quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Batalha pela vida : batalha contra o álcool


Batalha pela vida


O Estado de S. Paulo – Opinião
GIOVANNI GUIDO CERRI, MÉDICO, PROFESSOR DA FMUSP, É SECRETÁRIO DA SAÚDE  DO ESTADO DE SÃO PAULO
É consenso entre os gestores da saúde pública que urge, em todo o Brasil, um programa integrado de assistência à dependência química. Recentemente o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ocupou este espaço para abordar, com propriedade, a necessidade de reestruturação da rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) para criar as condições necessárias a esse enfrentamento.
No Estado de São Paulo foram criados, nos últimos anos, cerca de 400 leitos de internação de dependentes de álcool, crack e outras drogas, como alternativa terapêutica complementar ao acompanhamento ambulatorial realizado nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). A proposta do governo estadual é dobrar esse número até 2012.
Uma questão particular e especialmente preocupante nesta área - e que vai além da já constatada necessidade de fortalecer a rede de assistência aos dependentes químicos - é o início cada vez mais precoce do consumo de bebidas alcoólicas entre crianças e adolescentes. Quando o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) foi aprovado, há 20 anos, os jovens começavam a beber com 18 anos, em média. Hoje essa realidade mudou, e para pior.
Levantamento da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo aponta que 80% dos pacientes em tratamento de alcoolismo no Centro de Referência em Tratamento de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), na capital paulista, deram o primeiro gole antes dos 18 anos, parte deles muito mais jovens, com 11 ou 12 anos. O consumo de álcool, tolerado na sociedade, é, na verdade, uma bomba-relógio com efeito retardado.
Parte das pessoas que começam a beber na infância e na juventude se torna, mais tarde, abusadora dessas substâncias. Daí para a dependência química é um passo. Prevenir e coibir o consumo de álcool entre crianças e jovens é fundamental para evitar os sérios danos à saúde decorrentes do alcoolismo, além de acidentes, violência e todos os problemas sociais associados à ingestão excessiva e regular de bebidas alcoólicas.
Trata-se de uma verdadeira "batalha pela vida", que o nosso Estado se propõe a enfrentar por meio do recém-lançado Plano Estadual de Combate ao Álcool na Infância e Adolescência, que conta com o apoio do Ministério Público de São Paulo e de representantes da indústria, bares, restaurantes e supermercados.





O programa, que é intersecretarial, prevê ações para tratamento, educação e fiscalização do consumo indevido de álcool por adolescentes em todo o Estado, além da intensificação das blitze da polícia para flagrar e punir motoristas alcoolizados.
Acaba de ser aprovado na Assembleia Legislativa paulista projeto de lei, encaminhado pelo governador Geraldo Alckmin, que endurece de forma exemplar a punição a estabelecimentos que ofereçam, vendam ou permitam o consumo de bebidas alcoólicas por adolescentes ou crianças.
Além de prever multas mais altas, interdição e até a cassação do registro dos estabelecimentos que descumprirem a legislação, o projeto toca num ponto essencial, obrigando os comerciantes a exigirem documento de identificação para realizar a venda ou deixar que bebidas alcoólicas sejam consumidas no local. A punição, portanto, estende-se ao consumo, e não apenas à venda de bebidas alcoólicas.
Mesmo que as origens do problema ultrapassem a barreira da área de saúde pública, a expansão da rede de assistência médica é fundamental para tratar aqueles que, lá atrás, iniciaram de forma "recreativa" o consumo de bebidas alcoólicas, depois passaram a abusar dessas substâncias e criaram dependência crônica.
Na cidade de São Paulo, o Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) terá um prédio voltado exclusivamente para o tratamento de dependência química. Com 52 leitos, dos quais 40 para adultos e 12 para adolescentes, o local também abrigará uma unidade do Centro de Atenção Psicossocial (Caps-ad), que atenderá 25 pacientes de alta complexidade por dia, e uma unidade do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), que receberá até 14 famílias diariamente.
O centro do HC contará com equipes multidisciplinares, assistentes sociais, enfermeiros e psicólogos, responsáveis por conhecer o cenário social do paciente: se ele tem emprego, família, quem são os amigos e se o uso de drogas e álcool faz parte do dia a dia dele. Também haverá escritórios, centros de pesquisa, salas de aula e salas de reuniões para familiares. A unidade, que deverá ser instalada numa área de 3 mil metros quadrados do Hospital Cotoxó - serviço hospitalar do HC no Bairro da Pompeia -, terá como finalidade, além da assistência aos dependentes químicos, testar novos tratamentos e expandi-los para outras regiões do País.
Em Botucatu, no interior paulista, o governo está investindo mais de R$ 12 milhões para a implantação do Serviço de Atendimento Psiquiátrico para Dependentes Químicos, Álcool e Drogas, que começará a funcionar no primeiro semestre de 2012. Serão 3,7 mil metros quadrados de área construída divididos em oito blocos, com 76 leitos, dos quais 10 voltados para a desintoxicação. Outras regiões do Estado também contarão com serviços de internação especializados em álcool e drogas.
A proposta das novas clínicas de reabilitação para dependentes químicos é que, além de medicação específica, os pacientes em tratamento recebam atendimento psicológico individual e coletivo e participem de atividades físicas e esportivas, além de realizarem terapias ocupacionais, como oficinas de pintura, artesanato e expressão corporal, entre outras.
É importante que todos, tanto a sociedade quanto os profissionais da saúde, se unam para encarar essa batalha pela vida. Não há espaço para dúvidas ou indiferenças. O momento é de enfrentar o inimigo, unindo forças e trabalhando em prol do bem comum.

