sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Criança com Dislexia tem mais chance de ter depressão

Criança disléxica tem mais chance de ter depressão


Risco de sofrer algum transtorno psicológico quando adulto também é maior, diz estudo


Crianças com o diagnóstico de dislexia estão mais propensas a desenvolver sintomas depressivos, da mesma forma que correm mais risco de ter algum transtorno psicológico na idade adulta. Essas são conclusões de um trabalho de dissertação do neuropsicólogo Ricardo Franco de Lima, da Unicamp.
Lima chegou a esse resultado ao avaliar 31 crianças com diagnóstico de dislexia e compará-las com resultados de avaliações realizadas com outras 30 crianças sem nenhum tipo de problema de saúde, e estudantes de uma escola pública de Campinas (SP).
- Em geral, os grupos envolvidos na questão não atentam para este tipo de avaliação, mas ignorar estes aspectos no tratamento da dislexia pode acarretar consequências emocionais graves, inclusive fazer com que o transtorno permaneça ao longo dos anos.
Ainda segundo o estudo, os sintomas depressivos podem estar relacionados às funções cognitivas, isto é, o comportamento relacionado ao conhecimento.
A evidência, portanto, indica a necessidade de avaliação e intervenção nesta área, como forma de diminuir o sofrimento da criança com dislexia na escola, por exemplo.
As crianças estudadas tinham entre sete e 14 anos de idade, sendo que o grupo com dislexia foi atendido no Hospital das Clínicas da Unicamp durante três anos.
- Quando a criança chega com a hipótese, só na minha área são realizadas seis sessões de uma hora para observar o paciente. Após avaliações de todos os membros da equipe é que a hipótese se con?rma ou não.
Dos casos atendidos anualmente no HC, em apenas aproximadamente 2% o diagnóstico é con?rmado. No entanto, essas crianças muitas vezes possuem apenas di?culdade escolar de ordem pedagógica e não um distúrbio relacionado ao Sistema Nervoso Central que leva a criança a desenvolver o dé?cit no aprendizado, a?rma o neuropsicólogo.

Pelos padrões internacionais, no transtorno especí?co de aprendizagem, a criança apresenta comprometimento na aquisição e desenvolvimento da linguagem escrita. Mas no trabalho do estudioso, ele dá atenção também para as avaliações dos sintomas emocionais, uma vez que o estudo indica a vulnerabilidade das crianças disléxicas pelas di?culdades apresentadas na escola.
- As crianças sempre relatam sentimentos de que não conseguem vencer as suas limitações, se sentem inferiores em relação às outras, comparando o seu desempenho com o de seus pares. Em alguns casos podem até apresentar humor deprimido e ideias suicidas.
Diante desse quadro, o pesquisador faz um alerta:
- Os pais precisam estar atentos a esta questão e se munir de conhecimento para lidar com a situação.

     O que é dislexia?


É um dos distúrbios de aprendizagem, de origem neurobiológica, caracterizada por ineficiência na esfera da linguagem, como dificuldades na decodificação, soletração e fluência na leitura das palavras e deficiências na codificação e fluência ao redigir, apesar de adequada instrução formal recebida, da normalidade do nível intelectual e ausência de déficits sensoriais e transtornos psiquiátricos como causas primárias. Desta forma, são excluídos os casos de indivíduos de inteligência limítrofe, de baixa estimulação sóciocultural, inadequações pedagógicas e questões de natureza emocional. 

Quando posso considerar alguém disléxico?
Considera-se disléxica, a criança que apresente nível intelectual normal, tenha favorecimento familiar e escolar, não apresente transtornos psiquiátricos, nem déficits perceptivos de base. Considera-se disléxica, a criança que apresente defasagem de pelo menos dois anos após o início de seu processo de alfabetização e que manifeste essencialmente dificuldades para adquirir o processo de leitura e escrita. Considera-se disléxico o indivíduo que passa por avaliação neuropsicológica, psicopedagógica e fonoaudiológica e os resultados acusam déficits instrumentais nas áreas responsivas pela linguagem, pela leitura e pela escrita.
Quais são os sinais mais expressivos da dislexia?
Os sinais mais expressivos são as dificuldades específicas que o indivíduo apresenta para ler (desde a decodificação à compreensão e interpretação crítica do conteúdo) e a ineficiência para escrever (seja no grafar corretamente, seja na dificuldade para produzir textos, ao transpor suas idéias no papel respeitando os manejos gramaticais exigidos).

O disléxico é aquele indivíduo que por mais esforçado que seja não lida bem com a linguagem, demonstra um vocabulário pobre, sempre pergunta o significado das palavras e por vezes não nomeia os objetos, pessoas, etc. Lembra-se da função, mas não do nome.

A aquisição da leitura é lenta em relação aos colegas da sala de aula e sempre com muita dificuldade. Ele canaliza toda a atenção e energia para o ato mecânico de decodificar (traduzir os códigos), porque não automatizou o processo. Com isso a atividade lhe é cansativa e frustrante. A leitura oral é entrecortada, silabada, sem fluência, nem entonação adequadas. Pode cometer trocas visuais (a/o; e/a; m/n; b/d; p/q, etc.) e auditivas (b/p; f/v; c/g; ch/j, etc.) não mais esperadas pela faixa acadêmica e etária, além de omissões e/ou migrações silábicas ou fonêmicas, ou aglutinações e separações de palavras também não mais esperadas.

O disléxico mesmo quando tem uma leitura mais eficiente, ainda apresentará dificuldades para compreender o texto lido. Entende melhor quando leem para ele, ou precisa ler várias e várias vezes para ter uma compreensão razoável.

A expressão escrita também é fonte de dificuldades, desde o grafar, seja na cópia, no ditado até na expressão espontânea (produção de textos). Ele não armazena a ortografia das palavras o que lhe confere pouca eficiência para codificar, fazendo com que cometa trocas também na escrita, tais como: (auditivas) b/d; f/v; c/g; b/p, etc. e (visuais) a/o; a/e; b/p; g/q; m/n/w,etc, omissões e migrações de letras ou sílabas, aglutinações e separações de vocábulos.
Ao produzir textos o faz sem elaborar de forma adequada suas idéias, manifestando muita dificuldade neste aspecto. É comum o disléxico dizer: “eu sabia todas as respostas da prova, mas não conseguia colocá-las no papel”.
(abcdislexia.com.br - Tânia Freitas)

2 comentários:

  1. Estou pedindo ajuda, não sei o que fazer tenho uma sobrinha que tudo endique que tem dislexia, ela está 12 anos e não sabe ler, me pede ajuda pois não aguenta mais passar vergonha, está entrando em despressão, não tenho condição financeira para ajudar, que orgão eu procuro em Campinas.

    Obrigada!

    ResponderExcluir
  2. Olá Andréia. Procure o posto de saúde mais próximo da residência de vcs, conte o caso para a assistente social e solicite atendimento psicológico urgente para ela. Caso eles não tenham psicólogos ela o encaminhará para outro lugar. Maioria das cidades de São Paulo tem CAPS infantil outro lugar que vc poderá procurar para se orientar. Boa sorte!

    ResponderExcluir