quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Estudo relaciona Câncer de testículos ao uso de Maconha

Estudo relaciona câncer de testículo ao uso de maconha

16 de setembro de 2011 | 13h 38

Um levantamento realizado pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo AE- Agencia Estado

(Icesp), ligado à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da USP, aponta que 25% dos pacientes com câncer de testículo atendidos no setor de urologia da unidade assumem o consumo regular de maconha. As informações foram divulgadas hoje pela assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

O uso da droga está associado ao surgimento do câncer de testículo, provocando diversos efeitos adversos sobre os sistemas endocrinológico e reprodutivo. Mensalmente, 500 pacientes são atendidos na clínica de uro-oncologia do Icesp. Destes, 30% apresentam tumores localizados no testículo, dos quais 70% têm sinais de doença avançada (fora do testículo) no momento do diagnóstico.

As cirurgias para retirada total ou parcial dos testículos e da próstata representam um terço das 10 mil cirurgias já realizadas pelo hospital. "Evitar o uso da droga é fundamental para diminuir consideravelmente as chances de desenvolvimento do tumor. 

Além disso, é fundamental que os homens realizem o autoexame para o diagnóstico precoce da doença", alerta Daniel Abe, urologista do Icesp.
Cura
O câncer de testículo é altamente curável, principalmente quando detectado precocemente. A doença acomete predominantemente homens que têm entre 15 e 34 anos de idade. O diagnóstico precoce pode ser feito por meio do autoexame do órgão. Percebendo qualquer anormalidade, como nódulo indolor ou massa, sensação de peso no escroto ou dor na região inferior abdominal, deve-se procurar ajuda médica. 


Entenda melhor




O que os homens devem saber sobre o câncer do testículo?




Estima-se que apareçam em torno de 7.500 novos casos de câncer de testículo a cada ano no Brasil. A incidência de câncer de testículo entre homens brancos quase dobrou nos últimos 40 anos. Câncer de testículo é 4,5 vezes mais comum entre homens brancos do que em homens negros. Cerca de 3 em cada mil homens americanos desenvolverá câncer de testículo em algum momento durante suas vidas. Este é o câncer mais comum em homens na faixa etária de 15 aos 35 anos de idade, podendo no entanto, ocorrer em homens de qualquer idade. O estádio da doença, na ocasião de sua descoberta e o tratamento realizado é um importante fator preditivo do prognóstico. Se o câncer de testículo é tratado antes que a doença atinja os nódulos linfáticos, a taxa de cura é maior que 98%. Esta alta taxa de sucesso no tratamento demonstra a importância da detecção precoce realizada pelo paciente durante o auto-exame. 


Fatores de Risco


As causa do câncer de testículo não são bem conhecidas. Malformações congênitas, o uso de hormônios, certas doenças como caxumba ou infecção viral, e hereditariedade têm sido sugeridas como fatores que podem aumentar os riscos de um homem desenvolver câncer de testículo.

Homens com um testículo ausente na bolsa escrotal ou parcialmente "descido" (retrátil), têm um alto risco para desenvolverem câncer nesse testículo.

O nível sócio-econômico pode também ser relacionado ao câncer de testículo. Trabalhadores e profissionais de alto nível têm um alto risco para câncer de testículo em relação a outros grupos de homens.

 

Diagnóstico precoce

 

Muitos cânceres de testículo são descobertos pelos próprios homens, acidentalmente ou durante o auto-exame de testículos. Esse poderia ser iniciado na adolescência e é tão importante para os homens quanto o auto-exame mamário é para as mulheres. Se realizado mensalmente, resultará no diagnóstico precoce de tumores testiculares e pode aumentar as taxas de sobrevida.  

 

Como fazer o auto-exame?

          

O auto-exame deve ser realizado mensalmente, durante ou logo após o banho de chuveiro com água morna ou na banheira, ocasião em que os testículos se apresentam mais relaxados.  


- Estando de pé, cada testículo pode ser examinado delicadamente pelos dedos de ambas as mãos

 

- Coloque um polegar acima e os outros dedos abaixo. Delicadamente, o testículo deve ser examinado entre os dedos, sentindo-se nódulos, inchaços ou outras mudanças. O mesmo processo deve ser repetido com o outro testículo. O testículo normal é oval com consistência firme e elástica.



                                                                           

Sinais de Alerta

 

O câncer de testículo pode se apresentar com vários sintomas ou pode não ter qualquer sintoma. O primeiro sinal é um leve aumento de um dos testículos.

          

O sinal mais comum de câncer de testículo é o aparecimento de um pequeno nódulo duro não doloroso, do tamanho de uma ervilha, que é freqüentemente encontrado na parte anterior o nas laterais do testículo.


Outros sinais como aumento da bolsa escrotal, amolecimento incomum, dor, dificuldades urinárias, aumento de nódulos linfáticos no cordão inguinal, amolecimento da região mamária (ginecomastia), dor imprecisa ou sensação de peso no abdome inferior ou na virilha devem ser informados ao seu médico imediatamente.

 

 Tratamento

  

O tratamento dependerá do tipo e estadiamento da doença. Usualmente, a "orquiectomia" ou remoção cirúrgica do testículo afetado é realizada. Em alguns casos, pode servir-se da radioterapia associada a quimioterapia. A remoção cirúrgica de um testículo não causa impotência.  

  

Acompanhamento

 

O seguimento clínico após o tratamento é extremamente importante, especialmente por ocorrer muitas recidivas nos dois primeiros ano após a terapêutica realizada. Ele poderá incluir exames de sangue, radiografias e até tomografias.

 

 Porque os homens demoram a procurar um médico?

 

Homens freqüentemente demoram a procurar a assistência médica devido aos poucos sintomas iniciais. A constatação de um nódulo pouco doloroso faz com eles acreditem que isso se resolverá naturalmente. No entanto pode haver queixa de diminuição do apetite sexual, ou infertilidade. Pode haver medo do tratamento, de ter câncer, ou de morrer. Muitos freqüentemente, procurarão o primeiro atendimento médico para se assegurarem de que o câncer não está presente. No entanto, quando o câncer for descoberto, a detecção precoce leva a uma alta taxa de cura.

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