Crack invade lavouras - cortadores de cana contam seus dramas


Cortadores de cana de SP contam dramas após vício de crack


'Pensava que o crack era meu Deus', diz trabalhador em tratamento.
'Se usar na lavoura, você fica assombrado, vê cobra, vê tudo', afirma outro.

Roney Domingos
Do G1 SP, em Iracemápolis



Internados em clínicas de reabilitação, ex-cortadores de cana de Iracemápolis, a 150 km de São Paulo, e de Leme, a 188 km da capital, contam ao G1 como se viciaram no crack e de que forma a droga quase destruiu suas vidas. Relatório da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack divulgado na semana passada mostra o avanço da droga no interior paulista e a falta de leitos para tratamento. Os deputados estaduais afirmam que entre os principais usuários estão os lavradores, que se valem da droga para suportar a carga de trabalho.

Em Iracemápolis - cidade de 20 mil habitantes que abriga uma usina de açúcar e álcool -, dependentes de crack fumam a droga não em uma cracolândia de concreto e asfalto como em São Paulo, mas em bosques e áreas verdes próximas ao centro da cidade. Sem leitos do Sistema Único de Saúde (SUS), a Prefeitura contrata vagas em clínicas particulares - situação semelhante à de boa parte das cidades. O estudo da Assembleia Legislativa mostra que 79% dos municípios consultados não contam com leitos hospitalares do SUS.

O levantamento, feito em 325 dos 645 municípios, revela ainda que nas cidades médias do interior do estado - com população entre 50 mil e 100 mil habitantes - o crack é tão citado pelos prefeitos quanto o álcool como a droga mais usada, com 38% das manifestações.
Cortador de cana em Iracemápolis, um rapaz de 21 anos, que pede para não ser identificado, diz que usava a droga dentro do canavial. "Muitas vezes eu levava o crack para dentro da lavoura, muitas vezes a pessoa levava para mim, chamava para gente usar lá dentro e era direto, não parava. Fora o crack, tinha muitas outras drogas: cocaína, maconha e até bebida alcóolica."
Ao contrário do que dizem os deputados, ele afirma que não dá para usar o crack durante o expediente. "O crack tira totalmente sua força. O pensamento do crack é só no crack. Quanto mais eu uso, mais eu quero. Não tem força física nem mental  nem nada." Internado há quatro meses, o rapaz já ajuda na organização interna da clínica e diz que pretende retomar a vida com mais religiosidade ao sair. "Perdi muitas coisas, o respeito da minha mãe, o carinho da minha namorada e o amor dos amigos. Eu pensei que o crack era meu Deus", afirma.
Usuário de crack em bosque na área urbana de Iracemápolis (Foto: Roney Domingos/G1)

Ex-cortador de cana em Leme, José Rafael de Oliveira, de 25 anos, está para terminar o tratamento de seis meses a que se submeteu para se ver livre da dependência.  "Chegou ao ponto de eu não conseguir manter minha casa. Com o tempo passando, eu perdi minha esposa e minha filha para o Conselho Tutelar. Quem recuperou foi minha mãe", diz.

