sexta-feira, 27 de abril de 2012

Tabaco para Narguilé será vetado


Com veto do governo, tabaco aromatizado usado em narguilé está com os dias contados





Folha.com - SABINE RIGHETTI DE SÃO PAULO

O hábito de fumar narguilés (ou arguile), cigarros e cigarrilhas com sabor está com os dias contados desde março, quando a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidiu proibir a comercialização de fumo com aditivos no Brasil.
Para o tabaco usado em narguilés e cachimbos, a decisão valerá a partir de março de 2014. Mas o que fazer diante da nova regra já é assunto entre os consumidores desses produtos.
"Até existe fumo sem sabor para narguilé", diz Raphael Barreiros, 23, programador de software. Ele é autor do Blog do Arguile (blogdoarguile.com.br), que tem cerca de 2.000 participantes. "Mas a graça está nos aditivos."
A Folha acompanhou um encontro de apreciadores de narguilé em São Paulo, organizado por Barreiros. A proibição publicada pela Anvisa era tema das conversas.
A fumaça tragada pelo grupo -cerca de 40 pessoas- tinha sabor de chá de pêssego, jaca, chocolate e chiclete de menta. Parecia um ritual de churrasco: de quando em quando, alguém mexia e virava o carvão aquecido.
"Isso é um costume milenar. O governo não pode simplesmente proibir", diz.

Marlene Bergamo/Folhapress
O estudante Murilo Mukai, 22, exala fumaça de narguilé, em encontro de usuários na zona sul de São Paulo
O estudante Murilo Mukai, 22, exala fumaça de narguilé, em encontro de usuários na zona sul de São Paulo
A decisão da Anvisa sobre o tabaco com aroma veio na onda da proibição de cigarros com sabor (que são 22% das marcas no país), que passará a valer já a partir de setembro de 2013. De acordo com a agência, o sabor incentiva os jovens a fumar.
"A regra da Anvisa é contraditória porque a lei já proíbe cigarro para menores de 18", diz o estudante Leonardo Magalhães, 19, que estava no encontro de Barreiros.
De acordo com a agência, estudos mostram que há ainda mais agentes carcinogênicos na fumaça do narguilé do que na do cigarro.
A quantidade de nicotina é cerca de quatro vezes maior na fumaça do narguilé. A concentração de alcatrão chega a ser 60 vezes mais alta.
A diferença está no hábito do consumo. Segundo Barreiros, os apreciadores de narguilé fumam em média uma vez por semana e em grupo, compartilhando a fumaça aspirada (na Arábia Saudita, o fumo deve ser individual).
"Não é oxigênio que o fumante inala, é fumaça. É óbvio que não faz bem", diz Ali Hajj, importador de narguilé, de São Paulo. "Mas existe uma discussão sobre como é feito o teste [das substâncias cancerígenas] por litro de fumaça", afirma.
Hajj importa 20 mil aparelhos por ano de países como China, Líbano e Egito. Os preços vão de R$ 25 a R$ 3.500.
Já o fumo, que costuma ser comprado na internet diretamente pelos consumidores, vem da Índia, dos Emirados Árabes, do Egito e dos EUA.
"Quem compra são adultos. Só 5% deles têm ascendência árabe", diz o comerciante, de família libanesa.
De acordo com o charuteiro e empresário Beto Ranieri, da Ranieri Pipes, a determinação da Anvisa não faz sentido quando o assunto é cigarrilha ou fumo para cachimbo. Isso porque quem consome esse tipo de produto não é jovem.
"Meu cliente mais novo de tabaco de cachimbo [que tem sabor] deve ter 75 anos de idade. Um público dessa idade não vira fumante porque se sentiu atraído pelo gostinho de chocolate do tabaco."

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Tabaco aumenta risco de obesidade


Tabaco aumenta risco de obesidade

Fonte: RCM PHARMA Notícia  - 20/04/2012

Uma investigação norte-americana concluiu que os fumadores têm maior propensão para acumular gordura na zona abdominal podendo chegar, em média, a pesar mais cinco quilos do que pessoas não-fumadoras. Os resultados do estudo Tobacco, apresentados pela Facilitas Healthcare, desvendam um dos mitos mais populares: o tabaco emagrece. Esta crença é, aliás, um dos principais argumentos utilizados pelos fumadores para evitar ou adiar a decisão de deixar de fumar, avança comunicado de imprensa.

