Tolerância
menor com maconha na Holanda
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O Globo
– mundo - 08/10/2011
O governo da Holanda anunciou que vai nivelar a chamada
"maconha de alta concentração", vendida no país, como droga pesada,
na mesma classificação de tóxicos como a cocaína e o ecstasy.
O ministro da Economia da Holanda, Maxime Verhagen, afirmou que a
droga, com mais de 15% da substância THC em sua composição, tem uma potência
muito maior do que a forma mais leve da erva. Segundo ele, o tóxico
"causa um prejuízo crescente na saúde pública dom país".
A medida é o passo mais recente do governo holandês para tentar
reverter a notória política de tolerância da Holanda com as drogas. Após a
decisão, a maior parte dos cafés holandeses, populares por vender a erva, vão
ter que trocar seus estoques do fumo.
No entanto, críticos dizem que será difícil que a medida seja cumprida
e que o fato só irá influenciar os usuários a consumirem mais as variantes
mais leves da maconha.
Ao contrário do que muitos pensam, a posse de maconha é ilegal na
Holanda, mas somente em grandes quantidades. O comércio da erva é muito comum
em bares e cafés destinados a utilização da droga no país. No entanto,
pessoas que cultivam a planta podem ser processadas.
Donos de “coffeeshops”
organizam greve para o dia das eleições na Holanda
Fonte: UOL - Colaboração: LiliGreenland - 25/03/2010
Temerosos com o resultado que pode
sair das urnas nas eleições parlamentares holandesas de 9 de junho, alguns
donos de “coffeeshops” decidiram organizar uma greve para o dia do pleito. O
temor dos proprietários desses estabelecimentos, onde a venda e o consumo de
pequenas quantidades de maconha e haxixe são permitidos, é de que a vitória da
direita culmine no fim da comercialização das chamadas “drogas leves”.
Com a
greve, os donos de “coffeeshops” esperam que seus clientes optem por ir às
urnas votar.
E que, preferencialmente, votem nos partidos simpáticos à atual política de tolerância às drogas leves. “Queremos ter certeza de que eles [os consumidores] votem. Assim não têm aquela desculpa: ‘Antes eu fumo e depois eu voto’. Não é isso que queremos. ‘Você vota agora e depois fuma’”, explica o holandês Nol van Schaik, dono de um “coffeeshop” na cidade de Haarlem (a 12 km a oeste de Amsterdã) e organizador da greve. “Muitas pessoas na Holanda, especialmente as que frenquentam os ‘coffeeshops’, perderam a confiança nos políticos e não têm votado. Por isso, estamos tentando mostrar a elas que, se tivermos um governo conservador, os ‘coffeeshops’ serão fechados”, justifica Van Schaik, que torce pela vitória do Partido Trabalhista (PvdA). Há anos que o debate sobre a existência dos “coffeeshops” tem divido a atual coligação de sustentação do governo holandês formada por três partidos.
O principal partido da coalizão, o CDA (Apelo Democrata Cristão), e a
União Cristã (CU) defendem o fim desses estabelecimentos. Já os trabalhistas,
com apoio de partidos esquerdistas da oposição, não aceitam discutir mudanças.
Além dos 16 “coffeeshops” existentes em Haarlem, Van Schaik garante que a
greve já conta com o apoio de diversos estabelecimentos espalhados pelo país,
incluindo os localizados em Roterdã, a segunda maior cidade do país.
Já na capital Amsterdã, a adesão deve ser pequena. “Enquanto no meu
‘coffeeshop’ 90% dos clientes são locais e 10%, turistas, em Amsterdã, 80% dos
clientes são turistas”, justifica Van Schaik.
Essa presença de turistas, não apenas na capital, mas também em diversas
cidades fronteiriças, é um dos motivos alegados pelos que defendem o fim da
política de tolerância às drogas leves para acabar com o chamado “turismo da
droga”.
Cansados dos problemas causados pelos 25 mil turistas, em especial belgas,
franceses e alemães, que viajavam todas as semanas a Bergen-op-Zoom e
Roosendaal, os prefeitos dessas duas cidades fronteiriças no sul ordenaram que
seus oito “coffeeshops” deixassem de vender maconha em dezembro de 2008.
“O problema é que a Alemanha e a Bélgica permitem as pessoas fumarem, mas
não permitem os ‘coffeeshops’. Então, eles [os consumidores] vêm até nós para
comprar”, explica Van Schaik.
No fim do ano passado, o governo holandês apresentou um projeto de lei que
restringe a venda de maconha e haxixe a pessoas que morem na região mediante a
apresentação de uma carteirinha.
A proposta, entretanto, tem sido criticada uma vez que, segundo as leis
vigentes na União Europeia, todos os cidadãos do bloco devem ser tratados por
igual dentro dos países membros. “Isso não pode ser feito porque vai contra as
leis holandesas e europeias. Não podemos deixar de vender para pessoas com base
em sua nacionalidade”, justifica Van Schaik.
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