sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Médicos recém formados tem deficiência em saúde mental

Prova do Cremesp revela déficit na área de       saúde mental                                                      

  Os resultados do exame do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) revelam o despreparo dos estudantes que concluíram o curso de medicina nas universidades do estado de São Paulo, em especial na área da saúde mental. Com a média de apenas 41% de acertos na prova realizada este ano, as perguntas relacionadas ao tratamento psiquiátrico foram as que concentraram o maior o número de erros dos formados.

Para a conselheira do Cremesp Silvia Helena Mateus, o número revela uma deficiência no ensino. "O ensino de saúde mental está mais deficitário que de outras áreas, as escolas precisam olhar para isso e melhorar", critica. A residente em psiquiatria Mariana Salomão revela ser uma das poucas de sua turma que se interessaram pelo ramo. "É uma especialidade que não é tão privilegiada dentro da faculdade", lamenta. Mariana acredita que o problema é generalizado, afetando outras instituições.

Já para o médico psiquiatra Fábio Ieiri, o problema não afeta apenas os formandos, mas também os pacientes. De acordo com ele, a falta de interesse dos profissionais atrasa o diagnóstico o que, por sua vez, pode levar a uma piora. "São dois prejuízos: o primeiro é que [o paciente] não recebe o tratamento adequado e daí corre o risco do problema se tornar crônico", explica.

Insegurança
O ajudante geral Marcelo dos Reis Silva já sofreu com a falta de atendimento adequado. A companheira dele sofre de transtorno bipolar, que provoca alterações de humor severas. Por segurança, ele tentou interná-la no Hospital Municipal de Sumaré (SP) durante uma crise, mas os médicos a liberaram e ela desapareceu. "Deram alta e ela saiu pela porta dos fundos. Foram três noites sem dormir", relembra.

O ajudante geral acredita que o problema de atendimento poderia ter sido contornado se a equipe tivesse uma formação melhor nessa área. "É muito precário, muito abaixo da média, tinha que ser melhorado pelo governo. Tem que especializar esses médicos que desse jeito não dá, não", critica.

60% de reprovação
Mais da metade dos estudantes que fizeram o exame de proficiência não tem domínio de áreas básicas para exercer a profissão. Dos 2.411 participantes, 54,5% não acertaram 60% das questões e foram reprovados. A prova teve 120 questões objetivas de múltipla escolha consideradas de fácil e média complexidade.

O desempenho ruim no exame não impede que o candidato obtenha o registro meses. A presidência do conselho não atribui o cenário somente à má formação dos médicos, mas garante que isto contribui com as reclamações.junto ao Conselho Regional de Medicina (CRM) para atuar porque não há uma legislação específica, a diferença é que estes receberão a permissão para atuar mais tarde do que os demais, no prazo máximo de 31 de janeiro de 2013.

Denúncias
O Cremesp recebe, diariamente, 12 denúncias contra médicos, julga toda semana de 15 a 20 casos, e cassa o registro de pelo menos um profissional todos os 


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