“O consumo de tabaco está, normalmente, associado a hábitos pouco saudáveis. Em regra, os fumadores são menos conscientes da sua saúde e apresentam menor força de vontade do que os não fumadores, o que os torna mais vulneráveis ao ganho de peso. Mesmo no caso dos fumadores que tentam levar uma vida menos sedentária, está comprovado que o tabaco gera dificuldades na criação de músculo, causa flacidez e implica uma respiração descoordenada que dificulta a actividade física”, explica Marta Andrade, terapeuta de Cessação Tabágica da Facilitas Healthcare.

Amnésia alcoólica pode ser explicada


Amnésia alcoólica pode ser explicada por diferença na atividade cerebral
Fonte: UOL (19/03/2012)

 Depois de uma noite de bebedeira muita gente precisa de ajuda para lembrar dos fatos da noite anterior. Segundo um novo estudo, algumas pessoas são mais suscetíveis a terem lapsos de memória, e isso ocorre não devido à quantidade de bebida ingerida, mas por alterações na atividade cerebral.
Os pesquisadores descobriram que as respostas cerebrais de pessoas que costumam ter "blackouts" ao beberem eram diferentes na parte relacionada à memória e à atenção, quando comparadas às de quem não tem amnésia alcoólica.
Vinte e quatro estudantes universitários que tomavam cinco drinques por noite, pelo menos de duas a três vezes na semana, participaram do estudo e foram separados em dois grupos. Um deles tinha histórico de esquecer o que havia ocorrido na noite anterior, enquanto o outro grupo nunca tinha passado pela experiência.
Os cérebros dos estudantes foram observados enquanto eles faziam testes de memória - sóbrios e também depois de terem bebido.
Em relação aos sóbrios, o resultado do teste foi similar para os dois grupos. No entanto, após o consumo de duas cervejas os resultados foram bem diferentes. No grupo que sofre amnésia alcoólica a atividade era diminuída na área do cérebro responsável por transformar as vivências em memórias.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Parar de fumar engorda?


Quase metade da população adulta está acima do peso no Brasil





Estudo mostra que proporção foi de 42,7% em 2006 para 48,5% em 2011. Hábito do tabagismo, por outro lado, continua em queda no país