Oliveira também conta que usava o crack apenas fora do horário de serviço. "O crack tira a dor do corpo, só que não serve para trabalhar. O crack deixa você assustado. Se você estiver usando durante o trabalho em uma lavoura, você não vai conseguir trabalhar. Você vai ficar assombrado, vai ver cobra, vai ver tudo", afirma.

Colega de Oliveira na mesma clínica e lavrador desde os 8 anos de idade, Adenilson Donizeti Ivo, de 31, também se submeteu a tratamento para largar o crack. "Eu usava a droga desde 1999, mas apenas depois de deixar a lavoura. O crack é ruim para trabalhar. Hoje os fiscais ficam no pé e, se pegarem, mandam embora sem direito a nada", afirma.

Nascido no Ceará, o cortador José Alves, de 33 anos, trabalha em lavoura de cana na região de Iracemápolis e conta que é comum a presença da droga no ambiente de trabalho. "Eu nunca usei, mas já vi usarem. Aqui mesmo eu ainda não vi, mas já vi em Balbinos e em Santa Cruz. Tem cara que só trabalha quando usa, mas quando acaba o efeito, acaba se entregando", afirma.
O cortador José Alves, de 33 anos, trabalha em lavoura de cana após queima da palha no interior de SP (Roney Domingos/ G1)

Psicólogo responsável pela clínica onde Oliveira e Ivo estão internados, em Artur Nogueira, Lucas Castanheira afirma que os seis estabelecimentos privados mantidos em convênio com prefeituras locais atendem cerca de 180 pacientes - a maioria deles dependentes de crack. Ele afirma que os pacientes são cada vez mais jovens.

"Mudou um pouco o perfil do dependente. As pessoas chegam muito mais cedo para tratamento em função do uso do crack. As crianças têm um contato primeiro com o crack. Hoje existem também muitos poliusuários, que usam crack, cocaína, álcool e maconha", afirma. Segundo ele, na maioria das vezes, são as prefeituras que pagam o tratamento, que custa em média entre R$ 9 mil e R$ 12 mil mensais.

"Primeiro precisamos tratar da prevenção porque não adianta a gente só tratar do problema já instalado. Mas como isso não foi feito, precisamos de mais apoio dos governos estadual e federal, pois a verba é muito pouca", diz.
Coordenador da Promoção Social de Iracemápolis, Nivaldo Antonio Conti afirma que a cidade mantém seis vagas em instituições privadas - via convênio - para tratar dependentes, ao custo de aproximadamente R$ 50 mil por ano.

O atendimento segue critérios sociais ou obedece a determinações judiciais. A Prefeitura de Iracemápolis também mantém um programa de auxílio a 30 famílias de dependentes, ao custo de R$ 30 mil anuais. Nivaldo afirma que o ideal é ter uma unidade dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps Ad). Ele afirma que o Ministério da Saúde banca o investimento, mas a cidade teme não ter recursos para gantir o custeio da unidade.

Campanhas de prevenção
O diretor de comunicação da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Ademar Altieri, afirma que o setor emprega cerca de 1 milhão de pessoas e realiza campanhas de prevenção do uso de drogas dentro dos canaviais.

Em nota, a direção da Usina Iracema informa ter realizado junto aos cerca de 2 mil colaboradores e familiares ações contínuas preventivas e de conscientização voltadas ao combate às drogas, alcoolismo e tabagismo por meio de palestras e campanhas educativas.

A empresa diz que todos os empregados têm registro em carteira profissional e usufruem de assistência médica, odontológica e campanhas de vacinação. Afirma ainda que não há utilização de mão de obra terceirizada.
A nota diz que a usina possui atualmente um índice médio de 85% de colheita mecanizada e sem queima, e que até 2014 essa marca chegará a 100% em todas as áreas mecanizáveis. "Infelizmente, a questão do avanço do uso do crack é um problema social que atinge diversos segmentos da sociedade e não apenas um setor", informa a nota.

