São Paulo terá Samu para atendimento a dependentes de álcool e drogas
Medida foi
anunciada em convênio assinado pelo governo e a Prefeitura de São Paulo nesta
sexta-feira na capital paulista
|26/04/20
Um convênio entre o governo do
Estado e a Prefeitura de São Paulo vai ampliar o programa de combate ao crack.
Entre as ações previstas, o Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) vai
ganhar cinco equipes especializadas no atendimento a casos de dependência
química. Para atender à nova demanda, a frota do Samu vai ser ampliada: a
cidade tem hoje 140 veículos e passará a ter 145.
“É um sistema inédito
que surgiu dessa demanda do Cratod [Centro de Referência em Álcool, Tabaco e
outras Drogas], da necessidade, muitas vezes, de buscar o paciente”, disse o
secretário estadual de Saúde, Giovanni Guido Cerri. “Pela primeira vez, o Samu
passa a ser integrado, porque até então estado e prefeitura não estavam juntos.
Cinquenta por cento da equipe serão do estado e 50% do município”, completou o
prefeito Fernando Haddad .
Haddad informou que o novo serviço vai suprir uma falha no
recolhimento dos pacientes com dependência química que, muitas vezes, não era
feito por falta de conhecimento dos médicos. “Às vezes, o atendimento não era
feito por falta de especialização na matéria”, disse.
A partir de segunda-feira (29), cerca de 11 mil
profissionais da Secretaria de Saúde vão passar por uma capacitação para
atendimento em saúde mental. Além disso, os centros de Atenção Psicossocial
(Caps) que funcionam 24 horas vão passar de cinco para dez. Segundo Haddad, a
previsão é que esse tipo de centro de atendimento chegue a 30, até o final de
2014.
“Os Caps são uma rede que efetivamente promovem uma mudança
na qualidade do atendimento. Basta visitar um, para verificar. Os dependentes
são os primeiros a reconhecer o papel da saúde nos Caps”, disse o prefeito.
As unidades de Acolhimento e Residência Terapêutica
Especiais também vão ser ampliadas: passarão de 11 para 25. Além disso, serão
criados 16 consultórios de rua para abordagem dos dependentes, até o final do
mês de maio.
De responsabilidade do governo do Estado, o Cratod vai
continuar encaminhando pacientes à rede hospitalar. “Enquanto a prefeitura
aumenta o atendimento primário, o estado aumenta a sua disponibilidade de
leitos para a rede de regulação da prefeitura” definiu Cerri.
A respeito do Cratod,
o governado Geraldo Alckmin comentou a ação civil pública do Ministério Público (MP), movida no dia 11
deste mês, para impedir que leitos psiquiátricos sejam destinados ao tratamento
de dependentes químicos – procedimento que estaria sendo adotado no Centro de
Atenção Integrada em Saúde Mental (Caism) Philippe Pinel.
Para o governador, houve, no hospital, uma mudança na
demanda dos pacientes, processo considerado por ele natural. “O hospital Pinel
é psiquiátrico. Então, se o leito é para esquizofrenia, psicose, dependência
química isso é decisão médica. Óbvio que, no passado, precisava de menos leito
para dependência química, o cracknem existia há 25 anos. Hoje mudou, se você
for verificar a necessidade de internação, ela é maior para dependente químico
e muitos deles têm comorbidade, ou seja, doenças associadas – tem
esquizofrenia, psicose ou outra doença orgânica”. “Ninguém quer suprimir
leitos”, acrescentou.
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