Dependência e o Circuito do Prazer no Cérebro: além da força de vontade.
Nora D. Volkow, M.D. Diretora do NIDA –(National Institute on Drug Abuse)
Sumário
- A adicção pode ser desenvolvida não obstante a melhor das intenções da pessoa e apesar da firmeza do seu caráter.
- O uso repetido da droga rompe os complexos mas bem balanceados sistemas do cérebro humano.
- Muitas pessoas são aditas por mais de uma substância, complicando o processo da recuperação.
O cérebro humano é composto por uma extraordinariamente complexa e bem ajustada rede de comunicações contendo bilhões de células especializadas (neurônios) que dão origem aos nossos pensamentos, emoções, percepções e iniciativas. Freqüentemente a droga é usada pela primeira vez como opção para proporcionar prazer ou para aliviar uma depressão ou estresse, mas essa opção apresenta-se por período de tempo pequeno. Porquê? Porque o uso repetido da droga desequilibra - assim permanecendo - os então bem balanceados sistemas do cérebro humano, conseqüentemente substituindo as necessidades e desejos das pessoas na única direção da busca e uso de drogas. Nessa conjuntura os desejos e motivos normais terão dificuldade de competir com o desejo de uso da droga.
Como o cérebro torna-se dependente?
· A pessoa usa a droga de abuso, seja maconha, cocaina ou o álcool, ativando os mesmos circuitos cerebrais do comportamento ligados à sobrevivência - fome, sede e sexo. A droga causa um aumento repentino nos níveis de uma substância química cerebral chamada dopamina, que resulta em sentimentos de prazer. O cérebro recorda-se desse prazer e quer a repetição.
· Da mesma forma que o alimento relaciona-se à sobrevivência no dia-a-dia da vida, as drogas assumem o mesmo significado para o dependente. A necessidade de obter e usar a droga torna-se mais importante do que quaisquer outras necessidades, inclusive quanto aos comportamentos verdadeiramente vitais, como alimentar-se. O dependente não mais procura a droga por prazer, mas para aliviar o sofrimento.
· Para o dependente, a procura e uso da droga é tudo o que interessa, a despeito de suas devastadoras conseqüências.
· Finalmente o controle, escolha, e tudo que uma vez tinha valor na vida da pessoa, como família, trabalho e comunidade, são perdidos na doença da adição.
Quais mudanças cerebrais são responsáveis por tão dramática alteração?
As pesquisas em adição têm nos ajudado a esclarecer como as drogas mudam o modo de funcionamento cerebral. Essas mudanças ocorrem por:
- Redução da atividade dopamínica. Nós dependemos da habilidade de nosso cérebro em produzir dopamina para sentirmos prazer e para promover nossas respostas às recompensas naturais ao dia-a-dia da vida, como o aspecto ou cheiro da comida. As drogas produzem um rápido e elevado aumento da dopamina e o cérebro responde reduzindo a atividade dopamínica normal. Essa redução torna o sistema dopamínico corrompido, incapacitando o adito de sentir prazer, mesmo com as drogas que procura para alimentar a sua adição.
As mudanças na pessoa são visíveis, foi assim que percebemos que um amigo estava entrando no mundo das drogas e hoje esta sendo tratado na Clínica Maxwell e torcemos muito pra recuperação dele!
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