Escolas particulares de SP se unem contra as drogas


Escolas de São Paulo se unem para afastar alunos das drogas


O Estado de S. Paulo por Mariana Lenharo - 25/09/2011

Escolas se unem para afastar alunos das drogas.



Esse encontro aconteceu no dia 25/09/2011


Colégios particulares tradicionais da capital se reuniram ontem na I Jornada de Prevenção contra o Comportamento de risco nas Escolas Paulistanas, em busca de medidas para afastar seus estudantes do uso de álcool, cigarro e drogas ilícitas. Profissionais de seis instituições ouvidos pela reportagem afirmam que a facilidade de acesso a esses produtos em baladas, festas de 15 anos e até dentro de casa é crescente.
O problema enfrentado pelos colégios aparece também nas estatísticas oficiais do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), ligado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que realizou um estudo sobre o tema divulgado pelo JT em dezembro de 2010: o uso de drogas ilícitas nas escolas particulares, no ano anterior à pesquisa, era de 13,6% – índice acima da taxa verificada na rede pública, de 9,9%.
A ideia de unir forças para combater o consumo de drogas entre os estudantes da cidade partiu do colégio I.L.Peretz. Ali, o trabalho de prevenção começa já no ensino infantil, com alunos de 4 anos. “Desde cedo, trabalhamos vários assuntos relacionados à saúde para que, quando estejam na adolescência, já tenham meio caminho andado”, diz a coordenadora do projeto Prev-Peretz, Evelina Holender.
Ela conta que já há alguns anos a escola vem estudando alternativas modernas para abordar o tema. “O que se fazia antigamente nas escolas, como convidar alguém para dar uma palestra sobre drogas uma vez por ano, por exemplo, não estava mais funcionando”, ressalta. Atualmente, o Peretz conta com a contribuição da psiquiatra Ana Cecília Marques, pesquisadora da Unidade de Álcool e Drogas da Unifesp (Uniad).
A psiquiatra passou a aplicar um questionário a cada dois anos para avaliar o quanto os alunos do Peretz estavam expostos ao álcool, ao tabaco e às drogas ilícitas. “Até pouco tempo, dizia-se que atividades de prevenção nas escolas não surtiam efeito. Passamos a trabalhar de maneira científica e agora estamos notando resultados importantes”, conta Evelina.
De 2005 até 2010, o colégio observou uma redução de 75% para 40% na parcela de alunos com menos de 18 anos que experimentaram álcool. Também diminuiu a porcentagem de alunos a partir do 8.º ano que consumiram álcool de maneira abusiva (mais de cinco doses de uma só vez): de 20 para 16%. O uso de tabaco caiu de 50% para 16% e a taxa de uso da maconha foi de 23% para 2%.
Para os educadores, a iniciação precoce ao álcool é a maior preocupação. O coordenador pedagógico César Pazinatto, responsável pelo Programa de Promoção de Saúde do Colégio Santo Américo, diz que as bebidas são as grandes vilãs – tanto pelo fácil acesso quanto por funcionarem como porta de entrada para outras drogas.
Na opinião do educador Armando José Capeletto, orientador do Colégio Santa Maria, atualmente a construção social da adolescência favorece a precocidade. “As crianças querem crescer logo e ir para as festas e baladas. Então, o que deveria acontecer mais tarde, acaba acontecendo aos 11, 12 anos”, acredita.
Violência e impulsividade
Para a terapeuta familiar e psicopedagoga Elizabeth Polity, diretora do Colégio Winnicott, bullying e violência também são comportamentos de risco que merecem atenção. “Essas questões que acompanhamos nos jornais de crianças portando armas de fogo, de brincadeiras que podem prejudicar os colegas, todos estão inseridos nesse contexto”, diz.
Elizabeth acrescenta que o aumento de uso de álcool e outras drogas pelos adolescentes tem a ver com a dificuldade que as crianças têm atualmente de lidar com sua impulsividade e de desenvolver um autocontrole. “Existe um bombardeamento incrível por parte da mídia, que promete uma vida cheia de prazer e alegria, sem nenhum compromisso. A própria família vive sob a égide do prazer e do medo de frustrar”, diz.
Para Elizabeth, esse é o ambiente propício para a adesão ao uso de substâncias químicas.