Gazeta do Povo



Uma pesquisa anual feita pelo Ministério da Saúde indica que o país manteve, em 2011, a tendência de crescimento do excesso de peso e da obesidade entre adultos – movimento que é observado desde 2006, quando o levantamento começou. Naquele ano, 42,7% dos adultos brasileiros registravam excesso de peso, entendido como Índice de Massa Corporal (IMC) de 25 ou mais. Em 2011, o levantamento identificou aumento dessa taxa para 48,5%. Os dados também mostram que Curitiba é a 8.ª capital com maior incidência de sobrepeso: 50% da população apresenta IMC igual ou maior do que 25 na capital paranaense.
De acordo com a pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), o porcentual de adultos obesos no país (IMC de 30 ou mais) também aumentou, passando de 11% em 2006 para 15,8% em 2011.
Paraná
Curitiba tem segundo pior índice de tabagismo
A situação de Curitiba é semelhante à do país quando se analisa o índice de pessoas com sobrepeso: 50% da população adulta da cidade tem IMC igual ou maior do que 25, o que coloca o município na oitava posição no ranking das capitais brasileiras com maior índice de sobrepeso. Com relação ao porcentual de adultos obesos, a capital paranaense fica na 12ª posição, com 16%.
Os dados sobre tabagismo, por outro lado, mostram que Curitiba tem o segundo maior índice de fumantes entre as capitais, 20%. A pior taxa fica com Porto Alegre, onde 23% da população é dependente do cigarro.
A boa notícia é que as mulheres curitibanas estão entre as que mais se preocupam com exames preventivos de câncer de mama: 82% delas disseram ter feito a mamografia nos últimos dois anos, enquanto em Vitória, primeira colocada do ranking, o índice foi de 86%.
Menos cigarro
Porcentual de fumantes fica pela primeira vez abaixo dos 15%
Folhapress
Se o brasileiro mantém a tendência de aumento do peso, por outro lado, continua em queda o hábito do tabagismo no país. Entre 2006 e 2011, o porcentual de fumantes no país caiu de 16,2% para 14,8%. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, elogiou os resultados e lembrou que é a primeira vez que o índice nacional fica abaixo dos 15%. “É uma queda importante e mostra a correção de algumas medidas do governo, do Congresso Nacional, [no sentido] de reforçar a luta contra o tabagismo’’, disse, ao destacar ações como a proibição de fumódromos e a criação de espaços livres do tabaco.
A queda, contudo, ocorreu apenas entre os homens (20% em 2006 e 18,1% em 2011). Entre as mulheres, um dos principais alvos atuais da indústria do tabaco, o índice ficou estável, na faixa dos 12% e 13%. Ainda assim, a população masculina lidera a redução do tabagismo no país, já que 25% deles declararam ter deixado de fumar, contra 19% entre as pessoas do sexo feminino.
Instrução
Se for feito o corte por escolaridade, é possível perceber a presença mais forte do tabaco entre os menos instruídos. O porcentual de fumantes chega a 18,8% entre os brasileiros com até oito anos de escolaridade e cai para 10% entre os que têm 12 anos ou mais de estudos.
A disparidade entre pessoas com mais e menos escolaridade se repete em quase todos os hábitos analisados e é marcante quando referente à realização de exames preventivos, como a mamografia.
Entre mulheres de 50 a 69 anos com até oito anos de instrução, 68,5% afirmaram em 2011 ter realizado o exame nos dois anos anteriores. O índice chega a 87,9% entre mulheres dessa faixa etária com 12 anos ou mais de escolaridade.
A proporção total de mulheres que fizeram mamografia nos últimos dois anos subiu para 73,3%. A pesquisa mostra ainda que, nos últimos três anos, cerca de 80% das brasileiras fizeram o exame de citologia oncótica, mais conhecido como papanicolau, que ajuda no combate ao câncer de colo de útero.
IMC
O Índice de Massa Corporal é determinado pela divisão do peso do indivíduo (em quilogramas) pelo quadrado de sua altura (em metros). Se uma pessoa tem 68 kg e 1,65 m de altura, seu IMC é = 68 / (1,65)2 = 24,98.
O crescimento da obesidade e do excesso de peso é significativo tanto entre homens quanto entre mulheres e é visto como “preocupante” pelo ministério. “A notícia para olhar com atenção é que continuamos com crescimento [de sobrepeso e obesidade]. Não é abrupto, mas vemos o aumento de maneira sistemática e consistente”, afirmou ontem Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde do ministério. Em 2006, 47,2% dos homens e 38,5% das mulheres estavam acima do peso, enquanto em 2011 as proporções passaram para 52,6% e 44,7%, respectivamente.
O levantamento revela que o excesso de peso na população brasileira também está ligado a fatores como idade. O envelhecimento, segundo o Ministério da Saúde, tem forte influência nos indicativos – sobretudo femininos. O estudo revela que 25,4% das mulheres entre 18 e 24 anos estão acima do peso. A proporção aumenta para 39,9% entre mulheres de 25 a 34 anos e chega a 55,9% dos 45 aos 54 anos. Entre os homens, o problema do excesso de peso começa cedo e atinge 29,4% dos que têm entre 18 e 24 anos. Entre homens de 25 a 34 anos, o índice quase dobra, chegando a 55%. Dos 35 aos 45 anos, o porcentual é de 63%.
Alimentação
O estudo indica ainda que a população brasileira se alimenta de forma inadequada e consome gordura saturada em excesso. Dados mostram que 34,6% não dispensam carne gordurosa, enquanto 56,9% das pessoas bebem leite integral regularmente. Outro fator preocupante é o consumo de refrigerante – 29,8% dos brasileiros tomam a bebida pelo menos cinco vezes por semana.
Ao mesmo tempo, a pesquisa Vigitel mostra que o consumo de frutas e hortaliças no país é baixo. Apenas 20,2% das pessoas ingerem cinco ou mais porções por dia, quantidade recomendada pela Organização Mun dial da Saúde (OMS).
O ministro Alexandre Padilha rejeita a tese de que o fator determinante para o aumento das taxas de obesidade e sobrepeso tenha sido a melhoria econômica brasileira e, consequentemente, o ganho de poder aquisitivo pelas famílias. “O hábito alimentar nos últimos seis anos não mudou. Não foi nesse período que aumentou o consumo de leite com gordura, carne com gordura”, disse Padilha. “Agora é a hora de virar o jogo se não quisermos chegar aos patamares do Chile, da Argentina e, muito menos, dos Estados Unidos.”
Enquanto o Brasil tem 15,8% da população obesa, o Chile tem 25,1%, a Argentina tem 20,5% e os Estados Unidos, 27,6%.
O inquérito por telefone ouviu 54.144 pessoas com 18 anos ou mais em 26 estados, durante o ano de 2011. O objetivo é identificar hábitos de vida que podem ter impacto na saúde pública.
Consumo de álcool cresce com escolaridade
O levantamento divulgado ontem pelo Ministério da Saúde mostra que o consumo abusivo de bebida alcoólica (ingestão em uma mesma ocasião de quatro ou cinco doses para mulheres e de cinco ou mais doses para homens) é maior entre pessoas com mais de 12 anos de estudo do que entre os que estudaram até oito anos: 20,1% e 15,9%, respectivamente. As informações são da Agência Brasil.
A pesquisa Vigitel aponta que, na população feminina, o índice de consumo abusivo varia de 11,9% entre as mulheres que frequentaram a escola durante 12 anos ou mais a 7,6% entre as que têm até oito anos de estudo.
De acordo com o Minsitério da Saúde, ao considerar a população em geral, sem distinção de sexo, a frequência no consumo de bebidas alcoólicas é 17% e não sofreu variação significativa desde a primeira edição do estudo, em 2006. A proporção entre os homens, em 2011, é quase três vezes maior do que entre as mulheres – 26,2% e 9,1%.
Em relação à idade, a frequência de consumo abusivo de bebida alcoólica é maior entre os jovens de 18 a 24 anos (20,5%). Na população com idade igual ou superior a 65 anos, o índice cai para 4,3%.
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quarta-feira, 11 de abril de 2012

