitas vezes não se dão conta de que o que sentem são manifestações patológicas.Levando estes fatos em conta, Jenicke (1990) calcula que seja de 1 a 2% o risco que as pessoas tem de desenvolver TOC. O DSM-IV, por sua vez, estima a prevalência para toda a vida, ao redor de 2,5% e de entre 1,5 a 2,1% a prevalência para o período de um ano.
A incidência do TOC é maior em pessoas com conflitos conjugais, divorciados, separados e desempregados. É maior também nos familiares de 1º grau (3 a 7%) de portadores de TOC, é igualmente presente entre homens e mulheres, sendo um pouco mais freqüente em adolescentes masculinos (75%). O início da doença se dá em torno dos 20 anos, mas não é incomum em crianças.
para referir:
Ballone GJ - Transtorno Obsessivo-Compulsivo - in. PsiqWeb Internet, disponível emhttp://www.psiqweb.med.br/, revisto em 2007
Manias, pensamentos, idéias absurdas que não se consegue evitar?
TOC - Transtorno Obsessivo-CompulsivoManias, pensamentos insistentes, idéias absurdas que não se consegue evitar, comportamentos compulsivos... |

As características essenciais do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) são obsessões ou compulsões recorrentes e suficientemente graves para consumirem tempo ou causar sofrimento acentuado à pessoa. Leigamente, diz-se que a pessoa tem várias manias esquisitas ou estranhas mas, normalmente, o próprio portador deTOC sabe que suas manias, obsessões e/ou compulsões são excessivas ou irracionais.
Para entender melhor, vamos começar definindo melhor o que são as obsessões e as compulsões, as primeiras, alterações do pensamento (veremos também na seção Psicopatologia), as segundas, do controle dos impulsos.
Obsessões são pensamentos ou idéias (p. ex. dúvidas), impulsos, imagens, cenas, enfim, são atitudes mentais que invadem a consciência de forma involuntária, repetitiva, persistente e normalmente absurdas. Essas idéias obsessivas são ou não seguidas de rituais destinados a neutralizá-los, as compulsões.
Os pensamentos obsessivos são experimentados como intrusivos, inapropriados ou estranhos pelo próprio paciente, o que acaba causando mais ansiedade e desconforto emocional. A pessoa tenta resistir a esses pensamentos, ignorá-los ou suprimi-los com ações ou com outros pensamentos, mas sempre, o próprio paciente reconhece tudo isso como produto de sua mente e não como se fossem originados de fora (como ocorre na esquizofrenia).
Compulsões são comportamentos repetitivos (p.ex .lavar as mãos, fazer verificações, fechar portas 4 vezes), ou atos mentais (rezar,contar, repetir palavras ou frases) que a pessoa é levada a executar em resposta a uma obsessão ou em virtude de regras (auto impostas) que devem ser seguidas rigidamente.
Os comportamentos ou atitudes mentais compulsivas são destinadas a prevenir ou reduzir o desconforto gerado pela obsessão, ou prevenir alguma situação ou evento temidos. Como dissemos, o próprio paciente percebe que essas atitudes não possuem uma conexão realística ou direta com o que pretendem evitar, ou que são claramente excessivas, mas essa crítica não é suficiente para inibir a compulsão.
A intromissão indesejável de um pensamento no campo da consciência de maneira insistente e repetitiva, reconhecido pelo indivíduo como um fenômeno incômodo e absurdo, é denominado de Pensamento Obsessivo. Portanto, para que um pensamento seja considerado Obsessão é necessário o aspecto involuntário, bem como o reconhecimento de sua conotação ilógica e absurda pelo próprio paciente, ou seja, ele deve ter crítica sobre o aspecto irreal e esdrúxulo desta idéia indesejável.
As Obsessões estão tão enraizadas na consciência que não podem ser removidas simplesmente por um aconselhamento razoável, nem por livre decisão do paciente. Elas parecem ter existência emancipada da vontade e, por não comprometerem o juízo crítico, os próprios pacientes têm a exata noção do absurdo de seu conteúdo mental. Em maior ou menor grau, as Idéias Obsessivas ocorrem em todas as pessoas, notadamente quando crianças. Com o amadurecimento do Sistema Nervoso Central as pessoas normais vão deixando a maioria das Idéias Obsessivas.