Estudo relaciona Câncer de testículos ao uso de Maconha

Estudo relaciona câncer de testículo ao uso de maconha

16 de setembro de 2011 | 13h 38

Um levantamento realizado pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo AE- Agencia Estado

(Icesp), ligado à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da USP, aponta que 25% dos pacientes com câncer de testículo atendidos no setor de urologia da unidade assumem o consumo regular de maconha. As informações foram divulgadas hoje pela assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

O uso da droga está associado ao surgimento do câncer de testículo, provocando diversos efeitos adversos sobre os sistemas endocrinológico e reprodutivo. Mensalmente, 500 pacientes são atendidos na clínica de uro-oncologia do Icesp. Destes, 30% apresentam tumores localizados no testículo, dos quais 70% têm sinais de doença avançada (fora do testículo) no momento do diagnóstico.

As cirurgias para retirada total ou parcial dos testículos e da próstata representam um terço das 10 mil cirurgias já realizadas pelo hospital. "Evitar o uso da droga é fundamental para diminuir consideravelmente as chances de desenvolvimento do tumor. 

Além disso, é fundamental que os homens realizem o autoexame para o diagnóstico precoce da doença", alerta Daniel Abe, urologista do Icesp.
Cura
O câncer de testículo é altamente curável, principalmente quando detectado precocemente. A doença acomete predominantemente homens que têm entre 15 e 34 anos de idade. O diagnóstico precoce pode ser feito por meio do autoexame do órgão. Percebendo qualquer anormalidade, como nódulo indolor ou massa, sensação de peso no escroto ou dor na região inferior abdominal, deve-se procurar ajuda médica. 


Entenda melhor




O que os homens devem saber sobre o câncer do testículo?




Estima-se que apareçam em torno de 7.500 novos casos de câncer de testículo a cada ano no Brasil. A incidência de câncer de testículo entre homens brancos quase dobrou nos últimos 40 anos. Câncer de testículo é 4,5 vezes mais comum entre homens brancos do que em homens negros. Cerca de 3 em cada mil homens americanos desenvolverá câncer de testículo em algum momento durante suas vidas. Este é o câncer mais comum em homens na faixa etária de 15 aos 35 anos de idade, podendo no entanto, ocorrer em homens de qualquer idade. O estádio da doença, na ocasião de sua descoberta e o tratamento realizado é um importante fator preditivo do prognóstico. Se o câncer de testículo é tratado antes que a doença atinja os nódulos linfáticos, a taxa de cura é maior que 98%. Esta alta taxa de sucesso no tratamento demonstra a importância da detecção precoce realizada pelo paciente durante o auto-exame. 


Fatores de Risco


As causa do câncer de testículo não são bem conhecidas. Malformações congênitas, o uso de hormônios, certas doenças como caxumba ou infecção viral, e hereditariedade têm sido sugeridas como fatores que podem aumentar os riscos de um homem desenvolver câncer de testículo.

Homens com um testículo ausente na bolsa escrotal ou parcialmente "descido" (retrátil), têm um alto risco para desenvolverem câncer nesse testículo.

O nível sócio-econômico pode também ser relacionado ao câncer de testículo. Trabalhadores e profissionais de alto nível têm um alto risco para câncer de testículo em relação a outros grupos de homens.

 

Diagnóstico precoce

 

Muitos cânceres de testículo são descobertos pelos próprios homens, acidentalmente ou durante o auto-exame de testículos. Esse poderia ser iniciado na adolescência e é tão importante para os homens quanto o auto-exame mamário é para as mulheres. Se realizado mensalmente, resultará no diagnóstico precoce de tumores testiculares e pode aumentar as taxas de sobrevida.  

 

Como fazer o auto-exame?

          

O auto-exame deve ser realizado mensalmente, durante ou logo após o banho de chuveiro com água morna ou na banheira, ocasião em que os testículos se apresentam mais relaxados.  