Pesquisa: rejeitados bebem para afogar as mágoas.


Moscas rejeitadas ingerem álcool para afogar as mágoas

Estudo feito com drosófilas mostrou comportamento diferente entre insetos machos que foram desprezados e aqueles que copularam


iG São Paulo | 15/03/2012

         
A cena é corriqueira: o cara leva um fora e vai para o bar afogar as mágoas de um amor malsucedido. A novidade é que cientistas americanos descobriram que as moscas-de-fruta (também chamadas de drosófilas) também fazem coisa parecida quando a fêmea refuta o acasalamento. O estudo mostrou que os machos da espécie Drosophila melanogaster ingeriram mais álcool após levar um não.

Foto: APAmpliar
Imagem do estudo mostra mosca-de-frutas macho ingerindo solução com álcool após ser rejeitado por fêmea



A descoberta tem grande importância científica, pois foi observado que moscas que copulavam não só consumiam menos álcool como também tinham níveis mais baixos de um neurotransmissor chamado NPF- análogo a outro neurotransmissor também encontrado em mamíferos como humanos. Moscas que não copulavam tinham a taxa de NPF mais alta. Os pesquisadores acreditam que este neurotransmissor seja um componente chave para o sistema de recompensa. 

“Inicialmente achamos que as drosófilas não seriam um bom modelo, mas mecanismos básicos que envolvem uso de drogas e o sistema cerebral de recompensa se mostraram muito antigos em termos evolutivose. Muito da anatomia e comportamento das moscas que pode ser extrapolado para mamíferos, inclusive humanos”, disse a autora do estudo Ulrike Heberlein da Universidade da Califórnia em San Francisco, durante um podcast divulgado pelo periódico científico Science, que publicou o artigo. 

