quinta-feira, 26 de julho de 2012

Cidades líderes em uso de drogas na Europa


Análise do esgoto revela cidades líderes em uso de drogas na Europa

Segundo pesquisa, cidade belga de Antuérpia seria a cidade com maior uso de cocaína no continente. Conheça as líderes no consumo de outras substâncias ilícitas

AFP |

Análises de amostras de esgoto de 19 cidades europeias permitiram aos cientistas identificar Antuérpia, na Bélgica, como a cidade com maior uso de cocaína no continente, enquanto os nórdicos demonstraram preferir as metanfetaminas, e os moradores de Amsterdã, a maconha.
Com base na maior pesquisa já realizada com amostras coletadas em estações de tratamento de esgoto na Europa, a pesquisa revelou que os europeus fazem uso de 350 quilos de cocaína por dia, enquanto a maconha se manteve como a droga ilícita mais popular.

Getty
Ecstasy: Antuérpia e Londres lideram consumo da droga sintética, segundo estudo
"Através da pesquisa feita com o esgoto, podemos determinar o tamanho do mercado de drogas de uma cidade", afirmou Kevin Thomas, coordenador do Instituto Norueguês de Pesquisa Hídrica, ao explicar o estudo realizado em cidades de 11 países europeus.

A equipe de pesquisas coletou material em 21 estações de tratamento de esgoto, que atendem a uma população de cerca de 15 milhões de pessoas, durante sete dias consecutivos a partir de 9 de março de 2011, e analisou as amostras em laboratório.

Os resultados, publicados na edição desta quinta-feira da revista científica Science, revelaram que o maior consumo médio de cocaína se observou na cidade portuária belga de Antuérpia, seguida de Amsterdã (Holanda), Valencia (Espanha), Eindhoven (Holanda), Barcelona (Espanha), Londres (Grã-Bretanha), Castellón (Espanha) e Utrecht (Holanda).

Nas cidades holandesas de Amsterdã, Utrecht e Eindhoven observou-se um uso maior de ecstasy, embora os autores do estudo tenham afirmado que os números de Utrecht provavelmente saltaram devido ao descarte da droga em uma batida policial em uma fábrica de ecstasy dois dias antes do estudo.

Antuérpia e Londres também tiveram níveis elevados de ecstasy, enquanto nenhum foi detectado em Castellón, Umea (Suécia) e Estocolmo (Suécia).


segunda-feira, 23 de julho de 2012

Tabagismo e transtornos mentais

TABAGISMO E TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS


Postado por D. Toledo - Psicoque? |Fonte: USP

Recente estudo publicado pela USP revela a forte relação do tabagismo e portadores de transtornos mentais. Segundo os pesquisadores, o tabagismo parece melhorar a cognição, o humor e a ansiedade por uma multiplicidade de efeitos reforçadores e a abstinência de nicotina pode exacerbar todos estes sintomas. A abstinência nicotínica também pode agravar alguns transtornos psiquiátricos, levar à recaída e aumentar os níveis sangüíneos de muitos medicamentos.

  

Está comprovado que a probabilidade de abandono do tabagismo é reduzida em pacientes com transtornos de depressão. O tabagismo pode, por exemplo, auxiliar na “automedicação” de sentimentos de tristeza ou humor negativo. Ou seja, os níveis de depressão podem influenciar, em uma relação de causalidade direta, os níveis subseqüentes de consumo de tabaco. Há evidências, ainda, de que o uso de nicotina interfere nos sistemas neuroquímicos (neurorreguladores como acetilcolina, dopamina e norepinefrina), que, por seu turno, afetam circuitos neurais, tais como mecanismos reforçadores associados à regulação de humor.

Já em portadores de esquizofrenia, o consumo de tabaco pode ser reflexo de processo de institucionalização, tédio e baixo controle dos impulsos dos portadores dessa doença. Esquizofrênicos relatam que fumar produz relaxamento, reduz a ansiedade e os efeitos colaterais de medicações. Como algumas medicações antipsicóticas acarretam efeitos desagradáveis, é possível que a alta prevalência de tabagismo observada em esquizofrênicos seja uma tentativa de reduzir os efeitos colaterais desses medicamentos. Além disso, o consumo de tabaco pode ainda melhorar a concentração, reduzir a hiperestimulação desagradável experimentada por esquizofrênicos e promover um dos poucos prazeres disponíveis para muitos portadores da doença.

A pesquisa aponta que alguns autores sugerem uma associação inversa entre consumo de tabaco e transtorno obsessivo compulsivo (TOC). Há indícios de que a prevalência de tabagismo é menor em portadores desse transtorno em relação à população em geral e em comparação a outras populações psiquiátricas.

Portanto, o trabalho reconhece e confirma dados de pesquisas de natureza biológica, como o consumo de tabaco para alívio de efeitos colaterais de medicações e tentativa de automedicação dos sintomas da doença. Entretanto, segundo os fumantes entrevistados, a principal barreira para o abandono do tabaco parece ser o sentimento de desespero por ser portador de uma doença mental, a falta de esperança em recuperação e a necessidade de controle. Além disso, as desigualdades nas percepções e nos padrões de consumo de tabaco encontradas entre pacientes com diferentes transtornos mentais sugerem que a intervenção pode ser mais eficaz se o diagnóstico psiquiátrico for também levado em consideração durante o tratamento.