- Estando de pé, cada testículo pode ser examinado delicadamente pelos dedos de ambas as mãos

 

- Coloque um polegar acima e os outros dedos abaixo. Delicadamente, o testículo deve ser examinado entre os dedos, sentindo-se nódulos, inchaços ou outras mudanças. O mesmo processo deve ser repetido com o outro testículo. O testículo normal é oval com consistência firme e elástica.



                                                                           

Sinais de Alerta

 

O câncer de testículo pode se apresentar com vários sintomas ou pode não ter qualquer sintoma. O primeiro sinal é um leve aumento de um dos testículos.

          

O sinal mais comum de câncer de testículo é o aparecimento de um pequeno nódulo duro não doloroso, do tamanho de uma ervilha, que é freqüentemente encontrado na parte anterior o nas laterais do testículo.


Outros sinais como aumento da bolsa escrotal, amolecimento incomum, dor, dificuldades urinárias, aumento de nódulos linfáticos no cordão inguinal, amolecimento da região mamária (ginecomastia), dor imprecisa ou sensação de peso no abdome inferior ou na virilha devem ser informados ao seu médico imediatamente.

 

 Tratamento

  

O tratamento dependerá do tipo e estadiamento da doença. Usualmente, a "orquiectomia" ou remoção cirúrgica do testículo afetado é realizada. Em alguns casos, pode servir-se da radioterapia associada a quimioterapia. A remoção cirúrgica de um testículo não causa impotência.  

  

Acompanhamento

 

O seguimento clínico após o tratamento é extremamente importante, especialmente por ocorrer muitas recidivas nos dois primeiros ano após a terapêutica realizada. Ele poderá incluir exames de sangue, radiografias e até tomografias.

 

 Porque os homens demoram a procurar um médico?

 

Homens freqüentemente demoram a procurar a assistência médica devido aos poucos sintomas iniciais. A constatação de um nódulo pouco doloroso faz com eles acreditem que isso se resolverá naturalmente. No entanto pode haver queixa de diminuição do apetite sexual, ou infertilidade. Pode haver medo do tratamento, de ter câncer, ou de morrer. Muitos freqüentemente, procurarão o primeiro atendimento médico para se assegurarem de que o câncer não está presente. No entanto, quando o câncer for descoberto, a detecção precoce leva a uma alta taxa de cura.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Álcool: O filme que mudou a Austrália.

O Filme que mudou a Austrália....
Uma das maiores empresas de marketing do mundo resolveu passar uma mensagem para todos através de um vídeo criado pelo TAC (Transport Accident Commission) e teve um efeito fantástico na Austrália..

Depois desta mensagem, 40% da população da Austrália deixou de usar drogas e de consumir álcool pelo menos nas datas comemorativas.


O uso abusivo do álcool faz vítimas nas ruas, avenidas e estradas!
Basta um segundo...
Após ingerir álcool em um segundo vc tem que decidir se vai dirigir ou não, se vai pegar carona com alguém que ingeriu álcool ou não, se vai pegar um taxi ou não, se vai ligar para os seus pais irem busca-lo ou não...

Esse segundo poderá mudar a sua vida, ou não!
Poderá ser mais um dia de porre com os amigos, te transformar em mais uma vítima do trânsito ou em um homicida doloso (com a intenção de matar).
Todas ficarão marcadas em sua memória para sempre.
A decisão é sempre sua!
E ai, qual é a lembrança que vc quer ter na sua vida?

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

É possível se recuperar do uso de Crack?


Enfrentamento - A chave do sucesso


www.brasil.gov.br - Enfrentando o crack

Professor colaborador do Departamento de Neurologia, Psicologia e Psiquiatria da Faculdade de Medicina de Botucatu (Unesp), o psiquiatra José Manoel Bertolote ocupou, durante 20 anos, o cargo de coordenador da equipe de transtornos mentais e neurológicos da Organização Mundial de Saúde (OMS) em Genebra. Consultor da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), pesquisador e especialista na prevenção e tratamento de usuários de drogas psicotrópicas, nesta entrevista ele fala sobre as reais chances de recuperação de dependentes de crack, avalia a importância da reinserção social e mostra porque é preciso mais que a desintoxicação para reduzir o índice de recaídas. “A desintoxicação, apenas, tem seu papel, no sentido de reduzir os danos a que o usuário está sujeito, mas é uma contribuição modesta”, avalia.