Para chegar a estas conclusões, os pesquisadores separaram dois grupos de fêmeas. O primeiro foi composto por moscas virgens, e o segundo com moscas que haviam copulado por vários dias, o que aumentaria a tendência de rejeição a uma nova cópula. Após um período isolado com a fêmea, os machos iam para outro container com dois canudos, um contendo apenas solução nutritiva e outro com 15% de álcool. Os machos rejeitados ingeriram muito mais álcool que as que copularam. 

A análise mostrou que não se tratava apenas de uma questão de comportamento: os níveis de NPF também foram muito diferentes entre os machos que copularam e os que foram rejeitados.
“Eu acho que é possível apostar que isto também se traduza em humanos, disse Ulrike Heberlein. Se for assim “poderemos entender agora porque experiências negativas, como a rejeição sexual, pode levar alguém a beber”, disse. 

domingo, 8 de abril de 2012

Pesquisa tenta mapear efeito da cocaína no cérebro

Pesquisa tenta mapear efeito da cocaína no cérebro



Ação da droga é diferente entre adolescentes e adultos. Meta é saber bloquear processo 

                                                                              
Do R7                                                                                                 

Uma pesquisa recente da USP (Universidade de São Paulo) tenta mapear e diferenciar os efeitos da cocaína no cérebro de adolescentes e adultos. 

O objetivo é entender o processo completo do vício para usar artifícios distintos no tratamento de jovens e adultos, segundo matéria publicada na Agência USP.                                                                                  

Os cérebros das pessoas mais jovens sofrem danos distintos nas vias neuroquímicas, segundo o estudo do ICB (Instituto de Ciências Biomédicas). Para entender o efeito da droga, a autora do estudo e farmacêutica, Maria Cristina Maluf, se debruçou sobre a ação de duas proteínas no sistema nervoso de camundongos adultos e adolescentes submetidos a injeções de cocaína.                                                          
– Sabendo os efeitos que são provocados, podemos pensar em formas de bloquear e reverter o processo.

O estudo separou diferentes grupos de camundongos. No primeiro, os animais receberam injeções diárias de cocaína por oito dias e passaram depois por um período de abstinência de dez dias, antes de receber uma nova injeção, explica a farmacêutica.
– Esse procedimento é realizado para avaliar a sensibilização locomotora. Ao final desse período, o animal passa a se movimentar mais, indicando que o sistema nervoso sofreu alterações induzidas pela droga. 

São essas alterações, aliás, que permeiam os mecanismos da dependência. Com a aplicação seguinte à abstinência, os roedores foram mais afetados que na primeira vez. E a análise bioquímica do cérebro mostrou que, entre eles, os adolescentes foram os que se mostraram mais suscetíveis.

De acordo com a pesquisadora, “o período de abstinência é necessário para avaliar os esforços que o cérebro faz para se contrapor aos efeitos produzidos pela retirada da droga, na tentativa de restaurar o equilíbrio”.

Ao usar drogas, o organismo encontra um equilíbrio fora do normal, influenciado pela ação das substâncias. Durante a abstinência, chega um terceiro estado de equilíbrio, que também é incomum.

É aí que o ex-usuário, mesmo depois de passar anos sem drogas, encontra-se suscetível a buscá-las novamente mediante estímulos mínimos.
- Nosso objetivo é entender o que se passa nessa etapa e tentar reverter o quadro.

O estudo indica que, além de mais propensos à dependência, adolescentes também têm respostas mais expressivas ao chamado “condicionamento ao ambiente”.

O cérebro associa os efeitos da droga a certas pistas – pode ser o local onde se costumava fazer a aplicação ou mesmo a imagem de objetos usados para facilitar o consumo.

Na pesquisa, os camundongos sofreram alterações no comportamento só de serem expostos ao ambiente em que haviam recebido as injeções de cocaína e, dentre eles, os adolescentes foram os mais suscetíveis.

Para Maria Cristina, “é possível que o efeito esteja relacionado a uma maior expectativa desse grupo em receber a droga”.