quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Esquizofrenia: estudo identifica genes

Estudo identifica redes de genes ligadas à esquizofrenia
G1
Análise ainda revelou que redes são similares às que agem no autismo.Genes são muito ativos durante fase de desenvolvimento pré-natal.

A influência da genética sobre o aparecimento da esquizofernia já era algo conhecido pela ciência. Um novo estudo publicado na revista "Nature Neuroscience" neste domingo (11), entanto, identifica duas redes de genes relacionadas à doença e, além disso, indica que há uma conexão entre ela e o autismo.

Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores da Universidade de Columbia, nos EUA, analisaram com computadores uma coleção de centenas de mutações de genes que foram anteriormente identificadas como relacionadas à esquizofrenia. Os cientistas notaram que muitos desses genes, que antes eram considerados isolados, podem ser organizados nas duas redes. Também verificaram que essas redes são muito similares às ligadas ao aparecimento do autismo.

“Isso mostra como as redes genéticas do autismo e da esquizofrenia estão entrelaçadas”, observa Dennis Vitkup, do Centro Médico da Universidade de Columbia. A conclusão levanta o questionamento de como mutações nos mesmos genes podem influenciar o aparecimento de duas doenças muito distintas.

Partes de ambas as redes detectadas são muito ativas durante o desenvolvimento pré-natal, o que sugere que as mudanças no cérebro que causam a esquizofrenia numa pessoa ocorrem muito cedo.

A esquizofrenia é um distúrbio crônico que atinge o cérebro, causando alucinações e delírios. Há remédios eficazes para controlar as crises, afirmam os médicos, mas eles precisam ser tomados com frequência para evitar que o paciente tenha surtos e eles se agravem.

Além dos sintomas de delírio, o paciente pode ter a sensação de que uma voz está mandando que ele faça algo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 1% da população mundial tem esquizofrenia




Maconha vendida em SP vem com fungos e formigas



Paraguaia, maconha vendida em SP vem com fungos e formigas 

Folha de S. Paulo - DE SÃO PAULO

A maconha vendida em São Paulo é quase toda produzida no Paraguai. A droga aparece misturada a folhas, caules e outras plantas. "E também restos de insetos ou formigas, como em qualquer colheita rudimentar feita de forma clandestina", explica o perito José Luiz da Costa, do Instituto de Criminalística.

Em geral, a maconha paraguaia chega a São Paulo prensada e embalada em filme plástico ou alumínio, e adesivada. As condições de transporte são precárias, normalmente em caminhões, escondida entre outros produtos.

Por uma questão econômica, ela não chega ao mercado totalmente seca. É que o tempo de secagem da colheita é relativamente longo (cerca de uma a duas semanas) e as folhas úmidas pesam mais, o que significa um ganho extra para o produtor.

Uma monografia coordenada por Costa em 2011 apontou a presença de três tipos de fungos em maconha apreendida, alguns deles comumente encontrados em alimentos em estado de deterioração. Para Dartiu Xavier, da Unifesp, de forma geral, não há nada objetivo quanto ao risco para seres humanos. Os fungos podem causar alergia e intoxicação para pessoas hipersensíveis, como também doenças em indivíduos imunodeprimidos.
As condições de embalagem e transporte da maconha prensada também podem favorecer a liberação de amônia, de acordo com Elisaldo Carlini, também da Unifesp.
"Com o tempo, a maconha envelhece e se degrada. Pior ainda se estiver umedecida. Amônia na maconha é sinal de má conservação", diz.

Brasil, maior país consumidor de cocaína. Será mesmo?


Plano nacional de enfrentamento às drogas feito “às pressas”

Última Instância - Luiz Flávio Gomes e Mariana Cury Bunduky

De acordo com o “Relatório sobre segurança cidadã nas Américas em 2012”, lançado em julho de 2012 pela OEA (Organização dos Estados Americanos), com um total de 900 mil usuários, o Brasil representa o maior mercado consumidor de cocaína da América do Sul.
Já segundo o 2º LENAD (Levantamento Nacional de Álcool e Drogas), realizado pelo INPAD (Instituto Nacional de Políticas Públicas de Álcool e Outras Drogas) da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), 3% da população adulta brasileira (mais de 3 milhões de pessoas) usam maconha frequentemente.
Em razão da repercussão do tema das “drogas”, o governo federal, por meio do decreto n.º 7637/11, instituiu o “Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras drogas”, cujo objetivo é a integração com os estados e municípios, visando-se investir em políticas públicas e em setores como educação, saúde, segurança pública e assistência social para a devida resolução do problema.
Contudo, para atender rapidamente o clamor social, o Plano começou a ser executado às pressas, sem a devida cautela e seriedade na captação de dados referente ao uso e ao tráfico de drogas, que são essenciais no direcionamento dessas políticas e no repasse de verbas federais.
Nesse sentido, conforme veiculou uma notícia do jornal O Estado de São Paulo, o Plano Integrado se baseou em dados de apenas 4 estados (que se referem somente à quantidade de pontos de vendas e de usuários de crack), de maneira que os comandantes das polícias militares dos 23 demais estados, nos quais se incluem São Paulo, Rio de Janeiro, Minas, Paraná e Mato Grosso, não forneceram tais estatísticas.
Assim sendo, o relatório do Ministério da Justiça concluiu que há uma ausência de mapeamento de dados dos estados sobre a quantidade real de usuários de crack, havendo apenas dados de quantidades de drogas apreendidas, de prisões efetuadas e dados estimados de usuários, até porque usuários e traficantes, na prática, não são diferenciados pela polícia.
Na opinião do professor de psiquiatria da IUnifesp (Universidade Federal de São Paulo), Dartiu Xavier, o retrato do crack no país só poderia ser traçado por uma pesquisa séria e especializada, realizada pela Fundação Oswaldo Cruz, que, inclusive, estava em andamento, mas foi atropelada por ações policiais que dissolveram as comunidades nos estados.
Assim, embora digna de aplausos a iniciativa do governo federal em direcionar esforços a um tema tão crucial e relevante feito as drogas, não é suficiente. Se o escopo é verdadeiramente enfrentar tal polêmica, é imprescindível que o Plano seja elaborado com cautela, não “às pressas”, sem qualquer sintonia do governo com os estados. De medidas imediatistas e populistas o Brasil já está abarrotado; roga-se, agora, por ações bem elaboradas efetivas e concretas para que se inicie um trabalho grandioso e próspero.