É possível abandonar a dependência de crack por conta própria, sem ajuda especializada?
Teoricamente, sim. Porém, isso depende de vários fatores, entre os quais o grau de dependência e o nível de apoio social e familiar que o dependente possui. O sucesso de qualquer tipo de tratamento para uma dependência química passa, em grande parte, pela vontade do usuário de se manter afastado da droga (abstinência). Sem isso, nenhuma proposta terapêutica funcionará. Entretanto, há que se considerar o fenômeno da comorbidade, ou seja, a coexistência no mesmo indivíduo de outros transtornos mentais (por exemplo, depressão, psicoses, dependências de álcool, transtornos graves de personalidade etc.) que, caso não sejam tratados concomitantemente, podem comprometer a recuperação Um diagnóstico adequado permitirá traçar uma abordagem terapêutica mais eficaz, que esteja ajustada às características do paciente.
É possível levar uma vida normal após o tratamento? O dependente pode freqüentar os mesmos locais que freqüentava antes e manter o mesmo círculo de amizades, por exemplo?
Sim. Se o "antes" se referir a antes do uso do crack, certamente. Entretanto, freqüentar os mesmos ambientes e manter contato com as mesmas pessoas com quem usava o crack inviabiliza a recuperação.
Como a família deve proceder antes, durante e ao término do tratamento? Como agir em situações sociais, como festas familiares?
A família deve estar ao lado do usuário, apoiando-o - sem se submeter a chantagens e tampouco submetê-lo a pressões indevidas e ameaças infundadas. A firmeza e coerência de atitudes dos familiares são essenciais. Mas não existe uma fórmula que se possa oferecer para um usuário de crack ou para a família. Tirar o indivíduo das companhias e do ambiente é uma solução, mas não a única. Se o dependente permanece em sua residência durante o tratamento dificilmente será possível afastar-se totalmente, pois vai precisar muito acompanhamento da família, muito monitoramento, o que nem sempre é possível.
O dependente em tratamento pode fazer uso moderado de álcool, em situações sociais?
Em princípio, sim, desde que não coexista também uma síndrome de dependência do álcool. Desde que ele não seja dependente de álcool, ele consegue tomar uma dose e parar por ali. Isso não leva necessariamente o indivíduo a usar crack. A questão é que grande parte dos usuários de crack é dependente ou usuário pesado de álcool
Um dependente de crack consegue se recuperar completamente da dependência? Quais são as chances reais de sucesso do tratamento?
A dependência envolve complexos mecanismos cerebrais, psicológicos e sociais. Com o tratamento adequado a cada caso, e em presença de uma real vontade de deixar de usar a droga, a recuperação é perfeitamente viável.
O que fazer quando o dependente não quer parar de usar a droga e não aceita ajuda?
Não se pode submeter ninguém a um tratamento involuntário, a menos que esteja intoxicado e representando uma ameaça e um risco para si mesmo e para os demais. Nestes casos pode-se conseguir uma ordem judicial de tratamento e, eventualmente, internação.
Qual a razão do alto índice de recaídas entre usuários de crack? Quais fatores ou situações levam o dependente em tratamento a recaídas, mesmo após a fase de desintoxicação?
Não há estudos suficientes que permitam estimar as taxas de recaída entre usuários de crack, em geral, nem por tipos específicos de tratamento. O que se sabe é que a ausência de um sistema sócio-sanitário articulado que responda às necessidades desses usuários  pode contribuir para baixas taxas de sucesso terapêutico. A desintoxicação, apenas, tem seu papel, no sentido de reduzir os danos a que está sujeito o usuário, mas é uma contribuição modesta. Um sólido sistema de apoio médico, psiquiátrico, social e psicológico é essencial para o sucesso de um programa terapêutico, de reabilitação e reinserção social.
Como avaliar os resultados de um tratamento? Como saber se o usuário está recuperado da dependência?
O resultado do tratamento do crack é baseado em dois critérios fundamentais: a abstinência da droga e o grau de reinserção social.
Qual é o segredo, a chave do sucesso para uma superação real?
A vontade de se afastar e permanecer afastado da droga, o apoio social (da família e dos amigos), psicoterapia e um bom sistema sócio-sanitário, que responda às reais necessidades do dependente.