As Idéias Obsessivas que normalmente as pessoas costumam ter, sem que sejam consideradas pacientes de TOC, podem aparecer, por exemplo, como uma musiquinha conhecida que não sai da cabeça, ou a idéia de que pode haver um bicho debaixo da cama, ou que o gás pode estar aberto apesar da lógica sugerir estar fechado. Em crianças aparecem como um certo impedimento em pisar nos riscos da calçada, uma obrigatoriedade em contar as árvores da rua ou os carros que passam, etc. Estas idéias obrigatórias, quando exageradas e causadoras de significativa ansiedade ou sofrimento, constituem quadro patológico.
Os temas das Idéias Obsessivas nos pacientes com TOC pode ser extremamente variável, entretanto, em grande número de vezes diz respeito à higiene, contaminação, transmissão de doenças, bactérias, vírus, organização ou coisas assim. É muito freqüente também a existência de Idéias Obsessivas sobre um eventual impulso suicida, como por exemplo, a idéia de ter um impulso incontrolável e saltar da janela de edifícios altos, ou ser acometido subitamente por impulsos de agressão e ferir pessoas, principalmente os filhos.
Neste último caso, a obsessão está justamente em acreditar que, diante de um mal estar súbito, a pessoa venha a perder o controle e executar, impulsivamente, aquilo que sugere tais idéias mas, ao contrário do que podem pensar algumas pessoas, o paciente com TOC não realiza esses atos, apenas tem medo de vir a fazer.
São muitos os exemplos de pessoas que adotam uma conduta excêntrica motivadas pela obsessão da contaminação ou pelo medo continuado de contágio diante de qualquer coisa que lhes pareça suspeita. Há ainda, casos de pessoas que se sentem extremamente desconfortáveis quando próximas de objetos pontiagudos, facas, foices, etc, devido a idéia indesejável de que podem, repentinamente e misteriosamente, perder o controle e matar uma pessoa querida.
Desta feita, a Obsessão é um processo mental que tem caráter forçado, uma idéia associada a um sentimento penoso que se apresenta ao espírito de modo repetido e incoercível. São idéias impostas ao psiquismo, incômodas e sentidas como involuntárias, as quais entram na mente contra uma resistência consciente.
A similaridade entre Obsessões e Fobias foi observada já em 1878 por Westphal, criador do termo Fobias Obsessivas. Seriam medos que dominam a consciência, e que embora sejam reconhecidos como anormais, o paciente que não consegue suprimi-los. Aliás, vê-se muito bem, nos exemplos práticos, o componente de medo que normalmente acompanha as idéias Obsessivas.
A Obsessão com idéias de doença e contaminação pode ser entendida como uma Fobia de doença, uma ruminação mental sem fim em torno da possibilidade de sofrer qualquer tipo de doença. Ainda que o fenômeno obsessivo seja distinto do fenômeno fóbico, é sempre bom ter em mente que ambos podem ser faces distintas de uma mesma moeda ou, o que mais provavelmente poderia ser, a fobia pode estar originando uma obsessão e vice-versa.
para referir:
Ballone GJ - Transtorno Obsessivo-Compulsivo - in. PsiqWeb Internet
Crack : Aumenta consumo entre classe média/alta
Vício em crack aumenta entre pessoas das classes média e alta |
R7 Famosos, artistas e empresários ficam reféns da droga, que pode levar a morte. ![]() O número de pessoas de classe média e alta, viciados em crack tem aumentado cada dia mais. Dificilmente, aqueles que têm alto poder aquisitivo assumem o vício. Filhos de empresários, banqueiros, por exemplo, deixam seus filhos um ou dois anos em uma clínica para tentar esconder o problema. O empresário João Flávio Lemos de Moraes nasceu em família rica do interior de Minas Gerais e com seu pai, construiu uma multinacional da área de energia. Com o dinheiro e a fama, ele se envolveu com o crack e perdeu quase todo seu império. Foram 26 anos de vício. Além de Moraes, artistas como a cantora britânica Amy Winehouse e o ator norte-americano Charlie Sheen também se envolveram com o crack. Sheen apareceu fumando sete gramas da droga e foi demitido. Ele era uma das estrelas mais bem pagas. O crack é absorvido pelos pulmões e chega diretamente ao cérebro. Os efeitos são sentidos em poucos segundos e dura pouco tempo. Com o tempo, o viciado passa a ter paranoias, possibilidade de parada cardíaca e diminuição de centros cerebrais que controlam a respiração. |
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