O Novo Mundo é aqui!


Viver a vida


Cláudio Lembo - Terra.com.br - De São Paulo

Nenhuma notícia na imprensa pátria. Desconhecimento absoluto. Como se nada houvesse acontecido. No entanto, ocorreu. Uma onda de suicídios de executivos varre a França.
INDIGNAÇÃO COLETIVA Funcionários da France Télécom protestam na entrada do prédio: "O sofrimento é uma realidade"
A França é o país europeu onde mais se verificam atos de morte voluntária. Todos os anos, mais de cento e sessenta mil pessoas atentam contra a própria vida. Doze mil morrem.
O caso francês, com situações correlatas em outros países da União Europeia, indica uma situação social de anormalidade. A Europa encontra-se esgotada.
O velho continente já não aponta para novas conquistas intelectuais ou materiais. Está em processo de fragilização. No entanto, muitos brasileiros ainda ficam extasiados quando se referem à Europa.
São incapazes de perceber que o vento do novo sopra sobre a América Latina, apesar das aparências por vezes em contrário. É neste continente - exatamente o Novo Mundo - onde se realizam as grandes mudanças.
Após anos de colonização direta e mental, os latino-americanos compreenderam a importância de se debruçar sobre as próprias raízes e captar a seiva que vem desta experiência.
Já não há menosprezo para os autóctones. Ser descendente dos colonizadores ibéricos já não é importante. Leva-se em consideração, na atualidade, o saber viver os valores locais.
Durante séculos, a História dos povos latino-americanos foi contada de acordo com a ótica do colonizador. Tudo era visto, a partir das descrições dos padres missionários.
A situação mudou. Os antigos manuais utilizados nos confessionários foram postos de lado. O pesado complexo de culpa que era disseminada na sociedade foi superado.
Hoje, nos trópicos e subtrópicos vive-se mais espontaneamente. De acordo com a natureza e de conformidade com valores elaborados, por aqui, no decorrer dos séculos.
Os surtos de melancolia que percorrem a Europa não atingem as praias do Atlântico Sul ou do Pacífico austral. Novas formas de convivência brotaram abaixo do Equador, de maneira acentuada no Brasil.
Não recebemos os acordes tristes do fado. Ficamos com os ritmos vibrantes da África. Admiramos a capoeira e a transformamos no balé das terras do Sol.
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Tudo isto parece mero ufanismo. Talvez seja. É incontestável, contudo, que se vive, nestas terras ensolaradas, de maneira diferente de nossos ancestrais europeus.
Eles trouxeram as velhas tradições de culto aos mortos. Ergueram cemitérios grandiosos. A morte se encontrava presente em todos os aspectos do cotidiano.
Nada, porém, menos presente nos costumes nacionais que a morte. Diferente de outros povos, onde o culto à morte é fundamental, os brasileiros amam a vida.
Querem viver e deixar viver. A dramática onda de suicídio presente na França, dificilmente ocorreria por aqui. As pessoas contam, aqui, com tantos desafios. Estes geram otimismo espontâneo.
É importante que os brasileiros, especialmente aqueles que se orgulham de suas posições acadêmicas, exponham mais sobre o Brasil e suas qualidades.
São poucos os mestres que buscam na História do Brasil base para suas aulas. Gostam de mostrar erudição. Citar autores nacionais parece pouco qualificado.
São os intelectualmente colonizados. Precisam se libertar das amarras com o velho continente sem vigor. A nostalgia não é sentimento presente na alma brasileira.
Aqui se vive intensamente. Os corpos possuem a vibração vinda da própria atmosfera. É preciso entender as exigências de nossa sociedade sob pena de alienação.
Os dramáticos suicídios disseminados entre os franceses demonstram um esgotamento de energia no espaço europeu. Vamos aproveitar a energia de nossa gente e construir novas formas de convivência.